domingo, 5 de novembro de 2017

A classe média como capataz da elite

Por Jessé Souza, no blog Diário do Centro do Mundo:

Este artigo é o resumo parcial de um fio condutor que percorre meu último livro a ser lançado em setembro de 2017, pela editora Leya, com o título “A Elite do Atraso: da escravidão à lava jato”. Neste livro, busco enfrentar o desafio ambicioso de formular uma gênese histórica alternativa à narrativa hoje dominante, seja na direita seja na esquerda do espectro político, da sociedade brasileira contemporânea. Embora no livro reconstrua a escravidão e seus efeitos desde o Brasil colônia, aqui a limitação de espaço me obriga a inquirir acerca de sua feição mais moderna. Como se constrói, no século XX, uma sociedade que reproduz todas as iniquidades do ódio, humilhação e desprezo contra os mais frágeis que caracterizam a escravidão?

O Globo e o marqueteiro 'caixa 2' do PMDB

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Globo publica hoje o vazamento da delação do publicitário Renato Pereira, que, em acordo de colaboração premiada fechado com a Procuradoria-Geral da República diz que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, o ex-prefeito Eduardo Paes, o ex-candidato a prefeito e deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ) e o ex-governador Sérgio Cabral negociavam, por seu intermédio, pagamentos “por fora” para suas campanhas eleitorais, através de sua agência de propaganda.

Samarco: Dois anos de lama, luto e luta

Por Camilla Veras, no jornal Brasil de Fato:

Neste domingo (05) o maior crime socioambiental do Brasil - e da mineração dos últimos cem anos - completa dois anos. A memória do rompimento da barragem de minérios de ferro da Samarco segue viva. Os impactos na vida e na saúde continuam afetando a população em toda região da bacia do Rio Doce.

O rompimento da barragem de Fundão despejou aproximadamente 50 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de minério liquefeitos ao longo de 663 km da bacia hidrográfica do Rio Doce, levando a morte 19 pessoas e um abortamento. A lama de rejeitos seguiu o curso dos rio Gualaxo Norte, Carmo e Doce. Contaminou a bacia, comprometeu a pesca e inviabilizou o fornecimento de água ao longo das cidades ribeirinhas.

Bispo-prefeito quer destruir carnaval do RJ

Foto do site http://www.carnavalesco.com.br
Por Bepe Damasco, em seu blog:

Dorival Caymmi registrou para a posteridade no Samba da Minha Terra : “Quem não gosta de samba bom sujeito não é, ou é ruim da cabeça ou doente do pé.” E a cabeça ruim, retrógrada e fundamentalista do bispo neopetencostal, e dublê de prefeito do Rio, Marcello Crivella, é hoje a maior ameaça ao desfile das escolas de samba do Rio e ao carnaval como um todo.

Faltando cerca de 100 dias para o carnaval, o desespero começa a tomar conta dos responsáveis pelo desenvolvimento do enredo das escolas. Agindo como líder religioso, e não como prefeito de uma cidade que tem no carnaval sua maior festa popular e traço cultural marcante, Crivella reduziu à metade a subvenção às escolas do Grupo Especial, de R$ 2 milhões para R$ 1 milhão, dividido em duas parcelas. Se depender do bispo, está condenado à morte por inanição o valioso produto de exportação do Rio, fator de atração de recursos e geração de emprego e renda.

Os estranhos poderes do Uber no Brasil

Henrique Meirelles e o presidente da Uber, Dara Khosrowshahi
Foto: Adriano Machado/Reuters
Por Roberto Santana dos Santos e João Claudio Platenik Pitillo, no site Outras Palavras:

Nesta terça-feira dia 1º de novembro o Senado votou um projeto (PLC-28) que deveria ser a regulamentação do Uber e demais aplicativos de transporte privado. Ao contrário do estardalhaço dos apoiadores do Uber, o projeto era muito simples e visava adequar esses aplicativos ao Código de Trânsito Brasileiro. Reduzia a fatia – de 25% para 5% – a fatia dos rendimentos dos motoristas abocanhada pela transnacional norte-americana. Exigia, entre outras coisas, vistoria anual nos veículos, registro dos mesmos no nome dos motoristas e habilitação adequada para o transporte particular de pessoas. Regras básicas de segurança e legalidade.

O partido Novo que já nasceu velho

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

O ex-presidente do Banco Central do governo FHC, Gustavo Franco, anunciou sua desfiliação do PSDB. Na última segunda-feira, ele deu entrevista para a Folha se mostrando bastante decepcionado com a crise ética pela qual passa o partido e decidiu se filiar ao Partido Novo. Foi o mesmo caminho seguido pelo ex-tucano e técnico de vôlei Bernardinho em abril. Com o PSDB dividido entre continuar apoiando ou não um governo marcado pela corrupção, talvez essa revoada de tucanos para o Novo seja uma tendência nos próximos meses. É um caminho natural, as eleições estão aí. Certamente muita gente vai querer dar uma repaginada no visual e trocar o desgastado uniforme azul e amarelo.

sábado, 4 de novembro de 2017

Ex-advogado do MBL denuncia Holiday. Fedeu!

Falsos moralistas agora caçam o nu

Dodge adere ao fascismo lavajatiano

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Previsivelmente, Raquel Dodge, nova procuradora-geral, indicada pelo Usurpador, adere ao movimento fascista que pretende derrubar a Constituição e instituir um novo regime penal, onde mais pessoas são presas antes de poderem se defender perante uma terceira e última instância.

Detalhe: o juiz brasileiro já pode prender qualquer pessoa a qualquer momento. A nova lei que querem instituir é apenas para derrubar os poucos instrumentos que permitem ao réu – ainda não condenado em última instância – aguardar o julgamento em liberdade.

O governo quer acabar com a Caixa

Por Jorge Mattoso, Maria Fernanda Ramos Coelho, Jorge Hereda e Miriam Belchior, no site Brasil Debate:

O Ministério da Fazenda, através de sua representante no Conselho de Administração, vem tentando transformar a Caixa em Sociedade Anônima, para, em seguida, colocar suas ações no mercado e desta forma ajudar o governo Temer e seu austericídio, destinando ao Tesouro Nacional os bilhões de reais que as ações poderiam gerar.

Mas a abertura de capital da Caixa levaria ao seu fim como banco 100% público até agora capaz de gerar políticas inovadoras, criar novos mercados, favorecer ações sociais e alavancar políticas anticíclicas em períodos de crise.


A falta de pluralismo da mídia brasileira

A ofensiva obscurantista no Brasil

Por Hamilton Pereira (Pedro Tierra), no site da Fundação Perseu Abramo:

Onde quer que se queimem livros, terminarão um dia por queimar pessoas”. Heinrich Ibsen.

Poderia iniciar este comentário expondo o sentimento de indignação ao lado de setores da sociedade brasileira que prezam a liberdade e a democracia diante da ofensiva obscurantista que se abriu contra exposições em museus e outras manifestações culturais, sob a alegação de obscenidade e indução à pedofilia. Razões que, supõe-se, atendem a objetivos de natureza moral. A ofensiva avança nesses dias mais um degrau, com a censura à apresentação de um dos mais importantes artistas brasileiros, o cantor e compositor Caetano Veloso que seria oferecida à grande ocupação do MTST em S. Bernardo do Campo, em sua luta pelo direito à moradia digna, anunciada para a noite de 30 de outubro, e impedida pela justiça. Agora sob o pretexto de insegurança. Em pouco tempo a liberdade de expressão e criação artística garantida pela Constituição se tornará mero pretexto para medidas de força.

Bancos lucram mais e cortam vagas

Ilustração: Marcio Baraldi
Da Rede Brasil Atual:

Mesmo com a crise brasileira, os principais bancos continuaram registrando lucro crescente e ampliaram ativos. A conta foi paga na outra ponta: enxugaram estruturas fechando agências e eliminaram milhares de postos de trabalho, aponta o Dieese. "É crescente a necessidade de se aprofundar o debate sobre o papel desempenhado pelo Sistema Financeiro Nacional, especialmente em relação aos três maiores bancos privados, tendo em vista que, mesmo diante do forte quadro recessivo no Brasil, eles apresentaram resultados muito superiores aos de outras empresas dos mais diversos portes e setores. Mesmo assim, os bancos demitem e agravam a situação do desemprego no país", diz o instituto em estudo sobre o setor.

Carlos Marighella: O operário da revolução

Do site Vermelho:

A transformação de personagens históricos em mitos costuma simplificar figuras complexas e superestimar a importância de momentos particulares, deixando em segundo plano as realizações de longo prazo. Foi o que aconteceu com Carlos Marighella.

O período da luta armada contra a ditadura militar, que construiu no imaginário popular a figura de um homem com um fuzil na mão participando de atos violentos, não passou de três anos.

Marighella, que faria 100 anos em 5 de dezembro de 2011, teve uma militância política de mais de 30 anos nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e só atuou na clandestinidade em períodos de intensificação da repressão e perseguição aos comunistas, tanto sob ditaduras como durante regimes mais democráticos.

Fies: Estudantes com a corda no pescoço

Por Katia Guimarães, no blog Socialista Morena:

O novo Fies do governo Temer, aprovado nesta terça, 31 de outubro, pelo plenário da Câmara dos Deputados, tem duas características fundamentais para atender o deus mercado: bancos privados atuarão como agentes operadores e farão a cobrança do financiamento estudantil. As instituições financeiras passarão a ter acesso aos recursos dos fundos constitucionais, de desenvolvimento e do BNDES como fontes de sustentação. Na gestão golpista, o financiamento estudantil virou negócio lucrativo para os bancos privados. Entre as principais mudanças estão as formas de pagamento da dívida e as taxas de juros do financiamento.

Bolsonaro não é zebra em 2018

Por Fábio Terra, na revista CartaCapital:

A zebra não é um dos animais do jogo do bicho. Por isso, é um resultado impossível e serve como metáfora para aquilo que ninguém esperava acontecer. Pois bem, é comum nas análises sobre as eleições de 2018 ouvir-se que o pré-candidato Jair Bolsonaro é zebra, mesmo com o desempenho crescente dele nas pesquisas recentes. Será? Pelo menos quatro fatores fazem crer que Bolsonaro imprimirá uma concorrência verdadeira nas eleições de 2018 e, assim, ele está no conjunto dos resultados possíveis.

O Judiciário e a insegurança jurídica

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Qual a segurança de que ainda pode dispor o homem comum do povo se a Justiça só tem olhos para ver os interesses dos donos do poder?

Até quando o corporativismo e o omisso Conselho Nacional de Justiça assistirão, impávidos embora comprometidos, a auto-degradação do Poder Judiciário, atingido em todas as suas instâncias, do piso à alta Corte?

O CNJ, sem vontade para julgar o ministro poderoso, tenta, porém, processar juízes fluminenses acusados de haverem feito proselitismo contra o impeachment

Postura de Luislinda só reforça preconceitos

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Mesmo num governo que é uma permanente fonte de indignação por parte dos brasileiros, a começar pela origem ilegítima, o desempenho da ministra dos Direitos Humanos Luislinda Valois chama a atenção por uma razão particular.

Num país onde a condição da mulher negra é uma tragédia social reconhecida pelas estatísticas e pelas cenas da vida cotidiana, na qual enfrenta a dupla opressão como mulher e como negra, em vez de ajudar no combate necessário ao preconceito e à discriminação, o comportamento da ministra apenas contribui para reforçar o que deveria ser eliminado e enfraquecer o que deveria ser fortalecido. Este é o aspecto lamentável do caso recente em que Luislinda Valois se envolveu.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

EUA vão instalar uma base militar no Brasil

A direita procura um candidato de centro

Por Emir Sader, no blog Diário do Centro do Mundo:

Difunde-se um suposto pânico da direita brasileira diante da polarização entre Lula e Bolsonaro. Difundem uma imagem catastrófica diante da alternativas “radicais” que esses dois candidato representariam para o País.

Centro era o PSDB, alternativa ao PT e ao Lula. Era FHC aliado ao PFL, implementando o neoliberalismo no Brasil. Esse era o “centro”.

O fracasso do Plano Real, a vitória do Lula, o sucesso dos governos do PT e as quatro derrotas sucessivas dos candidatos tucanos levaram o centro a aderir à alternativa do golpe. O projeto era o mesmo – restauração do modelo neoliberal, mas se abandonava a via democrática.