sexta-feira, 18 de abril de 2025

Mídia abre espaços generosos para golpistas

Charge: Aroeira/247
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Não consigo deixar de me indignar com um certo tipo de cobertura jornalística sobre o projeto de anistia, que a escória da política quer aprovar sobre pau e pedra na Câmara dos Deputados, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ou seja, uma iniciativa parlamentar legítima como outra qualquer.

Quer dizer, então, que merece ser encarada de forma séria e republicana uma proposta que poupa de punição os protagonistas da tentativa de sabotar a democracia e ferir de morte a soberania popular?

Repare o latifúndio de espaço oferecido pelos telejornais, sites jornalísticos e veículos impressos da imprensa comercial às escaramuças, pressões e tratativas para assegurar a impunidade dos participantes da intentona de 8 de janeiro, principalmente dos mentores, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.

Se tivéssemos uma mídia realmente comprometida com premissas democráticas e republicanas, o projeto de anistia seria relegado ao rodapé das publicações. A idiotice da vez agora é culpar a vítima, no caso o governo, pelo avanço da tese da anistia no Legislativo mais reacionário de todos os tempos.

Zero Hora se livrou de JR Guzzo?

Por Moisés Mendes, em seu blog:

Fui conferir uma informação que recebi e descobri é isso mesmo: é de 28 de março a última coluna de JR Guzzo publicada em Zero Hora.

O maior jornal do sul do país pode ter deixado de publicar a coluna do comentarista político preferido do fascismo, distribuída pelo Estadão. Há outros nesse nicho, mas não no mesmo nível.

Já me provocaram com uma dúvida: mas o jornal não teve figuras semelhantes em outras épocas? Semelhantes, talvez. Iguais a JR Guzzo, nunca.

Durante 27 anos, convivi em Zero Hora com todo tipo de gente, que existe em qualquer lugar, em lojas, indústrias, padarias, escritórios, açougues, relojoarias, shoppings e inclusive jornais.

A vitória de Glauber Braga

Ação hacker do Brasil gera crise com Paraguai

Massacre de Eldorado do Carajás segue impune

Agricultura familiar e mulheres no sindicalismo

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Malafaia e deputado do PL brigam feio!

Hoje, tudo é busca por monetização

Como o Brasil deve reagir ao tarifaço de Trump?

Parece que Vargas Llosa não leu seus romances

Vargas Llosa. Foto: Prefeitura de Madri
Por Carlos Azevedo, no site da Fundação Maurício Grabois:

"Parece que Vargas Llosa não leu seus próprios romances.”

O comentário, feito pelo escritor argentino Ricardo Piglia, dá uma indicação da aguda contradição entre a obra libertária e as posições políticas direitistas do autor peruano, falecido no último domingo (13).

Nem sempre foi assim. Até os 35 anos, Llosa foi um marxista vigoroso, entusiasta da revolução cubana e de Fidel Castro. Começou a se decepcionar quando se deu a intervenção da União Soviética na Tchecoslováquia, em 1968, e com a prisão de um escritor pelo governo cubano, em 1971. Passou a valorizar a democracia, a defender ideias liberais, a iniciativa privada, o livre mercado e foi tendendo cada vez mais para a direita.

O caos de Trump e a montanha russa da Europa

Charge: Enrico Bertuccioli/Cartoon Movement
Por Flávio Aguiar, no site da RFI:

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogou a Europa numa montanha russa. Não se trata do fato dele se propor a negociar a situação da Ucrânia diretamente com Moscou. Mas sim ao sobe-desce e aos solavancos em que ele atirou o continente com seu "tarifaço" da semana passada, e seu recuo parcial na sequência.

Trata-se de um “recuo parcial” porque ele apenas suspendeu a sua aplicação aos países europeus por noventa dias, ao invés de revogar o tarifaço. Ao mesmo tempo, num primeiro momento manteve sua aplicação e elevou-o a 145% para a China.

Depois recuou de novo, isentando do "tarifaço" produtos eletrônicos chineses importados pelas big techs dos Estados Unidos. Fica a dúvida sobre o porquê deste último recuo: se foi a pressão das empresas norte-americanas, ou o contra-tarifaço chinês, taxando em 125% produtos dos Estados Unidos.

"Uma no cravo e uma na ferradura"

Glauber Braga e a degradação do parlamento

Charge: Latuff/247
Por Manuel Domingos Neto

A defesa do mandato de Glauber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia.

Não se trata apenas de solidariedade a um valente parlamentar perseguido. Trata-se de manter a dignidade mínima do Legislativo.

Não sabemos exatamente como surgiram e evoluíram os Estados, mas sabemos que, em seu formato moderno, ocidental e burguês, legisladores autônomos são inerentes ao preceito de soberania popular.

A degradação dos Parlamentos, que não controlam aparelhos repressivos, antecede golpes de Estado.

A cassação de Glauber culminaria o descredenciamento contínuo da atividade parlamentar iniciado após a Constituinte de 1988.

Armínio Fraga no capitalismo de rapinagem

Charge: Amarildo
Por Jeferson Miola, em seu blog:

A proposta do Armínio Fraga de congelar por seis anos o salário mínimo que hoje é de 1.518 reais é uma indecência.

O poder de compra do atual salário mínimo, que seria de menos de 900 reais não fosse a política de aumento real implantada pelos governos petistas e interrompida por Temer e Bolsonaro, é insuficiente para atender as necessidades essenciais dos trabalhadores e suas famílias.

Só para comprar os itens alimentícios da cesta básica o trabalhador brasileiro gasta, em média, mais de 40% do salário mínimo. Em São Paulo o custo da cesta básica é o maior do país – R$ 851,82, quase 60% do salário mínimo. Um detalhe: mais de 70% das famílias brasileiras sobrevivem com no máximo dois salários mínimos.

O Dieese calcula que em fevereiro de 2025 o salário mínimo deveria ser de R$ 7.156 para propiciar condições mínimas de sobrevivência de famílias de quatro pessoas.

Caos e burrice não gerarão empregos nos EUA

Divulgação
Por Marcelo Zero, no site Viomundo:

O que Trump está fazendo não tem precedente histórico equivalente.

Sua atuação brutal, improvisada, bisonha e errática, principalmente na área econômica, estende um manto obscuro de perplexidade e incerteza em todo o mundo.

Suas intermináveis “idas e vindas” em torno do “tarifaço” ou dos vários tarifaços e sua obsessão em torno de um protecionismo primário, exacerbado e sem uma estratégia racional mergulharam o planeta numa Era do Caos, segundo a sisuda e conservadora The Economist.

Ao contrário do que se possa acreditar, a recentemente anunciada pausa de 90 dias no tarifaço, está longe de resolver o caos instalado e não significa que Trump desistiu de sua desvairada e improvisada agenda protecionista.

Em primeiro lugar, porque ninguém sabe o que Trump fará daqui a 90 dias. Nem mesmo ele.

Em segundo, porque as tarifas de 10% continuam para todo mundo, além das outras tarifas específicas, como as do aço e as dos automóveis, por exemplo.