quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Eleições 2018: A nuvem, o jabuti

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O STF não concluiu ontem o julgamento que ainda pode transformar o candidato Jair Bolsonaro em réu mais uma vez.

Já o candidato a vice na chapa de Lula, e seu provável substituto, o ex-prefeito Fernando Haddad, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, que o acusa de enriquecimento ilícito e prática de caixa dois em 2012.

Réus não são impedidos de disputar eleições mas há um jabuti por aí, rondando a árvore, desde que dois ministros do STF colocaram em dúvida se réu eleito pode assumir a Presidência da República.

Fux: “o charlatão togado”

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Charlatão, nos ensina Houaiss, é “que ou aquele que se apresenta nas praças ou nas feiras para vender drogas e elixires reputados milagrosos, seduzindo o público e iludindo-o com discursos e trejeitos espalhafatosos (diz-se de mercador ambulante)”. Ou, por extensão, no sentido pejorativo: “diz-se de ou pessoa muito esperta que, ostentando qualidades que realmente não possui, procura auferir prestígio e lucros pela exploração da credulidade alheia; mistificador, trapaceiro, impostor”.

Por que Zé Dirceu assim qualifica Luiz Fux, em Zé Dirceu: Memórias?

Lula e a prudência na análise

Por Geraldo Galindo

A grande maioria dos articulistas a serviço da mídia empresarial escreve seus textos tendo como referência o objetivo político dos patrões (e deles próprios), não levando em consideração a realidade objetiva. Quantas vezes eles decretaram o fim de Luiz Inácio? Quantas vezes previram o sucesso do governo Temer, com a derrubada da Dilma? Quantas vezes anunciaram a retomada do crescimento econômico? Nestes três casos citados, os escribas conservadores produziram milhares de artigos, reportagens, vídeos, para fazer crer que suas previsões eram corretas, quando na verdade eram apenas o desejo das classes dominantes. Neste momento, estão todos a exaltar a suposta dificuldade de Lula para transferir votos a Haddad/Manuela, quando, na verdade, é a própria vontade de que não haja a transferência que os move.

Lula venceu os indignos

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

A estas alturas do calendário eleitoral, um prognóstico parece inapelável: Lula, mesmo isolado e incomunicável no cárcere político, venceu a Globo e a Lava Jato, e criou um impasse monumental para a ditadura jurídico-midiática.

Roubar a eleição do Lula, tida como certa de ocorrer já no primeiro turno, agrava a ilegitimidade do regime de exceção e aumenta sobremaneira o custo político e social de manutenção da ditadura.

Vivemos na ditadura dos bancos, diz Harvey

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“O papel dos bancos mudou. Adam Smith pensava que os bancos existiam para servir as pessoas, mas agora é o oposto. Hoje em dia, as pessoas trabalham para servir aos bancos. Por causa de suas dívidas. Isso vai produzir raiva e as pessoas vão se dar conta de que vivem na ditadura dos bancos centrais do mundo. Talvez seja melhor viver sob a ditadura do proletariado.”.

Palavras de David Harvey ao Tutaméia na noite de quinta-feira, 23.08. Em nosso estúdio caseiro, o geógrafo britânico marxista falou das crises do capitalismo, da ascensão conservadora na América Latina, do avanço do autoritarismo após o crash de 2008, de seu apoio à campanha pela libertação de Lula:

Chegou a hora da polarização real

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Foi um circo de horrores a entrevista do Jornal Nacional desta terça-feira (28), um enfrentamento entre a direita e a extrema direita. Nada teve de original. Apenas sinalizou uma das táticas em cogitação pelo núcleo duro das classes dominantes.

A Rede Globo, de ligações notórias com todo tipo de golpismo, mola propulsora do impeachment que afastou do governo uma presidenta legítima e democraticamente eleita, cérebro, alma e voz da prisão do presidente Lula e do empenho por sua interdição na campanha eleitoral, afetou ares de democratismo e porta-voz de críticas ao reacionarismo jurássico do entrevistado. Ninguém se engane.

Os dois candidatos aloprados

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

O desfile dos candidatos pela TV, nos debates, é algo fantasmagórico. Tudo ali parece fake, conversa fiada, porque o que realmente conta fica de fora. Nos temas e nas pessoas. Não se fala de nada que faça diferença. Nem está ali o candidato que faz a diferença. Um pouco do fora do tom de vez em quando sobrevoa a fala do Boulos, com a imagem que carrega, ou a de Ciro, quando apela ao endividamento das famílias. Mas é pouco, bem pouco.

Quem quer sabotar a Lei de Dados Pessoais

Por Rafael A. F. Zanatta, no site Outras Palavras:

A aprovação da Lei de Dados Pessoais foi uma das maiores vitórias da sociedade brasileira nesse conturbado ano de 2018. No entanto, como resumiu Ronaldo Lemos, na Folha de S.Paulo, “a Lei de Dados Pessoais já nasceu desgovernada”.

A proposta original, construída com esforço coletivo de acadêmicos, ativistas, empreendedores e parlamentares, foi bruscamente impactada pela remoção de um dos pontos centrais da legislação: a criação de uma autoridade independente capaz defender os direitos dos cidadãos perante violações cometidas por empresas privadas e pelo próprio poder público.

Lula expõe o fracasso da política externa

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O Brasil está sob pressão internacional para liberar a candidatura presidencial de Lula. Líderes políticos, personalidades e até um comitê da ONU defendem a autorização. Não é uma situação incômoda apenas para a Justiça mais cara do planeta. É sinal também de insucesso da política externa comandada pelo PSDB após a degola de Dilma Rousseff.

A primeira missão dos tucanos era convencer o mundo de que o impeachment não foi golpe. Em busca de ajuda, eles apelaram de cara ao Tio Sam. O senador Aloysio Nunes Ferreira, hoje ministro das Relações Exteriores, foi a Washington conversar com algumas autoridades e empresários assim que os deputados permitiram que o Senado julgasse Dilma.

O errático debate com os presidenciáveis

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

A cada debate ou sabatina com os presidenciáveis fico ansioso para ver o candidato sendo “espremido” pelos jornalistas com perguntas inteligentes sobre os problemas relevantes do País. Mas não é o que tem acontecido. Nesta semana, a bancada do Jornal Nacional tem recebido os candidatos mais bem posicionados, segundo as pesquisas de intenção de voto, para sabatina.

Bolsonaro sapateou sobre Bonner no ‘JN’

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Errei, e errei feio, quando imaginei que Jair Bolsonaro ‘afinaria’ na entrevista de hoje no Jornal Nacional.

Foi o inverso: mesmo usando, de novo, uma grotesca “cola” escrita a caneta na mão, o candidato da extrema-direita colocou Willian Bonner no chão e sapateou impiedosamente sobre ele.

Não é o que desejo que importa, é o impacto que teve sobre o grande público, não sobre nossos círculos bem-informados e “politicamente corretos”.

A vitória de Lula sobre Moro

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

A Operação Lava Jato, anunciou O Globo, está em seus momentos finais. É “consenso no gabinete de Raquel Dodge de que a Lava-Jato – em Curitiba – está naturalmente entrando em sua fase final”, afirmou Guilherme Amado neste domingo, 26 de agosto.

“Naturalmente”, afinal, qual serventia teria agora a Operação de Sérgio Moro? Se golpeada desde 2014, a Petrobras encontra-se esquartejada para fins de privatização, conforme sonhavam, desde os anos 1990, os neoliberais tupiniquins e principais financiadores do golpe. Essa casta capaz de roubar das gerações futuras o usufruto dos recursos provenientes do pré-sal que seria, todos sabem disso, o passaporte dos nossos filhos e netos para o século XXI.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Greve de fome e o silêncio dos cúmplices

Por Tânia Maria de Oliveira, no site Carta Maior:

No tempo veloz das redes sociais e da ignorância planejada da mídia sobre o que não interessa ser exposto, a seletividade é a norma. O mundo dos jornais, revistas e, sobretudo, da TV, permite-se descolado da realidade social de tal modo que, no Brasil, é permitido aos grandes meios de comunicação ignorar que há 23 dias 7 pessoas, militantes de movimentos populares, estão em greve de fome, pedindo que o Supremo Tribunal Federal paute uma ação que julga o princípio constitucional da presunção de inocência.

Por que eles fazem pesquisa "sem o Lula"?

Globo quer Lei Falcão contra o PT

Por Geraldo Seabra, no blog Diário do Centro do Mundo:

Por meio de seu principal comentarista, Merval Pereira, a TV Globo propôs na noite desta quarta-feira (22) algo parecido com a aplicação da Lei Falcão contra o Partido dos Trabalhadores. Em seu comentário no Jornal das Dez, do canal Globonews, Pereira defendeu que o TSE vete a presença de Lula durante a campanha eleitoral no rádio e na televisão, que começa no próximo dia 31, até mesmo “em fotografia atrás de Haddad”.

Mídia mente para prejudicar candidatura Lula

Por Vagner Freitas, na Rede Brasil Atual:

Manchetes que mentem, distorcem, interferem na eleição:

"Bolsonaro se isola na liderança; Marina e Ciro disputam 2º lugar"

"Bolsonaro lidera corrida presidencial em cenário sem Lula"

"Sem Lula, Bolsonaro lidera corrida eleitoral, diz Ibope

As manchetes desta terça-feira (21) dos jornais diários de maior circulação no País sobre os resultados das pesquisas eleitorais Ibope e CNT/MDA faltam com a verdade aos leitores e a todo o País. "Folha de São Paulo", "O Estado de São Paulo" e "O Globo", cada um dentro do seu projeto editorial, informam erroneamente que o candidato Jair Bolsonaro lidera as duas pesquisas de intenção de voto. Mentira: o líder de fato e de direito é o candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva.

Despenca o orçamento para as cisternas

Lula inaugura cisterna em Lagoa Seca/PB, em 2003
Foto: Ricardo Stuckert
Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O orçamento do Programa de Cisternas passou de R$ 643 milhões para R$ 70 milhões entre 2014 e 2018. Isso é muito grave, considerando o grande desafio da população rural que reside no semiárido brasileiro: a convivência com a escassez hídrica.

Para viver no semiárido é preciso estocar água para diversos usos, principalmente para consumo humano, produção de alimentos e criação de animais. Entre as tecnologias sociais existentes, a construção de cisternas mostrou-se bastante eficiente em municípios rurais difusos, nos quais se torna complexa a instalação de rede de abastecimento de água pelo Estado. As cisternas são construções que armazenam a água da chuva e possibilitam que uma família de até cinco pessoas possa utilizar a água para consumo humano durante oito meses em período de seca.

Chapa completa e “cola” pronta

Por João Guilherme Vargas Netto

Estamos às vésperas do primeiro turno eleitoral, um exagero que pode ser desculpado pela urgência em definir desde já as candidaturas preferidas. Faltam apenas 45 dias para o primeiro turno, tempo que passa muito rápido.

Perante a urna eletrônica ao exercer o voto (munidos de “cola”) devemos digitar, pela ordem, o número do candidato a deputado federal (quatro dígitos, os dois primeiros do partido), o número do candidato a deputado estadual (cinco dígitos, os dois primeiros do partido); em ambos os casos se digitarmos apenas os dois primeiros dígitos partidários o voto será computado para legenda.

Ascensão de Lula desmoraliza a mídia

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

É razoável supor que há, dentre o portentoso – e crescente – número de eleitores que pretendem votar em Lula, dois grupos.

O primeiro percebe a sua condenação e prisão como injusta e como um instrumento para retirá-lo da disputa eleitoral. Para este grupo, é óbvio que a insana ofensiva do Judiciário e da grande mídia contra o ex-presidente não tem nada a ver com combate ao crime – e tudo a ver, para ficarmos no jargão global, com perseguição política.

A falta de transparência do Sistema S

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Pouco mais de um ano após a reforma trabalhista, o fim do imposto sindical obrigatório desestruturou as finanças dos sindicatos de trabalhadores; por outro lado, entidades patronais ganharam reforços de recursos por meio do chamado "Sistema S" – conjunto de organizações que inclui Senai, Sesc, Sesi e Sebrae mantidas com contribuições recolhidas da folha de pagamento de empresas.

Em fevereiro, por exemplo, um decreto assinado pelo presidente golpista Michel Temer (MDB) obrigou a reserva dos recursos da qualificação dos trabalhadores rurais pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para as entidades patronais do setor agrícola: 5% para o financiamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e outros 5% para as federações estaduais.