quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Um superministério para Meirelles?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O enredo é recorrente. Cada vez que tem início um novo governo, as questões relativas aos rumos da política econômica ganham relevância no debate do programa que se pretende adotar e na definição dos nomes dos possíveis envolvidos nos cargos em questão.

Em momentos de crise econômica e com as dificuldades para se encontrar uma saída para o País, esse processo tende a ganhar ainda mais musculatura. Os interessados em se envolver diretamente na equipe governamental buscam convencer o núcleo-duro de que é necessário um nível mais elevado de unidade entre todos os integrantes. Isso porque a situação é emergencial e não haveria “todo o tempo do mundo” para um convencimento demorado quanto às alternativas para solucionar os impasses.

O cenário eleitoral no Rio de Janeiro

Por Theo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Com as últimas convenções realizadas neste fim de semana o cenário para as eleições municipais do Rio de Janeiro ficou praticamente definido com dez candidaturas. A quantidade de candidatos segue a média dos últimos anos na cidade: em 2012 foram 8 candidatos, em 2008 foram 12, em 2004 foram 10 e em 2000 o maior número, 14.

O senador Marcelo Crivella (PRB) é quem tem aparecido nas pesquisas em primeiro lugar. Apesar de ser de um partido pequeno, a capilaridade da igreja Universal habilita sua força eleitoral.

A vitória dos que se batem contra o golpe

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Li, alguns anos atrás, o relato das Guerras do Ópio segundo um historiador chinês.

Estava curioso para ver como os chineses tratavam de um episódio em que foram devastados abjetamente pelas potências ocidentais, a começar pela Inglaterra.

As guerras aconteceram em meados do século XIX. A Inglaterra tinha um déficit comercial enorme com a China, por conta de importações de chá, cerâmica e seda.

Renan acelera o golpe do impeachment

Por Altamiro Borges

Após negociar alguns carguinhos no governo, no descarado balcão de negócios em que se transformou o Palácio do Planalto, o camaleônico Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, anunciou nesta quarta-feira (3) que vai antecipar a data de início da votação do impeachment da presidenta Dilma – de 29 para 25 de agosto. “Com certeza, temos como concluir isso antes do final do mês. Vou trabalhar para que isso aconteça", afirmou. Numa prova da sua paixão pelo trabalho, ele acrescentou que, “se for necessário, o Senado trabalhará no sábado e no domingo para acelerar a decisão”. A manobra do peemedebista revoltou vários senadores, que o acusaram de ter cedido às pressões do Judas Michel Temer para encurtar o direito de defesa da presidenta afastada.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Após o impeachment, aumento de impostos!

Por Altamiro Borges

O covil golpista está preparando um devastador “pacotes de maldades” para depois da votação do impeachment de Dilma, prevista para se iniciar em 25 de agosto. Até lá, o Judas Michel Temer ainda tentará se travestir de “decorativo”, temendo incendiar as ruas e perder os votos de algum senador menos fisiológico. A Folha desta segunda-feira (1) deu a notícia, mas evitou a manchete explosiva: “Decisão sobre aumento de impostos pode sair no final do mês, diz Meirelles”. Também crescem os boatos sobre a proposta destrutiva da reforma previdenciária, que prevê inclusive a aposentadoria aos 70 anos de idade. Diante destes riscos iminentes, até o “midiota” mais tapado vai se arrepender amargamente de ter apoiado o “golpe dos corruptos”. No final, ele também pagará o pato da Fiesp!

Ideologia, eu quero uma pra viver

Por Tico Santa Cruz, no jornal Brasil de Fato:

Hoje, muito se fala em esquerda e direita. O brasileiro em geral nunca se interessou por política partidária, muito menos por questões ideológicas. Elas estavam restritas aos movimentos estudantis, movimentos populares, sindicatos e outras poucas representações coletivas que atuavam em comunidades variadas.

No entanto, o tema agora virou assunto de mesa de bar, de churrasco de família, até de corredores de academia de ginástica. Quem diria…

A mídia está acima da nação

Por Mario Vitor Santos, no site Vermelho:

Em recente entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha, a presidente Dilma Rousseff observou que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha declarava ter feito negociações com “os interessados” sobre uma lei para democratização econômica dos meios de comunicação. Dilma disse que o Brasil precisa restringir a concentração excessiva da mídia nas mãos de poucos grupos, pois isso prejudica a democracia.

A terra treme no Mercosul

Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

O Mercosul passa pela maior crise desde a sua criação, em 1991. O aspecto mais imediato é o risco de vacância da presidência, uma vez encerrado o período em que o Uruguai esteve à frente do bloco.

Corretamente, Montevidéu declarou encerrado seu papel na coordenação, ao completar-se o semestre que lhe cabia. Seu ministro do Exterior, o ex-vice-presidente Nin Novoa, declarou que “não via impedimento” a que a Venezuela assumisse o comando.

De acordo com os documentos constitutivos do Mercosul, especialmente o Protocolo de Ouro Preto, cujo dispositivo a esse respeito (artigo 5) ganhou, ademais, a força da tradição, a transferência ocorre por ordem alfabética. Assim é e assim deve seguir sendo.

Direitos sociais são alvos dos golpistas

Por Lúcia Rodrigues, na revista Caros Amigos:

Os direitos dos trabalhadores, das minorias e a soberania do País estão sob ataque no Congresso Nacional, em Brasília. Tramita nas duas Casas, Câmara e Senado, um rol de projetos que se forem aprovados e se virarem leis vão representar um duro golpe nos avanços conquistados ao longo de décadas. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) identificou 55 projetos com essas características. Os retrocessos propostos no Parlamento podem fazer com que os trabalhadores percam todos os direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943 por Getúlio Vargas. Por trás dos retrocessos no Congresso está o grupo do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ao lado de quem o vice, Michel Temer, optou em ficar ao romper a aliança.

Temer fará bancas para definir quem é negro

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O governo federal decidiu que candidatos que se autodeclararem negros terão que ser submetidos a uma comissão para verificar a sua aparência a fim de evitar fraudes em concursos públicos que preveem cotas. O Ministério do Planejamento e Gestão publicou, nesta terça (2), instrução normativa nesse sentido.

Uma banca. Para dizer se uma pessoa é negra ou não.

Temer e mídia têm medo do Cunha

Um projeto criminoso contra as cotas

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Considerando o currículo vergonhoso que o governo interino tem acumulado desde a posse, o ataque ao regime de cotas no serviço público até que estava demorando. Anunciado pelo Ministério do Planejamento, que responde pelo sistema de contratações da administração federal, é uma iniciativa que merece repulsa absoluta.

O esforço sem limites para garantir todo e qualquer apoio social para compensar sua fraqueza de origem levou o governo Temer a cortejar o eleitorado racista, habituado se esconder na teoria, muito conveniente para os brasileiros brancos, de que vivemos sob uma democracia racial.

Que falta o Cunha faz para Michel Temer?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Seria demais exigir de um filho de Cesar Maia que não carregasse o vício do factóide em seu DNA.

Já no reinício dos “trabalhos” parlamentares Rodrigo Maia cometeu dois erros crassos, que vão custar caro à bolsa de “bondades” de Michel Temer e que lhe causam um estrago sem precedentes junto à feroz matilha neoliberal da mídia.

O primeiro foi o “lançamento” da candidatura Temer em 2018. Maia fez aquilo que era murmúrio ganhar “aspas” como se diz em linguagem jornalística. Obrigou o presidente interino a uma negativa chocha – chocha porque falsa – de que pretenda o cargo, o que não serviu para livrá-lo de tomar uma carrada de desaforo dos colunistas atucanados da grande mídia.

Olimpíada prepara 'abafa-vaia' para Temer

Da revista Fórum:

A Organização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro planeja fazer uma operação “abafa vaia” durante a abertura dos Jogos Olímpicos que vai acontecer na próxima sexta-feira (5) no estádio do Maracanã.

Logo após Temer falar, a organização vai aumentar o som de uma música ou efeito sonoro de fundo em alto volume no estádio para que as emissoras de televisão não captem um momento constrangedor com vaias e xingamentos ao presidente interino. A informação foi apurada pelo jornal Folha de S.Paulo.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A ameaça autoritária que paira no Mercosul

Por Jeferson Miola

O impedimento da posse da Venezuela na presidência pro tempore do Mercosul é um golpe à democracia do Mercosul, porque significa a ruptura das regras previstas nos instrumentos jurídicos e legais do bloco. É um golpe à democracia comunitária que tem o objetivo estratégico de sabotar e debilitar o Mercosul para satisfazer os interesses de Washington.

O desrespeito dos governos da Argentina, Brasil e Paraguai à Constituição e à Lei básica do Mercosul - o Tratado de Assunção e o Protocolo de Ouro Preto - é uma evidência assombrosa da ameaça autoritária com viés fascista que transborda da dinâmica interna dos países para o plano regional e continental.

A maquiavélica indulgência de Moro

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

De repente, o juiz Sergio Moro, que cozinhou e ainda cozinha vários presos em suas masmorras, para só os liberar da prisão temporária mediante delação premiada, mandou soltar nesta segunda feira o publicitário João Santana e sua mulher Monica Moura. Uma indulgência fora do comum na Lava Jato, ainda que ao custo de uma fiança de R$ 31 milhões.

Prefeito que processou blogueiro é cassado

Por Antonio Barbosa Filho

Depois de muitas protelações e pedidos de vista nas três instâncias da Justiça, o Tribunal Superior Eleitoral confirmou por 4 votos a 3 a cassação do prefeito de Taubaté, Estado de São Paulo, José Bernardo Ortiz Júnior. Ele continuava no cargo mesmo depois de cassado pela justiça eleitoral local e pelo TRE-SP, graças a um recurso que tramitou durante quase um ano em Brasília.

Ortiz Júnior foi denunciado pelo então promotor-público eleitoral Antonio Ozório, minutos após o fechamento das urnas no segundo turno da eleição de 2012. Ozório apontava "abuso de poder político e econômico" do candidato do PSDB, envolvido num cartel para fraudar licitação de compra de um milhão de mochilas pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação, órgão do Governo do Estado. A autarquia era presidida pelo pai do candidato, José Bernardo Ortz, três vezes ex-prefeito e um coronel político em Taubaté desde 1982, tendo eleito todos os seus sucessores e rompido com todos ao longo dessas três décadas.

Os presos políticos nos Estados Unidos

Por Breno Altman, de Nova York, no site Opera Mundi:

O diplomata Andrew Jackson Young foi figura de destaque quando Jimmy Carter governava os Estados Unidos, entre 1977 e 1980. Nascido em Nova Orleans, negro e democrata, iria completar 45 anos quando assumiu o posto de embaixador nas Nações Unidas.

Era este o cargo que desempenhava quando deu, em julho de 1978, célebre entrevista ao jornal francês Le Matin. O assunto era a repressão contra dissidentes na União Soviética. Não hesitou, porém, em tocar nas próprias feridas nacionais.

“Ainda temos centenas de pessoas, em nossas cadeias, que poderia classificar como prisioneiros políticos”, afirmou Young, a respeito de ativistas que tinham sido encarcerados nos anos 60 e 70.

A Lava-Jato e o Photoshop dos fatos

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A politização do noticiário e da justiça criou o fenômeno conhecido da duplalinguagem. Há uma realidade de fato, mas que não pode ser descrita nas narrativas públicas, por pudor, modéstia e para não explicitar o fracasso do modelo democrático brasileiro.

Como no realismo latino-americano, há um cadáver no meio da sala, mas toda a família conversa normalmente, como se o morto ainda vivesse. De acordo com nossa tradição beletrista, não existem fatos que uma boa retórica não possa retocar. A retórica é o photoshop dos fatos.

O que falta para Bolsonaro ser cassado?

Por Camilo Toscano, no site do PT:

Incitação ao estupro, injúria, apologia a tortura, discriminação racial e agressão física a um senador. Tal lista de condutas atípicas é ostentada por um mesmo parlamentar: o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

A depender do tratamento que tem recebido de seus pares na Câmara dos Deputados, Bolsonaro não deve ter grandes preocupações. Nos últimos seis anos, foram quatro representações no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra ele com pedido de cassação de mandato. Nenhum outro parlamentar possui essa quantidade de representações. Até agora, contudo, todos os processos tiveram o mesmo resultado: o arquivamento.