segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Bolsonaro é candidato do setor financeiro

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

“Bolsonaro é uma contradição”, diz a economista Leda Paulani. O motivo está no fato de o candidato do PSL ser alguém de origem militar, mas que abriu mão de pautas em defesa da soberania e do desenvolvimento nacional para agradar o mercado. Ao aproximar-se do guru Paulo Guedes, ele abraça o liberalismo econômico, mas ignora valores liberais, como respeito à individualidade e às crenças. “Juntou o pior dos dois mundos”, resume. Uma combinação que o financismo não rejeita, ao contrário.

“Eu não tenho nenhuma dúvida de que agora todo o setor financeiro vai cair de boca no Bolsonaro”, aposta Leda, que é professora da USP.

Toga e farda irmanadas na escalada fascista

ONU acusa Brasil de ‘má-fé’ contra Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Pela segunda vez o Comitê de Direitos Humanos da ONU exorta o Brasil a respeitar o Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos e acusa o país de violar os direitos humanos de Lula, a quem chama de vítima, e de violar a Convenção de Viena sobre Tratados internacionais. A ONU reafirma, em nota, que o Brasil tem obrigação de cumprir o tratado que assinou.

Veto militar a Lula é um risco para o país

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao colocar as Forças Armadas no papel de guarda armada da Operação Lava Jato, o general Villas Boas compromete a função da instituição num regime democrático e prepara uma armadilha para o futuro dos militares brasileiros.

O veto a Lula representa um retorno ao projeto tacanho e autoritário de várias gerações de comandantes militares que tiveram um triste papel em nossa história política. Tentaram impedir a candidatura de Juscelino em 1955 e a posse de Jango em 1961, quando colocaram o país às portas de uma guerra civil. Organizaram o golpe de 64, pressionaram pelo AI-5 em dezembro de 1968 e, como se não fosse suficiente, em 1969 assumiram o governo num golpe dentro do golpe, entrando para o anedotário com o apelido divertido e corajoso de Três Patetas, criado por Ulysses Guimarães, primeira liderança civil da redemocratização.

Vamos conversar sobre fascismo e ódio?

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Todos, independentemente da opinião que têm sobre este ou aquele político ou partido, precisam parar, respirar fundo e recompor suas posturas e comportamentos, sem precisar abrir mão de suas opiniões, antes que seja tarde demais para o convívio entre diferentes. Ter uma visão crítica sobre os acontecimentos - mesmo sobre aqueles que vão ao encontro das suas opiniões - é fundamental neste momento.

Ao longo desse conturbado processo político que o Brasil vive, pelo menos desde 2013, um fenômeno perigoso tem sido o protagonista: o discurso de ódio. Ele emergiu das profundezas para se tornar o principal ingrediente da acirrada disputa entre dois projetos antagônicos de país, de sociedade.

Globonews e a miséria do jornalismo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A entrevista de Fernando Haddad à bancada da Globonews é reveladora de um dos vícios mais entranhados no jornalismo brasileiro: a incapacidade dos entrevistadores de analisar realidades complexas.

Eles fazem um tipo de pergunta padrão e esperam uma resposta padrão para a qual já tem engatilhada uma tréplica padrão. Quando o entrevistado sofistica um pouco a análise e inclui outros elementos na resposta, provoca um curto-circuito nas cabeças dos entrevistadores. E eles não sossegam enquanto não receber a resposta padrão, para poderem rebater com a tréplica padrão.

O esgotamento da Nova República

Por Gustavo Zullo e Jaime León, no site Brasil Debate:

Entendemos que a crise que atravessa o país vá para muito além de uma “mera” crise política ou de uma crise econômica iniciada a partir da atuação de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Apresentamos brevemente a hipótese de que a crise atual expressa um estágio avançado do esgotamento da Nova República, período histórico de conciliação de classes que se assentou sobre uma base econômica já em declínio - o que, economicamente, deve ser compreendido desde duas perspectivas.

O desafio de pacificar o país

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Nos dias que precederam o impeachment da ex-presidente Dilma, justificando a medida que lhe presentearia com o governo, a pretexto de punir corriqueiras pedaladas fiscais, o presidente Temer fez pregação correta que não teria capacidade de cumprir. “Alguém precisar ser capaz de pacificar e reunificar o país”.

Se ela não foi, ele, muito menos. Mas já não importa, porque será de todos, e sobretudo do futuro presidente, o desafio de pacificar um pais que, tal como indicado pelo atentado contra o candidato Bolsonaro, segue marchando para a radicalização e a cisão, vizinhas da barbárie.

Bolsonaro e o antagonismo político

Por Pedro Estevam Serrano, na revista CartaCapital:

O lamentável ataque ao deputado e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) nos impele a uma imprescindível reflexão sobre a fragilidade do momento político e social que atravessamos.

Chantal Mouffe, uma das mais importantes teóricas da política contemporânea, observa muito precisamente que, diferentemente do que gostaríamos, a política não é mero debate racional de ideias pelo qual se chega ou se pretende chegar a um consenso. A ação política é também orientada por afetos, paixões e sentidos de diversas naturezas, ou seja, é muito mais ambiente afetivo do que de consenso racional e, justamente por isso, é feita de disputas.

Bolsonaro, Amoêdo e Alckmin são perigo

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Temos que fugir como o diabo da cruz não apenas do Bolsonaro, mas também do Amoêdo e do Alckmin. Essa gente é um perigo muito grande para o Brasil. Eles vão nos condenar ao subdesenvolvimento de longo prazo”.

A advertência é de Luiz Carlos Bresser-Pereira em entrevista ao Tutaméia [confira os detalhes no vídeo]. Para ele, existem hoje “dois candidatos muito bons: Lula/Haddad e Ciro”. Ambos, diz, adotam em seus programas propostas do novo desenvolvimentismo e “têm condições de governar o Brasil”.

domingo, 9 de setembro de 2018

As eleições e a linguagem do povo

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

As eleições deste ano buscam sensibilizar um eleitorado no qual 49% dos que têm mais de 25 anos ainda não completaram o ciclo do Ensino Fundamental (IBGE); no qual 95 milhões de brasileiros têm renda de até R$ 14 por dia (46%) e 41 milhões, renda entre R$ 14 e R$ 21 por dia (20%); no qual 13,7 milhões de desempregados se somam aos milhões que perderam as esperanças de encontrar uma vaga.

Buscar mantê-los na ignorância, doutriná-los por meio da televisão, controlá-los pela violência parece ser a alternativa adotada pelos donos do poder para tentar submetê-los à sua vontade. Segundo eles, as questões sociais não cabem no orçamento público e os pobres têm de ficar no seu lugar.

Mídia brasileira esconde caos na Argentina

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Já contabiliza uma morte a crescente onda de saques a supermercados na Argentina, algo que a mídia tradicional tem se esforçado para manter embaixo do tapete.

O menino Ismael Ramírez, de apenas 15 anos, morreu na segunda-feira em decorrência de um disparo de arma de fogo na cidade de Saenz Peña. Há pelo menos mais uma vítima em estado grave que foi encaminhada ao hospital na província argentina do Chaco.

Em Comodoro Rivadavia o saldo foi de nove detenções também ocorridas durante o saque a um Carrefour e na noite de ontem (dia 4), ao menos outras duas ocorrências: em Mar del Plata um grupo de aproximadamente 15 pessoas saqueou um supermercado (na fuga quatro foram detidos), e uma tentativa a um pequeno comércio acabou frustrada pelo proprietário que disparou tiros para o alto.

Agressão a Bolsonaro não muda a eleição

Por Marcelo Zero

O lamentável atentado contra Bolsonaro, que deve ser condenado por todos, embora possa ter algum impacto de curto prazo na opinião pública, não terá consequências significativas nos resultados das eleições.

Isso por dois motivos principais.

Em primeiro lugar, porque, apesar das especulações surgidas, o atentado foi obra clara de um indivíduo completamente desequilibrado, desses que fala sozinho e acredita em teorias da conspiração.

Um esquizofrênico que vive fora da realidade. Não, foi, portanto, um atentado político, como foram os disparos contra a Caravana de Lula e o bárbaro assassinato de Marielle Franco, até hoje não esclarecidos.

Lula e a eficácia dos meios hegemônicos

Por Ezequiel Rivero, no site Carta Maior:

A intervenção do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, que se pronunciou em agosto a favor de que Lula exerça seus direitos políticos e seja candidato presidencial, não foi acatada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro, que decidiu aumentar ainda mais a ação e pressão da Justiça sobre o ex-presidente e suas possibilidades, agora remotas, de ser candidato.

Que papel tiveram os meios de comunicação, em particular a Rede Globo, na cobertura do processo que conduziu o ex-mandatário à prisão?

Argentina: crise, falsa saída e contágio

Por Mark Weisbrot, em entrevista a Greg Wilpert, no site Outras Palavras:

Nos últimos dias, a crise econômica na Argentina está se tornando cada vez mais séria. Semana passada, o presidente Maurício Macri anunciou um novo aumento nas taxas de juros do país, elevando-as a 60% - as mais altas do mundo. A medida visa deter a fuga de capitais e o declínio da moeda argentina. O peso já caiu mais de 50% desde o começo do ano, e despencou mais uma vez no início da semana. Macri planeja também aumentar os impostos sobre exportação e introduzir medidas de austeridade ainda mais duras do que as já introduzidas este ano. O ministro das Finanças do país, Nicolas Dujovne, descreveu assim seu plano:

"Resposta de ódio" a quem "prega o ódio"

Do jornal Brasil de Fato:

"Um cara que prega o ódio recebeu uma resposta de ódio", lamentou, ao Brasil de Fato, a psicanalista Maria Rita Kehl em referência ao ataque a faca contra o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG), durante um ato de campanha em um centro comercial da cidade. Enquanto era carregado nos ombros por um de seus seguranças, Bolsonaro foi perfurado por uma faca na região do abdômen e foi levado à Santa Casa, onde passou por uma cirurgia para reparar perfurações nos intestinos grosso e delgado, segundo informações repassadas pelo hospital à imprensa.

A mídia e a contaminação do Judiciário

Por Glauco Faria, na Rede Brasil Atual:

O instituto da delação ou colaboração premiada, celebrizado na Operação Lava Jato, já havia sido adotado como uma estratégia no caso Banestado. Seu ressurgimento, com o mesmo juiz, Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato, resultou, no entanto, em um número muito maior de sentenças condenatórias. Seu uso também foi mais difundido e, em parte, isso se deve a um fator fundamental: a cobertura midiática.

PT processa Janaína Paschoal e Magno Malta

Do blog Viomundo:

Na madrugada deste domingo, 9/9, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com ação penal contra Janaína Conceição Paschoal e o senador Magno Malta pelos crimes de calúnia e difamação.

A primeira, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A segunda, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ambos disseminaram mentiras em relação à facada sofrida por Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência da República, em juiz de Fora (MG), na última quinta-feira, 06/9.

Valentes com Haddad; mansos com o general

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ontem falou-se aqui do grau de rebaixamento do jornalismo brasileiro com o Tribunal da Inquisição montado pela Globonews para queimar vivo Fernando Haddad.

Enganou-se quem achou que era o mais baixo degrau a que poderiam descer.

A entrevista do General Hamilton Mourão, ontem, foi ainda pior.

Tibieza, covardia, palavras mansas, tons suaves, mesmo quando os assuntos eram os mais brutais.

'Novo' nome para a velha direita neoliberal

Arte: Bancários Rio
Por Marina Lacerda, no blog Socialista Morena:

É comum apresentar as propostas relacionadas ao extremo liberalismo econômico como algo “moderno”, no sentido atualizado, fresco, recém-fundado, inexperimentado. É isso que faz o Partido “Novo”. Suas “novidades” são Estado Mínimo, “menos intervencionista, com menos impostos e menos burocracia”; livre mercado; empreendedorismo; privatizações…

Tudo, na verdade, muito velho.