sábado, 9 de outubro de 2010

O genro de FHC e os judas da Petrobras

Reprodudo artigo de Brizola Neto, publicado no blog Tijolaço:

Fernando Henrique dava tanta importância a encaminhar a entrega do petróleo brasileiro que colocou para dirigir a Agência Nacional de Petróleo seu próprio genro, David Zylbernstein.

Não ouvimos falar em nepotismo, então, não é?

Este senhor, hoje, é, sabidamente, um dos assessores de José Serra.

E vende “expertise” na área de energia com uma empresa, a DZ Negócios com Energia, que proclama abertamente em seu site que ”a empresa foi fundada em 2002 e desde então vem assessorando empresas do setor e investidores interessados no mercado brasileiro.”

Eles estão jogando pesado para atingir a Petrobras com denúncias e, pior, com a ajuda dos grandes bancos, com especulação para produzir uma queda nas ações da empresa e tentar demonstrar o impossível: que ela não é uma empresa eficiente, produtiva, promissora e lucrativa.

Ao contrário do ditado do tempo de meus avós, quem desdenha da Petrobras, não quer comprar, quer vender esse tesouro do povo brasileiro.

Um povo que foi às ruas, há 60 anos, defendendo o petróleo que, àquela altura, apenas se imaginava haver aqui. Por uma Petrobras que comecou a produzir com dois mil barris diários e que hoje produz dois milhões de barris por dia, podendo chegar em poucos anos a quatro milhões diários.

Hoje temos não a intuição, mas a certeza de que nosso país repousa sobre uma das maiores reservas pretrolíficas do mundo.

Será possível que não possamos dizer ao povo brasileiro que, ao ir às urnas dia 31, é isso que ele estará colocando em jogo? Será que vamos ficar presos a discussões estéreis, sobre a opinião dos candidatos sobre coisas sobre as quais eles não tem nem poder nem responsabilidade e vamos deixar este tesouro ser entregue?

O povo brasileiro jamais nos perdoará se não dissermos a ele que é isso o que está em jogo. O povão, sofrido e desinformado, tem o direito de não perceber. Nós, não.

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A máquina conservadora e a retranca do PT

Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:

Há quem acredite, ainda, que eleger Dilma ou Serra não faz tanta diferença assim.

Serra já deu todas as demonstrações de que vai bater da “medalhinha pra cima” – como se dizia na época em que eu jogava de lateral-direito (e batia da medalhinha pra cima, aliás). Com Serra estão a extrema-direita militar, as igrejas evangélicas mais conservadores, a Opus Dei, a TFP, a ala mais nefasta do novo catolicismo e os interesses econômicos de quem quer interromper a política de independência econômica e diplomática do Brasil.

Essa turma não brinca em serviço. Acabo de receber a seguinte mensagem, de uma pessoa muito bem informada sobre os bastidores da CNBB:

“Rodrigo

Informação quente e urgente… Um bispo de direita tentou aprovar no conselho-geral da CNBB um manifesto ultra conservador, mas a plenária não apoiou.

Dai, os bispos da Regional Sul da CNBB resolveram por conta própria fazer um folheto igual. O Dom Demétrio escreveu um texto denunciando esse novo panfleto feito pela regional.

Por causa dessa reação do Dom Demétrio, a CNBB soltou a nota oficial de ontem, você deve ter visto.

O PSDB soube do panfleto da regional sul, e mandou imprimir 2 milhões de cópias do mesmo para distribuir nas escolas católicas!

Acho que isso deveria ser difundido… Já foram distribuídos, pelo que soube.

A fonte é de um diretor de escola católica das mais tradicionais.”


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Imaginem se Serra ganhar graças a essa onda. O que será o governo dele? Um vale-tudo em que a Globo, a Veja, os ruralistas, a direita católica, os mercadistas mais reacionários, os demo-tucanos derrotados nas urnas (e loucos para uma vingança contra “essa raça” de lulistas) vão dominar o Estado.

Diante disso, a pergunta: o PT vai continuar jogando feito seleção do Parreira? Vai tocar a bola de lado, esperando o tempo passar?

O programa da Dilma, na reestréia do horário eleitoral, foi muito bem feito. O de Serra também, diga-se (apesar de lamentável, pela exploração do tema do aborto). Tecnicamente, Dilma levou alguma vantagem porque o programa dela foi mais bem acabado, com um toque mais autoral da turma de João Santana. Ok. Tudo ótimo.

Acontece que a eleição não será decidida no horário eleitoral. Lula e o PT acostumaram-se a avançar sem politização. Tudo feito sem choque, dissolvendo os conflitos, aparando as arestas, chamando um ou outro empresário de comunicação pra pedir: “vocês estão pegando muito pesado, vamos maneirar…”.

Pois bem. Isso não vai da certo. O que Dilma e Lula precisam fazer é partir para o ataque. Até porque o tempo de TV no horário político é o mesmo para Serra e Dima. Serra tem todo o resto: “Veja”, “Folha”, Globo e as Igrejas a pautar o Brasil com a pauta que interessa a Serra.

Como equilibrar esse jogo?

Não é com marquetagem, mas com povo na rua.

Acabo de ler, no Azenha, que Jacques Wagner (governador eleito da Bahia) já percebeu que o caminho é esse.

Lula quer a comparação entre dois polos: FHC/Serra X Lula/Dilma. Serra, que não é burro, pautou Brasil pra outro debate. E, convenhamos, a pauta virou pro lado que interessa a Serra.

Enquanto Dilma aposta na TV, de forma leve, Serra joga tudo na máquina conservadora: panfletos, missas, manchetes, boatos…

Aliás, leio na “CartaCapital” que a campanha petista reconheceu que “demorou a reagir aos boatos no primeiro turno”. Demorou porque só consulta marqueteiros e pesquisas qualitativas.

Aqui nese blobg em meados de setembro, eu postei o primeiro alerta sobre a boataria religiosa, que me chegou de um militante de esquerda do Rio Grande do Sul. Passei dias e dias falando sobre isso. Vários amigos blogueiros, confiando no comando da campanha petista e nos marqueteiros, diziam: você é pessimista demais, alarmista, essa eleição está ganha.

O resultado está ai. Há quem diga: faltaram apenas 3 milhões de votos. É fato. O problema é que Serra pode sangrar Dilma com a máquina conservadora que está a seu serviço. Máquina que, nada me tira da cabeça, tem entre seus operadores gente de fora do Brasil.

Nos anos 60, achavam que era paranóia dizer que a CIA queria derrubar Jango. A turma mais à esquerda dizia: “Jango é moderado, não precisa de CIA pra derrubar o Jango, os Estados Unidos não iam se meter nisso”. O professor Moniz Bandeira provou, na reedição de seu livro sobre o Governo João Goulart, que os EUA enviaram pra cá centenas e agentes nos dois anos que antecederam a queda de Jango.

A articulação pra derrubar Lula/Dilma também é grandiosa. Também ouço muita gente- de esquerda – a dizer: Lula é moderado, fez um governo morno, pra que iam querer derrubar o lulismo?

Bem, o fato é que esse operação em curso envolve interesses econômicos gigantescos (o pré-sal), envolve reduzir Brasil ao papel de Colônia como no governo de FHC, envolve calar os movimentos sociais, e envolve por fim – ao reconquistar o Brasil - asfixiar outros governos progressistas da América do Sul.

Esse é o jogo – pesado!

Dilma, Lula e seus aliados acham que vão ganhar só tocando a bola de lado?

É hora de povo na rua. Marketing é bom. Internet e blogs têm o seu papel. Mas eleição (ainda mais numa guerra como essa) ganha-se na rua.

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Centrais sindicais reafirmam apoio a Dilma




Reproduzo reportagem publicada no sitio da Agencia Sindical:

Um grande ato pró-Dilma, realizado no início da noite desta sexta-feira (8), no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, no Centro, reuniu as seis Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CGTB e Nova Central), centenas de Sindicatos, Federações, Confederações e mais de dois mil manifestantes.

O ato registrou grande presença de lideranças políticas, entre elas o ex-ministro Ciro Gomes, o ministro da coordenação política do PT, Alexandre Padilha; o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas; o senador Aloizio Mercadante, a deputada Luiza Erundina e cerca de 30 parlamentares de vários partidos como PT, PC do B, PDT, PTB, PR, PRTB, PTC, PSC, PPS, Democratas e PMDB.

Também ouve grande presença de líderes religiosos (católicos e evangélicos), com camisetas e cartazes afirmando seu apoio à candidata petista.

Unidade

A palavra de ordem foi eleição de Dilma para garantir avanços, ampliar conquistas e evitar o retrocesso. As lideranças sindicais, políticas e religiosas destacaram as conquistas do governo Lula e reafirmaram que o melhor para o Brasil e, principalmente, para os trabalhadores é a continuidade.

Durante seu discurso, Dilma disse que o projeto defendido pela sua candidatura é, verdadeiramente, o projeto da vida. Ainda, a candidata foi categórica enfatizando que o seu projeto olha primeiro para o ser humano, cujas políticas públicas implantadas pelo presidente Lula, ajudaram a tirar 28 milhões da pobreza e colocar outros 25 milhões na classe média.

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Bispos rejeitam "uso indevido" da CNBB

Reproduzo documento assinado pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB):

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB - e da própria Igreja Católica - tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito - e, mesmo, dever - de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que "falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência". Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembléia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Mariana Arcebispo de Manaus
Presidente da CNBB Vice-Presidente da CNBB
Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

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Atingidos por barragens votam em Dilma

Reproduzo documento oficial do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB):

Frente ao processo eleitoral e a disputa pela presidência da republica neste segundo turno, manifestamos nossa posição política frente às eleições.

Desde o primeiro turno nossa posição e nosso envolvimento orientaram-se para derrotar os setores que se configuravam como inimigos da classe trabalhadora, pois, não admitimos recuar em avanços que o povo brasileiro obteve nos últimos anos.

A candidatura Serra representa o projeto e todo conjunto de políticas do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), que causou grande estrago aos trabalhadores a ao povo brasileiro. Por trás de seu projeto neoliberal está o interesse de retomar as privatizações, entregar o patrimônio público, as riquezas naturais às grandes corporações internacionais, promover uma ofensiva sobre os direitos trabalhistas e a criminalização sobre os mais pobres e os setores organizados da sociedade.

A candidatura Serra representa a aliança e subordinação às políticas dos Estados Unidos e à política de golpismo, que as forças ultraconservadoras permanentemente tentam implementar sobre os trabalhadores de vários países. Seu verdadeiro interesse está em colocar o Estado brasileiro a serviço dos setores que sua candidatura representa.

Enquanto MAB entendemos que os avanços tidos nestes últimos anos foram insuficientes e mantemos nossa posição crítica sobre questões estruturais. No entanto, neste momento não podemos retroceder, é hora de eleger Dilma presidenta do Brasil. Mas desde já é necessário construir unidade entre o campo e cidade para criar força social e fazer as lutas que serão necessárias para enfrentar e derrotar a direita e seus planos de ataque aos trabalhadores que tendem ser permanentes, mesmo após o processo eleitoral.

Portanto, conclamamos todos lutadores e lutadoras do povo brasileiro, militantes sociais, lideranças e organizações de todas as partes do Brasil, do campo e da cidade, para sair às ruas, bairro por bairro, comunidade por comunidade, conversando com as pessoas, trabalhar de forma permanente para derrotar Serra/FHC e elegermos Dilma Presidenta do Brasil.

Água e energia, não são mercadorias!

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