quinta-feira, 12 de abril de 2018

O que o futuro reserva para Sergio Moro

Por Renato Rovai, em seu blog:

Quando milhões de brasileiros cantavam o hino nacional e desfilavam com seus patos pelas ruas do país, Sérgio Moro era um herói.

Era aplaudido por onde passasse, ganhava prêmios, gravava vídeos defendendo projetos de lei, sambava na cara dos investigados.

Era o Super Moro.

Ontem, o juiz das camisas pretas, como costuma defini-lo meu amigo Rodrigo Vianna, começou a ver como a mão da história é pesada.

Ele foi vaiado e filmado por um grupo de estudantes que o esperavam na PUC-RS.

A moral anti-Lula

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A possibilidade de que o STF pudesse examinar hoje a constitucionalidade das prisões em segunda instância desencadeou pressões enormes, ocultas ou explícitas, para que isso não ocorresse, enquanto o PT e a defesa do ex-presidente Lula alimentavam, impotentes, a esperança numa deliberação que poderia levar à sua soltura. Prevaleceu a mais rasteira delas, o requerimento do PEN para que fosse adiado o exame de seu próprio pedido de liminar, suspendendo todas as prisões até o exame de mérito da questão, após destituir o advogado que o representava com uma franca explicação: “Não podemos favorecer o Lula. Nosso partido é de direita”.

Alckmin livre; “bucha” tucana será só Aécio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A notícia do dia – menos na Folha, que a reduziu a uma pequena chamada na capa e a uma cobertura “sem sal” do seu interior, além de pé de um editorial mais insosso ainda – foi aquilo que Bernardo de Mello Franco, em O Globo, definiu com muito espírito no título de sua coluna, referindo-se ao “apelido” do ex-governador de São Paulo na “lista da Odebrecht”: Salvaram o Santo: Alckmin está livre da Lava-Jato.

Rosa Weber e o estilo de seus óculos

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Rosa Weber surpreendeu ao votar contra a concessão de habeas corpus ao Lula em 4 de abril porque ela contrariou a própria consciência jurídica.

A decisão dela equivale a um atentado contra os próprios princípios – uma espécie de haraquiri ético.

Havia a expectativa, bastante fundamentada – em razão das posições que Rosa Weber sustentava até aquela sessão do stf –, que no plenário da suprema corte ela sustentaria sua posição original, ou seja, a favor da Constituição e contra a inconstitucionalidade da prisão sem o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, como determina o inciso 57 do artigo 5º da CF.

As provas que condenam Lula

Por Toni C. Lula da Silva

Querido Lula.

Não consigo imaginar como esse desfecho poderia ser diferente.

Pra essa gente a solução do mundo foi jogar o meu povo no porão de um navio escuro e fedido e arrastar para o outro lado do Atlântico.

Acorrentar, açoitar, aprisionar foram as soluções civilizadas dessa gente.

Dizimaram com a nossa população nativa, sem um pingo de arrependimento.

Escalpelaram as florestas, como uma baita solução.

Resposta à Folha: Precisamos falar sobre Gaza

Por Waldo Mermestein, Israel Dutra e Juliano Medeiros

Com indignação, lemos o artigo “O Antissemitismo permitido no PSOL” (10/04), publicado no site da Folha de São Paulo, no qual o cientista político André Lajst acusa o PSOL e seu Secretário de Relações Internacionais, Israel Dutra, de sustentar posições acerca da questão Palestina/Israel sem o devido conhecimento no tema e motivados pelo antissemitismo.

Essa linha de argumentação não é original: preocupados pela desmoralização de Israel - cuja narrativa oficial é cada vez mais desmascarada pela tratamento brutal dispensado aos palestinos, em particular os dos territórios ocupados há 50 anos -, os defensores de Israel procuram deslegitimar os que se opõem a essa opressão acusando-os de antissemitismo.

Inflação no chão é sinal da anemia econômica

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Mais uma vez a inflação mensal veio abaixo das expectativas do mercado. No mês de março a variação dos preços medida pelo índice oficial (IPCA/IBGE) foi muito próxima de zero (0,09%), de maneira que a taxa acumulada nos últimos doze meses alcançou apenas 2,68%

Com isso, pelo nono mês consecutivo a inflação anual permaneceu abaixo do piso da meta do Banco Central (3%), revelando que o conservadorismo da diretoria do BC tem exagerado no remédio e mantido a taxa de Selic fora do lugar, ainda acima do que seria necessário para o cumprimento da meta.

Três imagens de um país rasgado ao meio

Foto: Francisco Proner
Por Rafael Cardoso, no blog Diário do Centro do Mundo:

Duas imagens andaram circulando pela imprensa e as redes sociais, esses dias, tidas como simbólicas do momento histórico atual. Uma, clicada por Francisco Proner Ramos e distribuída mundialmente pela agência Reuters, mostra Lula carregado nos braços do povo. A foto foi feita de cima, de ângulo inusitado, e mostra uma massa colorida de gente espremida em torno do cortejo que carrega o ex-presidente para fora do sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo. A figura de Lula ocupa o centro nervoso da composição, para o qual convergem os olhares e a partir do qual irradiam círculos concêntricos de pessoas. O rosto dele não é visível por estar voltado para a multidão que o aclama, mas sua mão direita se estende ao encontro dos muitos braços erguidos na tentativa de tocá-lo. Em sua mão esquerda, firmada por outras mãos que o sustentam para que não caia, duas flores. Vários outros rostos, voltados para cima, são reconhecíveis. Logo atrás de Lula, por exemplo, vêm a deputada Manuela d’Ávila e o senador Lindbergh Farias. Porém, o enquadramento sagaz gera uma imagem que não valoriza nenhum indivíduo acima da massa, nem mesmo o próprio líder alçado fisicamente para o alto. Ela é a expressão visual acabada da frase pronunciada por Lula pouco tempo antes: “se não me deixarem caminhar, caminharei pelas pernas de vocês”.

A nova lei trabalhista não vai mudar

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Em 11 de julho do ano passado, por 50 a 26, o Senado aprovou o projeto que deu origem à Lei 13.467, de "reforma" da legislação trabalhista, que entrou em vigor em 11 de novembro. Para aprová-lo sem mudanças, uma voz insistente, a do líder do governo, Romero Jucá (MDB-RR), acenava com uma medida provisória que "corrigiria" alguns pontos considerados preocupantes até pela bancada alinhada ao Planalto. A MP veio, mas está quase indo embora, sem ser votada. E a lei ficará do jeito que está. "O governo fez de conta que apresentou um MP e deixou caducar", resume o senador Paulo Paim (PT-RS).

O avanço do estado de exceção no Brasil

Lula livre, nova etapa na luta por democracia

Editorial do site Vermelho:

A ilegalidade do golpe de 2016 deu um enorme passo no rumo da instabilidade política, com a contestada e inconstitucional prisão do ex-presidente Lula.

Uma página na luta política e democrática brasileira foi virada e a situação de exceção vivida pelo país ficou ainda mais evidente.

Mas o ataque à esquerda e às forças democráticas e progressistas cometido pela direita e os conservadores não seguiu o roteiro de seus sonhos– foi nos braços do povo que Lula apresentou-se a seus carcereiros, sem permitir a foto pretendida por seus algozes, que sonhavam apresentá-lo abatido e cabisbaixo, seguido por policiais.

EUA estão envolvidos na prisão de Lula

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Milícia Federal ameaça movimentos sociais

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

A carta do Sindicato dos Delegados da Policia Federal/seção Paraná é um indicativo claro de que o setor da PF atuante na Lava-Jato se transformou numa espécie de Milícia.

A partir de hoje, os movimentos sociais, os democratas, os sindicatos e todos aqueles que se opõem ao Golpes e aos abusos dessa operação parcial e eivada de ilegalidades (Lava-Jato) deveriam se referir ao bando armado do Paraná como Milícia Federal. É a mesma Milícia que visita o acampamento durante a noite, que intimida e que abriga sob suas barbas provocadores como aquele que atacou a deputada Manuela (sim, a Milícia Federal deu guarida para o provocador, dentro de suas dependências).

A irrupção do ódio na política brasileira

Por Diogo Cunha, no site Carta Maior:

A ordem de prisão expedida pelo juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula encerra mais um capítulo – que certamente não será o último – da crise que o Brasil atravessa desde 2013. Em entrevista ao Valor Econômico, publicada no dia 2 de março passado, Wanderley Guilherme dos Santos disse que nunca se deparou com uma crise igual a que se está vivendo hoje no Brasil: “Há uma desestruturação tão grande no sistema político, uma multiplicação de centros autônomos que, todavia, não podem ser domesticados, ou enquadrados”. O decano da Ciência Política brasileira ainda comparou a atual situação brasileira a uma tragédia grega: “Na tragédia grega todos os atores agem sabendo que não vão escapar ao destino, não importa o que façam. Todos que estão, hoje, no processo político brasileiro, com as posturas que estão tendo, sabem que o que desejam não vai acontecer. Só
que não podem agir de outro jeito”. Toda crise marca uma ruptura e a manifestação de conflitos latentes na coletividade; toda crise traz consigo fenômenos que se exprimem por meio de paroxismos emocionais e irracionais. Um dos componentes mais assustadores e graves da crise brasileira que ora atravessamos é a irrupção do ódio no espaço público.

Tragédia e mitificação de Lula

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Carmen Lúcia desmoralizou o STF para salvar Aécio Neves, um escroque da política brasileira, um corrupto degenerado. Carmen Lúcia rasgou a Constituição, não pela primeira vez, para ver Lula na cadeia. Dizem que militantes vandalizaram o prédio onde ela tem um apartamento em Belo Horizonte. Até pode ser verdade, mas foram apenas muros, talvez vidros. E o que dizer de Carmen Lúcia que vandalizou a Constituição, texto sagrado de uma nação, cuja dever de defender ela tinha acima de todos? Ela perdeu respeito devido e seu retrato deveria frequentar o frontispício do memorial dos traidores da Constituição que se deveria construir para que esta história de tempos sombrios que estamos vivendo servisse de lição para a posteridade.

Perversa combinação: desemprego e arrocho

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A opção relativa aos rumos para a política econômica, tal como adotada pelos sucessivos governos a partir de 2015, representou uma verdadeira tragédia para a grande maioria da população brasileira. O diagnóstico equivocado a respeito dos desequilíbrios nas contas públicas foi sendo martelado à exaustão pelos grandes meios de comunicação e pelos arautos do financismo. Como diz a música, parecia mesmo que “tá tudo dominado!” O consenso em torno da agenda conservadora era de tal ordem que Lula chega a sugerir a Dilma o nome de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda. E ela acaba optando por um genérico e nomeia Joaquim Levy para o cargo no início de seu segundo mandato. O estrago estava a caminho.

Lava-Jato agora vai pegar os tucanos?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Já estava pegando mal, dando muito na vista.

Após quatro anos de Operação Lava Jato, enquanto a cúpula do PT era dizimada, os tucanões denunciados continuavam voando livres, leves e soltos, condenando a corrupção alheia.

De repente, uma notícia aqui e outra acolá, muito discretamente, alguns figurões do PSDB começaram a aparecer no noticiário político-jurídico-policial que ocupa todos os espaços e horários mais nobres.

O presidenciável Geraldo Alckmin, o senador e ex-candidato a presidente Aécio Neves e o onipresente operador tucano Paulo Preto, um a um eles foram entrando na roda.

FHC volta a atacar

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Em seu mais recente artigo, Fernando Henrique Cardoso se superou. Pouca gente acreditava que conseguisse ultrapassar as marcas anteriores, mas foi além. Fez pior que de costume. 

Aproveitando-se do assassinato de Marielle Franco, é intitulado Civilização ou Barbárie, e foi publicado, como de hábito, nos Santos Evangelhos da direita brasileira, O Globo e O Estado de S. Paulo. O texto reapresenta as velhas ideias do ex-presidente e termina insinuando, pela milésima vez, que não há ninguém melhor que ele próprio para ser presidente da República.

Manipulação grotesca contra direitos de Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A pressão para impedir o Supremo de realizar o debate necessário sobre o trânsito em julgado, questão que pode abrir a porta da cela solitária onde Lula se encontra confinado desde a noite de sábado, 7 de abril, confirma que a Justiça brasileira encontra-se num grau escandaloso de manipulação por interesses políticos, que nada tem a ver com o respeito a lei e a defesa da Constituição.

Para desistir de uma liminar de sua autoria que pedia o cumprimento - urgente - do artigo 5 LVII da Constituição, confirmado pelo 283 do Código de Processo Penal, o presidente do PEN, Adilson Barroso, empregou argumentos incompatíveis com os fundamentos elementares do Estado Democrático de Direito, como a imparcialidade e o respeito aos direitos de todos, qualquer que seja sua preferência política, origem social e raça.

Eleitorado à beira de uma crise de nervos

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

A frase de John Maynard Keynes é bem conhecida: “Quando os eventos reais de um século não perturbaram suas ilusões, o homem normal considera o que foi normal durante três gerações como parte do contexto social permanente”.

Não, não é necessário pensar a partir de um período tão longo assim – um século. Quando os eventos reais dos últimos doze anos não perturbavam as expectativas, o homem normal achava que aquilo que foi normal nesse período era parte do contexto social permanente. Mas não é. E vamos percebendo isso rapidinho, rapidinho.

Pensemos neste quadro abaixo: