quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Perguntas urgentes
Charge: Dan |
Ao menos uma pergunta paira, como sombra palpável, sobre nós: haverá segundo turno?
Outras, porém, ficam zumbindo de maneira permanente na minha pobre alma.
Não, não me refiro à reação do Tchutchuca do Centrão tanto se for derrotado no primeiro turno como no segundo. Por tudo que ele já deixou claro, haverá de tudo, menos uma reação digna.
A esta altura, ele deve ter chegado à conclusão de que não há espaço nem clima para tentar um golpe. Mas que vai incentivar seus seguidores mais radicalizados a saírem pelas ruas, quanto a isso não me restam dúvidas.
Quais, então, as perguntas zumbidoras?
São basicamente duas.
Onda Lula vira tsunami antifascista
Foto: Ricardo Stuckert |
A onda Lula engatou uma espiral ascendente; um tsunami antifascista e pró-democracia está em formação.
Parece consolidado na imensa maioria da sociedade brasileira o sentimento de que em 2 de outubro o país está confrontado a escolher entre a democracia ou o fascismo.
De modo geral, as pessoas percebem que não se trata de uma simples eleição, mas da sobrevivência da democracia para podermos começar a urgente reconstrução do país.
A repulsa do povo aos desatinos do Bolsonaro, ao terrorismo bolsonarista e ao desastre do governo militar impulsionam a onda Lula.
O cansaço com os desatinos bolsonaristas é incontível, e se reflete na rejeição do Bolsonaro, superior a 50%. O voto útil, neste sentido, ganha forte empuxe, pois representa o alívio imediato que pode pôr fim ao pesadelo.
Respaldado pelos altos índices de intenções de votos que podem elegê-lo já no primeiro turno, Lula tem buscado e conquistado significativos apoios na cruzada antifascista e em defesa da democracia.
terça-feira, 27 de setembro de 2022
Governo decreta sigilo em visitas de Micheque
Charge: Zé Dassilva |
Com o bombástico título – “Governo Bolsonaro decreta sigilo de 100 anos em visitas a Michelle” –, o jornal Estadão publicou nesta segunda-feira (26) um detalhado levantamento sobre os segredos do fascista no poder. O candidato Lula tem prometido em todos os eventos de sua campanha que uma das primeiras medidas do seu governo será acabar com esses segredinhos, o que deve apavorar o “capetão” e assustá-lo ainda mais com o fantasma de sua prisão, dos seus filhotes e até da primeira-dama – carinhosamente apelidada de Micheque Bolsonaro.
Votar com coragem
Charge: Latuff |
Chego à rodoviária para comprar uma passagem. O rapaz que me atende mostra o mapa de assentos livres no ônibus e peço a ele: “Aperta o 13.” Recebo de volta um belo sorriso. Por alguns segundos, me senti integrante de uma rede secreta de resistência, que compartilha mensagens em código e estabelece uma súbita afinidade silenciosa entre dois estranhos.
Tenho participado, como jornalista e cidadã, de todas as campanhas para presidente desde 1989 e nunca tinha percebido, como percebo agora, o medo que faz muita gente se encolher, o temor que aprisiona, intimida, corrói, desagrega, ergue muros, por vezes, definitivos.
Estratégica do medo usada pelo bolsonarismo
Charge: Carol Cospe Fogo |
A todo o momento nos deparamos com situações de violência política que vão desde episódios de agressão verbal e física até assassinatos, o que vem gerando um ambiente agressivo e inseguro para boa parte da população. Um dos casos mais recentes de que se tem notícia ocorreu no final de semana, na cidade de Cascavel (CE), quando, segundo testemunhas, um homem entrou num bar perguntando quem votaria em Lula. Um eleitor do ex-presidente se apresentou, houve uma discussão e ele acabou sendo esfaqueado.
O desamparo do bolsonarista sem poder
Charge: Aroeira |
Os brasileiros não querem saber de armas nem de ditadura. Sempre quiseram a vacina contra a Covid. Para 69% deles, há corrupção no governo Bolsonaro.
A grande maioria não confia nunca no que Bolsonaro diz e 55% não votariam de jeito nenhum no sujeito. Mulheres, nordestinos, negros e pobres desprezam Bolsonaro.
Mas Bolsonaro está no poder. É uma excrescência política e humana, mas foi eleito. A maioria não concorda com o que o sujeito é e representa, mas ele governa o país.
Esse Bolsonaro teve a chance de caminhar para o centro, depois de eleito, alargando alcances, mas caminhou ainda mais para a sua faixa fundamentalista.
Quase dois terços dos brasileiros sabem o que ele significa como monstruosidade. E o outro terço também percebe o que ele é, mas aceita ou tolera ou compreende que seja assim.
Eleições, reta final
Por Frei Betto, em seu site:
No próximo domingo, 2 de outubro, mais de 156 milhões de eleitores irão às urnas decidir quem deve ocupar na administração pública brasileira funções servidoras de deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente da República.
A maioria dos votantes, segundo pesquisas comprovam, já sabe em quem votar, sobretudo quanto aos cargos majoritários, governador e presidente da República.
No próximo domingo, 2 de outubro, mais de 156 milhões de eleitores irão às urnas decidir quem deve ocupar na administração pública brasileira funções servidoras de deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente da República.
A maioria dos votantes, segundo pesquisas comprovam, já sabe em quem votar, sobretudo quanto aos cargos majoritários, governador e presidente da República.
Será uma eleição de caráter plebiscitário, na qual o povo brasileiro decidirá se o governo deve continuar em mãos de quem defende milicianos; protege a si próprio e familiares de investigações de corrupção; acoberta garimpo ilegal, incendiários e devastadores de florestas, invasores de territórios indígenas e comércio ilegal de armas; ignora crimes cometidos por forças policiais; despreza as mulheres, a ciência, o sofrimento das vítimas de Covid e seus familiares; e trata os adversários com ódio e escárnio.
A semana mais longa da década
Charge: Zepa |
Jair Bolsonaro ganhou um Padre Kelmon para chamar de seu nos debates da reta final da campanha. Quinta-feira, na Globo, com a presença de Lula, a dupla dinâmica deverá ter ainda a ajuda de Ciro Gomes para bater no petista.
A última incógnita é o tom de Simone Tebet, uma candidata que até agora tem chances de sair da eleição politicamente maior do que entrou, mas que pode botar tudo a perder se formar ao lado dos trogloditas nesse momento final.
O debate da Globo é, na superfície, a principal variável da última semana antes da eleição.
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