quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Janot e os inquéritos contra Aécio

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Não se pode acusar o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot de imprevisível. Sua atuação tem ajudado a confirmar todos os cenários traçados pelo Xadrez sobre a maneira como trabalha os inquéritos contra seu conterrâneo, o senador Aécio Neves: empurrar com a barriga o máximo de tempo possível.

A delação do ex-senador Delcídio do Amaral criou uma dor de cabeça para Janot. Delcídio avançou uma série de acusações contra Lula, Dilma e o PT. Mas incluiu na delação denúncias contra Aécio. Como não poderia ignorar algumas denúncias e acatar outras, Janot foi obrigado a abrir dois inquéritos contra Aécio: um, sobre o sistema de propinas de Furnas; outro, sobre a falsificação de documentos para a CPMI dos Correios, visando ocultar o mensalão mineiro.

Patrimônio de Moraes e família cresceu 691%

Por Paulo Dantas, no blog Viomundo:

Em reportagem intitulada Alexandre de Moraes acumulou patrimônio milionário no serviço público, o site BuzzFeed revela que “entre 2006 e 2009, como membro do CNJ e secretário de Gilberto Kassab, o ministro comprou oito imóveis por R$ 4,5 milhões”.

Imediatamente, a matéria nos leva à questão: Qual seria a evolução patrimonial de Alexandre de Moraes e de sua família ao longo do tempo, já que trabalhou para a Prefeitura e o Estado de São Paulo?

A legislação obriga a publicação dos bens de agentes públicos, ocupantes de cargos do primeiro escalão, em Diário Oficial.

Você não foi convidado pra 'suruba' do Jucá

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Quem teve estômago para assistir à sabatina de Alexandre de Moraes, indicado a ocupar a vaga de Teori Zavascki como ministro do Supremo Tribunal Federal, saiu com mais uma prova de que uma parte considerável da classe política despirocou e desistiu de manter as aparências.

Mesmo com seu polêmico currículo – que inclui desde uma gestão violenta da segurança pública em São Paulo, passando pela inabilidade em gerenciar uma crise nacional do sistema penitenciário até chegar a denúncias de plágio acadêmico – destacado desde que seu nome foi confirmado por Michel Temer, em nenhum momento ele passou real sufoco. A oposição sumiu, literalmente. Para terem ideia do que foi a sabatina, as cervejas que temos com amigos, no final de semana, contam com mais momentos de treta do que a ovação, desta terça (21), em Brasília.

O urgente exorcismo dos vampiros do futebol

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                        

Se um marciano descesse no Brasil hoje, seria difícil fazê-lo entender porque clubes de futebol com camisa, tradição e objetos da paixão popular se submetem há décadas às imposições da CBF e das federações, abrigos de uma cartolagem, em geral, arcaica e corrupta que vive de sugar o sangue dos clubes.

O alienígena queimaria também suas antenas para enxergar alguma sensatez no fato de uma emissora de televisão monopolizar as transmissões dos jogos, impondo horários extravagantes que penalizam a torcida, pressionando por calendários que preveem um número de jogos excessivo que arrebentam os atletas e definindo a quem pagar mais e a quem pagar menos

Como fica o ensino médio com a 'reforma'

Por Monica Ribeiro, no site da UJS:

Publicada hoje no Diário Oficial da União a Lei 13.415 de 16 de fevereiro de 2017, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e outras leis da área. Com isso, chega ao fim a trajetória da reforma do ensino médio no campo da legislação. Agora é lutar em cada estado, pela manutenção e ampliação dos direitos que a reforma quer retirar. Como fica o Ensino Médio pela nova Lei:

O currículo fica dividido em duas partes: uma parte comum de 1.800 horas a todos/as estudantes e outra, dividida em cinco itinerários, em que o/a estudante terá que fazer aquilo que a escola/sistema ofertar (e não o que ele escolher, como diz a propaganda enganosa do governo).

Alckmin fechou 889 salas de aula em SP


Levantamento parcial do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) mostra que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) fechou pelo menos 889 salas de aula em escolas de diversas cidades do estado. A operação é classificada pela entidade como “reorganização disfarçada”, em alusão ao projeto de fechamento de 94 escolas que foi barrado depois de estudantes ocuparem 213 instituições de ensino, em 2015.

O último fio de cabelo de Alexandre de Moraes

Por Renato Rovai, em seu blog:

O ex-ministro da Justiça de Temer, ex-secretário de Segurança Pública do governo Alckmin e ex-secretário de quase tudo na prefeitura de Kassab, o advogado Alexandre de Moraes, deu hoje uma demonstração de que não vai para o Supremo Tribunal Federal tomar o chá da tarde com seus colegas de toga.

Sua missão é clara, é defender os amigos e jogar no ataque contra os adversários. Perguntando pelo senador Lindbergh (PT-RJ) se aceitaria renunciar ser juiz dos processos da Lava Jato, pois já tinha atuado com muitos acusados na sua trajetória política, ele não tergiversou. E só faltou Moraes dizer pro senador. “Ei, tolinho, tá pensando que eu cheguei até aqui por quê?”

Reforma previdenciária racha base de Temer

Ilustração: Marcio Baraldi
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com o início do funcionamento da comissão especial e do debate sobre a reforma previdenciária na Câmara, começa a ficar claro que nem a base parlamentar gelatinosa de Michel Temer está disposta a engolir o esbulho de direitos que ele e seu governo propõem. O relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), declarou que vai alterar a regra de transição para o novo regime, em que homens e mulheres só podem se aposentar aos 65 anos de idade. Na base, dezenas de deputados governistas já apresentaram emendas alterando diferentes dispositivos da proposta, na mesma linha do que faz a oposição.

Moraes no STF: despudor e desfaçatez

Por Jeferson Miola

O plagiador tucano Alexandre de Moraes preenche somente dois dos quatro requisitos constitucionais para ser juiz do STF: [1] é cidadão brasileiro, e [2] está na faixa etária de “mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade” [CF, art. 101].

Moraes não possui, todavia, os dois predicados substantivos exigidos pela Constituição: [1] falta-lhe notável saber jurídico, com autoria genuína [não plagiada], bem além de simples cartilhas, fascículos e manuais para concursos considerada como “obra jurídica”; e, [2] como plagiador de obras alheias e uma carreira manchada por favorecimentos e direcionamentos políticos, ele não possui reputação ilibada.

Presidenta da UBES é agredida na Câmara

Foto: Bruno Bou/Cuca da UNE
Do site da UBES:

“É lamentável que esta Casa esteja debatendo uma suposta doutrinação de estudantes enquanto a escola pública enfrenta problemas reais, como falta de estrutura, de material didático e até de merenda”, afirmou nesta terça (21) a presidenta da União Brasileira dos Estudantes, Camila Lanes, em audiência pública sobre o PL 7180/14 e apensados, do Projeto Escola Sem Partido. Chamado pelos estudantes de “Lei da Mordaça”, o projeto limita a autonomia de educadores e educandos em nome de uma suposta neutralidade.

Temer corre contra o tempo

Por Henrique Fontana, no site Sul-21:

“Às favas, neste momento, com os escrúpulos”, disse em 1968 o então ministro do Trabalho na ditadura, Jarbas Passarinho, em defesa da edição do Ato Institucional nº5 (AI-5), que permitiria a suspensão de todas as garantias constitucionais. Sem votos, sem aprovação popular e acuado por denúncias de corrupção, Temer segue o ensinamento. Em meio ao caos dos presídios e da segurança pública, deixando escrúpulos e até as aparências de lado, indicou seu ministro da Justiça, filiado ao PSDB, Alexandre de Moraes, como ministro ao STF e futuro revisor das ações da Lava-Jato; nomeou Moreira Franco, 34 vezes citado nas delações premiadas, como ministro de Estado com foro privilegiado; e, ainda, elegeu os investigados senador Eunício Oliveira (PMDB) e deputado Rodrigo Maia (DEM) para as presidências do Senado e da Câmara.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

CCJ aprova "Kinder Ovo" para o STF

Por Altamiro Borges

Por 21 votos a sete, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na noite desta terça-feira (21) a indicação do fascista Alexandre de Moraes para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O covil golpista de Michel Temer festejou a decisão, que deve ajudar a "estancar a sangria" das investigações de corrupção no país. No circo montado da "sabatina", os falsos moralistas cumpriram a contento o seu patético papel. Agora, a indicação do "guarda-costas" dos bandidos será submetida a aprovação do plenário do Senado, onde ele precisa do apoio de 41 dos 81 senadores. A votação secreta, assim como foi na CCJ, será realizada ainda nesta quarta-feira. 

Romero Jucá e as surubas do moralismo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Romero Jucá pratica a grosseria verbal com rara franqueza e acaba, por isso, deixando as verdades peladas na praça.

Ou o “estancar essa porra” que a gravação de Sérgio Machado revelou ser seu desejo em relação à Lava Jato, bem como o seu projeto de que “com o Michel tem acordo”, inclusive com o STF, não acabaram se tornando realidade que todos estão vendo?

Hoje, na manchete do Estadão, o líder do Governo no Senado tem mais um arroubo de sinceridade.

As reclamações tardias da Fiesp

Por Armando Boito Jr., no jornal Brasil de Fato:

Depois de participarem do movimento golpista ou ficarem (favoravelmente) neutros diante desse movimento, lideranças empresariais importantes, como Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e candidato a político profissional, e Benjamin Steinbruch, do Grupo Vicunha, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do Banco Fibra e 1º vice-presidente da Fiesp, vieram a público, por intermédio de artigos publicados seguidamente no jornal Folha de S. Paulo, fazer críticas à política econômica do governo Temer.

O resgate do mundo do trabalho

Por Emir Sader, na Revista do Brasil:

Por volta dos anos 1960/1970, a sociologia do trabalho era a coqueluche no plano das ciências sociais. Poucas décadas depois, os temas do mundo do trabalho parecem relegados a um assunto entre outros, como se a atividade de trabalhar tivesse deixado de ser aquela que ocupa a maioria esmagadora da humanidade, em grande parte das suas vidas.

Por um lado, houve transformações reais no capitalismo, que modificaram o lugar do trabalho e sua própria natureza, nos processos de reprodução do capital. Inquestionavelmente, as relações formais de trabalho diminuíram, embora a produção tenha aumentado exponencialmente.

O pesadelo capitalista videofinanceiro

Por Gilberto Felisberto Vasconcellos, na revista Caros Amigos:

Capitalismo videofinanceiro é a centralização e a concentração de capital. Capitalismo monopolista.O conceito de capitalismo videofinanceiro foi inspirado na teoria de Ruy Mauro Marini sobre a superexploração do trabalho e na mais-valia ideológica de Ludovico Silva. Esta aumenta quanto mais a massa trabalhadora é marginalizada socialmente. A televisão é propriedade de clãs parentais. Estes são os latifundiários das ondas eletrônicas.

A credencial de Moraes para o STF

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Desonestidade intelectual, truculência no trato com a sociedade civil, incompetência na gestão de cargo público e, claro, ser golpista. Eis as credenciais salientadas sobre Alexandre de Moraes, na tribuna democrática do Largo São Francisco, na noite desta segunda-feira (20.02.2017).

Durante uma hora e meia, professores da Faculdade de Direito da USP, lideranças sociais, estudantis e populares participaram do ato de repúdio, organizado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto (Direito-USP), às vésperas da sabatina do ministro na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Se aprovado, Moraes ocupará o cargo até, pelo menos, 2043, legislando e criando jurisprudência sobre questões fundamentais da vida nacional. Trata-se de “mais um passo do processo do golpe que estamos vivendo no país”, conforme alertou Jorge Souto Maior, professor de Direito do Trabalho da USP.

Lições do 'Atletiba' contra a Globo

Por André Pasti, na revista CartaCapital:

O clássico de domingo, 19, entre Atlético-PR e Coritiba (o “Atletiba”) entrará para a história como um capítulo na luta contra o monopólio da Globo no futebol brasileiro. Os clubes negaram o péssimo acordo financeiro proposto pela emissora para transmitir a partida e decidiram exibir o jogo em seus canais no Youtube e Facebook.

Com a torcida nas arquibancadas e os jogadores prontos para o jogo, o inacreditável aconteceu: a Federação Paranaense de Futebol, a pedido da Rede Globo, impediu a transmissão da partida online. Só haveria jogo sem transmissão, em recado da Globo aos clubes “rebeldes”. Como os clubes não recuaram, a federação impediu a partida de acontecer.

Reinaldo versus Joice: frenesi na direita

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

É curioso ver Reinaldo Azevedo em brigas. Muda o adversário, mas o roteiro que ele segue é sempre o mesmo. Zero em originalidade.

Desta vez, o alvo foi a jornalista Joice Hasselmann, com quem ele conviveu algum tempo na falecida TV Veja.

Num vídeo, ela o acusou de ter mudado. Joice pareceu especialmente magoada com uma expressão que Azevedo usou para designar o pessoal que vestia camisa verde-amarela e ia para as ruas contra Dilma: direita xucra.

O PSDB no segundo tempo do golpe

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o fator Alexandre de Moraes

Analise-se, primeiro, a ficha de Alexandre de Moraes:

1. Suspeitas de captar clientes entre grupos beneficiados por ele enquanto Secretário de Administração da gestão Gilberto Kassab na prefeitura de São Paulo.

2. Estimulador da violência inaudita da PM paulista contra estudantes secundários, inclusive permitindo o trabalho de grupos de P2 contra adolescentes.

3. Autor de um plano de segurança condenado unanimemente por todos os especialistas no tema.

4. Acusação de plágio em suas obras e uma resposta ridícula, na sabatina do Senado: a de que manifestações em sentenças de Tribunais superiores (no caso, da Espanha) não contempla direito autoral. Ora, ele copiou as manifestações sem aspas – isto é, apropriou-se do texto copiado.