domingo, 30 de dezembro de 2018

O ocaso dezembrista de Temer

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Tenho no mês de dezembro o lapso temporal mais paradoxal do calendário. E não estou aqui narrando das coisas do horóscopo ou das múltiplas complexidades das pessoas nascidas em sagitário ou capricórnio. Tampouco filosofando sobre o fracassado movimento dezembrista que, no distante 26 de dezembro de 1825, reunindo militares e a alta nobreza russa, queria impedir a posse do futuro czar Nicolau I, conhecido por sua crueldade.

O primeiro ato da resistência a Bolsonaro

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Foi justa a decisão do PT, acompanhada pelo PSOL e o PCdoB, de não comparecer à cerimônia de investidura do governo da extrema direita.

É o primeiro ato de uma Resistência que nas novas circunstâncias se afigura prolongada, complexa e sinuosa.

A situação política criada com a eleição do governo de extrema direita é por si só anormal, agravada pelo fato de ser um governo resultante da fraude e do engodo.

Sua posse não será uma cerimônia, uma festa, um protocolo, uma juramentação constitucional, mas o ato oficial de inauguração de uma nova época política. Ilusão pensar que em Primeiro de Janeiro procede-se a uma mera alternância de governo.

Lava-Jato acredita nas mentiras do Queiroz

Por Jeferson Miola, em seu blog:         

Se nem mesmo os integrantes e figuras centrais do governo Bolsonaro acreditam nas lorotas do Queiroz, ninguém teria justificativa para acreditar nas suas mentiras, certo? Errado!

Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Marcelo Bretas e os justiceiros da Lava Jato não só aceitam como legitimam a versão mentirosa do Queiroz.

Depois da conversa de vigarista do Queiroz no SBT [ler aqui], ninguém acreditaria que o farsante seria levado a sério. Errado!

Previdência: empobrecimento programado

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Principal luta social de 2019, a resistência da maioria dos brasileiros ao projeto de reforma da Previdência acaba de ganhar um reforço indispensável no plano das ideias e argumentos.

Em vez alimentar o debate no plano da luta ideológica, a Associação Nacional dos Participantes dos Fundos de Pensão (Anapar) patrocinou um levantamento da FSB Pesquisa sobre a realidade da população de 210 milhões de brasileiros que será chamada a pagar a conta de toda mudança que vier a ser realizada no sistema de aposentadorias em vigor no país. Foram feitas 2045 entrevistas domiciliares com pessoas com mais de 16 anos, em 152 municípios, entre 8 e 13 de novembro. O resultado é um necessário banho de realidade. Exemplos:

sábado, 29 de dezembro de 2018

Mesmo preso, Lula é inimigo para Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Não passa um dia sem que Bolsonaro e família façam algum ataque grosseiro ao ex-presidente Lula, encarcerado há 9 meses em Curitiba.

Preparados para a guerra, militares precisam sempre de um inimigo a ser abatido para justificar a própria existência.

Lula foi escolhido para ser esse inimigo.

Fora do Exército há 30 anos, o mesmo tempo em que virou político profissional do baixo clero, o capitão reformado quer herdar a popularidade de Lula como seu antagonista, combatendo-o mesmo depois da eleição.

Os efeitos da facada no Sistema S

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Paulo Guedes quer ‘meter a faca’ no Sistema S. Em reunião com executivos da Firjan, o superministro de Bolsonaro falou em cortar pela metade o repasse ao sistema que concentra 11 entidades dedicadas à formação profissional e a uma gama de serviços de bem-estar social.

Ainda durante a campanha, ventilou-se que o sistema seria totalmente reformulado. A equipe de Guedes fala agora em acabar com a contribuição obrigatória, a exemplo do que ocorreu com o imposto sindical. Ele explicou que, se os patrões não cooperarem, a derrama será maior: “se tiver a visão do Eduardo Eugênio [presidente da Firjan], corta 30%; se não tiver, corta 50%”.

2018, um ano difícil para a democracia

Do site Vermelho:

A memória do ano que finda será a de um tempo de atentados contra a democracia e de graves retrocessos iniciados no golpe de Estado de 2016 e que vão se acentuar a partir da posse do governo de Jair Bolsonaro. E também será a memória da intensa luta democrática e do fortalecimento da resistência.

Democracias também são mortas em silêncio

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:

Habituamo-nos a pensar que os regimes políticos se dividem em dois grandes tipos: democracia e ditadura. Depois da queda do Muro de Berlim em 1989, a democracia (liberal) passou a ser quase consensualmente considerada como o único regime político legítimo. Pese embora a diversidade interna de cada um, são dois tipos antagônicos, não podem coexistir na mesma sociedade, e a opção por um ou outro envolve sempre luta política que implica a ruptura com a legalidade existente. Ao longo do século passado foi-se consolidando a ideia de que as democracias só colapsavam por via da interrupção brusca e quase sempre violenta da legalidade constitucional, através de golpes de Estado dirigidos por militares ou civis com o objectivo de impor a ditadura.

A saída do bolsonarista Alexandre Garcia

Bolsonaro agradece Alexandre Garcia pela graça alcançada
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Alexandre Garcia deixou a Rede Globo nesta sexta-feira, dia 28, e livrou a Globo de um constrangimento, que era sua militância bolsonarista.

Em um comunicado interno, o diretor de jornalismo Ali Kamel, aquele do clássico “Não Somos Racistas”, prestou uma espécie de homenagem ao antigo funcionário.

Em nossa conversa, Alexandre me disse que deixa a Globo, mas não o jornalismo. Ele continuará a ter seus comentários políticos transmitidos por duzentas e oitenta rádios Brasil afora. Do mesmo jeito, continuará a escrever artigos para um sem número de jornais por todo o país. E, entre seus planos, está o de acrescentar outro títulos ao seu livro de grande sucesso “Nos Bastidores da Notícia”, lançado em 1990 pela Editora Globo.

O Brasil na imprensa internacional

Por Carlos Eduardo Silveira, no site Carta Maior:

2018 foi um ano em que aumentou a atenção do mundo com o Brasil. Não foram só as eleições, mas diversos acontecimentos, como a prisão de Lula, um ícone mundial, o assassinato de Marielle e a ascensão de Jair Bolsonaro que traz à lembrança, particularmente dos europeus, do período mais terrível vivido por eles. Mas também a deterioração da experiência democrática do país, duramente conquistada. Os massacres, os assassinatos, não só de Marielle, mas de muitos líderes ambientalistas, indígenas e de movimentos sociais foram notícia ao longo do ano, sem a predominância que outras questões tiveram, à exceção do caso Marielle e a violência generalizada foram sempre noticiados.

Posse de Bolsonaro e o funeral da democracia

Por Marcelo Zero

Em condições de normalidade democrática, as cerimônias de posse do novo presidente são festas da democracia. Elas são a manifestação maior do principio da soberania popular.

Contudo, neste 1º de janeiro de 2019, a cerimônia de posse do candidato neofascista terá um tom lúgubre.

Não será, de forma alguma, uma comemoração da democracia.

Ao contrário, será uma espécie de funeral das instituições democráticas e dos direitos que as conformam.

Com efeito, como comemorar democraticamente a posse de um candidato que manifestou, inúmeras vezes, seu total desprezo pela democracia?

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Alexandre Garcia será porta-voz de Bolsonaro?

Por Altamiro Borges

O site Na Telinha, hospedado no UOL, informa que o jornalista Alexandre Garcia decidiu encerrar a sua carreira de 30 anos na TV Globo. “Na manhã desta sexta-feira (28), o diretor de jornalismo da emissora, Ali Kamel, emitiu comunicado falando sobre a saída de Garcia e agradecendo por todos os serviços prestados. O motivo de sua saída não foi mencionado, mas especula-se que tenha a ver com um recente convite para compor a equipe de comunicação do governo Jair Bolsonaro, que começa no dia 1º de janeiro”. Não causaria surpresa, já que o jornalista adora fascistas e milicos. Antes de ingressar na Globo, ele foi porta-voz do general João Baptista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar – e só foi defecado após posar na revista Playboy.

Corruptos e drogas na equipe de transição

Por Altamiro Borges

Um mês após a operação policial, a Folha revelou nesta semana as sujeiras de mais um “colaborador” da hermética e sinistra equipe de transição do presidente Jair Bolsonaro. Vale conferir trechos da reportagem assinada por Walter Nunes:

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Na manhã de 27 de novembro, policiais federais e fiscais da Receita entraram no apartamento do advogado Thiago Taborda Simões, em São Paulo, em busca de provas sobre a suposta atuação de uma quadrilha que operava um esquema de fraude, sonegação e lavagem de dinheiro que pode ter dado prejuízo de R$ 500 milhões ao Fisco.

Durante as buscas, os investigadores apreenderam documentos, encontraram uma caixa com maconha e cocaína e um crachá de acesso ao local de trabalho da equipe de transição do governo do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília.

A posição do Brasil no mundo

Por Samuel Pinheiro Guimarães

“A geografia é a política das Nações” - Napoleão (1769-1821)

“O Brasil está fadado a ser, por tempo indefinido, um satélite dos Estados Unidos” - Raul Fernandes, Ministro das Relações Exteriores – 26/08/1954 a 12/11/1955


1. A política exterior e a posição do Brasil no mundo se transformaram radicalmente desde a posse de Michel Temer, resultado de golpe de Estado político/midiático/judicial em 2016.

2. A julgar pelas manifestações do presidente eleito, de familiares e de seus ministros indicados, essa mudança de política e de posição deverá se acentuar na gestão do Presidente Jair Bolsonaro, a partir de 2019, devido à sua visão do mundo e da sociedade brasileira.

Queiroz reproduz comunicação de Bolsonaro

Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:

As respostas de Fabrício Queiroz em entrevista ao SBT nesta quarta-feira (26) não serviram para esclarecer as origem das movimentações financeiras atípicas apontada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no início do mês. "Sou um cara de negócios, faço dinheiro", justificou o ex-assessor e coordenador de segurança do deputado estadual, e agora senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Bolsonaro dá facada na saúde pública

O jogo será outro a partir de janeiro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Jair Bolsonaro deve mesmo aproveitar estes últimos dias de descanso e lazer no refúgio militar da Marambaia. Daqui a sete dias vai terminar, para ele, o tempo da campanha prolongada, das exibições demagógicas de simplicidade, vestindo bermudas e esfregando a barriga no tanque de lavar roupa.

Ainda que deteste a imprensa, não poderá governar pelas redes sociais.

Nem se escorar no trololó ideológico e comportamental, pois começará o tempo efetivo das cobranças por resultados. E eles vão depender, essencialmente, do que Paulo Guedes fizer na gestão da economia.

Queiroz e a bajulação no SBT

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A entrevista que o laranja de Bolsonaro deu ao SBT foi uma disputa entre entrevistado e entrevistador de quem daria mais vergonha alheia. O que chama atenção é que, segundo o próprio Queiroz, ele faltou não uma nem duas vezes a intimações para depor no Ministério Público: faltou QUATRO vezes. Ah, se fosse o Lula… Seria condução coercitiva na primeira.

Entrando na Era do Novo Normal

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Para dizer a verdade – e já brigando com o título da coluna - ingressamos na Era do Novo Normal faz algum tempo. Primeiro com o dedão do pé como quem, na praia, experimenta para ver se a água não está muito fria. Estava glacial e mesmo assim enfiamos o resto do pé. E assim ficamos, imitando uma dessas aves pernaltas.

Agora, oficialmente a partir deste 1º de janeiro que chega com a faca nos dentes e exalando hálito de urubu, vamos meter o pé que falta. Ou os quatro pés como insinuam The New York Times, Le Monde, El País, Le Figaro, Libération, Deutsche Welle e o restante daquela imprensa a soldo de Moscou, Havana, quem sabe Pyongyang.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A tentativa de sequestro do governo do RN

Por Renato Rovai, em seu blog:

Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, foi a única governadora eleita pelo PT em 2018. Todos os outros vitoriosos da sigla foram reeleitos, Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piaui). Para atingir este objetivo, a futura governadora teve de superar uma campanha duríssima em que derrotou todas as oligarquias locais (Maia, Alves, Ciarlini e Faria – do atual governador Robison Faria) que se juntaram contra ela.

No segundo turno, seu adversário foi Carlos Eduardo Alves, o Cadoca, que renunciou a prefeitura de Natal para enfrentá-la. Sobrinho do ex-governador e ex-ministro Aluísio Alves e primo do ex-governador Garibaldi Alves, que se candidatou ao Senado e teve apenas 13% dos votos.