Por Jéssica Oliveira, no sítio do Portal Imprensa:
Pedro Rios Leão não se considera jornalista. Cursou rádio e TV, não concluiu, mas usa sua câmera para noticiar e denunciar assuntos de interesse público, tentando chamar atenção da sociedade e da grande mídia. Nas últimas semanas, isso não bastou. Desde às 18h do último domingo (29), Rios está algemado e faz greve de fome em frente à sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro. Mais do que um protesto, reivindica transparência da imprensa sobre a reintegração de posse ocorrida na comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo. A ação foi criticada por inúmeras entidades e associações de defesa de direitos humanos.
À Imprensa, o carioca explicou que veio a São Paulo para acompanhar a ação na comunidade, mas não imaginava que ficaria tão perturbado com o que viu, nem que isso mudaria completamente sua rotina dali em diante. "Aquilo foi um latrocínio, uma chacina cometida pelo governo do Estado de São Paulo, a mando do Naji [Nahas, que reclamou a posse do terreno]. Nunca fiquei tão assustado na minha vida", disse. Depois disso, com as imagens feitas por sua câmera, tentou chamar atenção da imprensa.
Rios afirma que houve mortes na reintegração de posse e que, além dessas notícias não serem divulgadas, tanto o Naji Nahas, como governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o banqueiro Daniel Dantas representam um risco a sociedade e deveriam ser presos imediatamente por violação dos direitos humanos. "Esse caso não é uma questão de provas. A única coisa que pode fazê-los saírem impunes, é a imprensa abafar o caso. Eu espero que algum veículo de imprensa tenha a decência de falar o que aconteceu lá. Porque até agora, o que a imprensa, o governador, e o prefeito de São José fizeram, foi ridicularizar com a nossa cara”, desabafou.
O carioca afirma que nunca foi de partido político, nem de fazer militância, mas que dessa vez não teve como ficar sem fazer nada. "Já estava sem conseguir comer e dormir em casa. Tinha que tentar algo", conta. Algemado há quase três dias em frente a emissora, Rios disse não conhecer ninguém específico na Globo, mas mesmo assim tem sido bem tratado pelos repórteres e pelo comércio local. "Alguns repórteres passam meio constrangidos. Acredito que seja um assunto na hora do almoço. É isso que eu quero, que a sociedade civil discuta isso", diz. "Eu espero que os jornalistas passem por mim e pensem 'eu estou acobertando assassinato de crianças'", disse.
Sobre sair do local, Rios é claro. "Só pretendo sair daqui quando as pessoas começarem a perder a cabeça e tomarem atitudes. O mínimo é o Governo Federal intervir no caso", explica.
Críticas
Em dois vídeos postados no youtube, Rios critica a imprensa. Em um deles, diz que é muito importante que os jornalistas se manifestem, "porque cada minuto de silêncio deles, é uma vítima que pode ter desaparecido. E eles sabem disso". Em outro, critica o fato de jornalistas o questionarem se há provas de suas denúncias. "Se algum jornalista tivesse pisado em São José, não teria coragem de exigir provas".
Pedro Rios Leão não se considera jornalista. Cursou rádio e TV, não concluiu, mas usa sua câmera para noticiar e denunciar assuntos de interesse público, tentando chamar atenção da sociedade e da grande mídia. Nas últimas semanas, isso não bastou. Desde às 18h do último domingo (29), Rios está algemado e faz greve de fome em frente à sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro. Mais do que um protesto, reivindica transparência da imprensa sobre a reintegração de posse ocorrida na comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo. A ação foi criticada por inúmeras entidades e associações de defesa de direitos humanos.
À Imprensa, o carioca explicou que veio a São Paulo para acompanhar a ação na comunidade, mas não imaginava que ficaria tão perturbado com o que viu, nem que isso mudaria completamente sua rotina dali em diante. "Aquilo foi um latrocínio, uma chacina cometida pelo governo do Estado de São Paulo, a mando do Naji [Nahas, que reclamou a posse do terreno]. Nunca fiquei tão assustado na minha vida", disse. Depois disso, com as imagens feitas por sua câmera, tentou chamar atenção da imprensa.
Rios afirma que houve mortes na reintegração de posse e que, além dessas notícias não serem divulgadas, tanto o Naji Nahas, como governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o banqueiro Daniel Dantas representam um risco a sociedade e deveriam ser presos imediatamente por violação dos direitos humanos. "Esse caso não é uma questão de provas. A única coisa que pode fazê-los saírem impunes, é a imprensa abafar o caso. Eu espero que algum veículo de imprensa tenha a decência de falar o que aconteceu lá. Porque até agora, o que a imprensa, o governador, e o prefeito de São José fizeram, foi ridicularizar com a nossa cara”, desabafou.
O carioca afirma que nunca foi de partido político, nem de fazer militância, mas que dessa vez não teve como ficar sem fazer nada. "Já estava sem conseguir comer e dormir em casa. Tinha que tentar algo", conta. Algemado há quase três dias em frente a emissora, Rios disse não conhecer ninguém específico na Globo, mas mesmo assim tem sido bem tratado pelos repórteres e pelo comércio local. "Alguns repórteres passam meio constrangidos. Acredito que seja um assunto na hora do almoço. É isso que eu quero, que a sociedade civil discuta isso", diz. "Eu espero que os jornalistas passem por mim e pensem 'eu estou acobertando assassinato de crianças'", disse.
Sobre sair do local, Rios é claro. "Só pretendo sair daqui quando as pessoas começarem a perder a cabeça e tomarem atitudes. O mínimo é o Governo Federal intervir no caso", explica.
Críticas
Em dois vídeos postados no youtube, Rios critica a imprensa. Em um deles, diz que é muito importante que os jornalistas se manifestem, "porque cada minuto de silêncio deles, é uma vítima que pode ter desaparecido. E eles sabem disso". Em outro, critica o fato de jornalistas o questionarem se há provas de suas denúncias. "Se algum jornalista tivesse pisado em São José, não teria coragem de exigir provas".
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ONU recebe novo relatório sobre violações no Pinheirinho
Entidades criticam falta de apuração sobre mortes, desaparecimento de pertences dos moradores e impedimento ao trabalho da imprensa
Por: Redação da Rede Brasil Atual
Publicado em 31/01/2012, 18:51
São Paulo – Entidades de defesa dos direitos humanos enviaram à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) um novo relatório sobre as violações cometidas pela Polícia Militar de São Paulo na desocupação da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), a 100 quilômetros da capital paulista, no Vale do Paraíba.
O documento formulado pela Justiça Global em parceria com Brigadas Populares, Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência é baseado em uma série de relatos e na apuração dos fatos ocorridos após o último dia 22, quando os moradores locais, calculados em seis mil, foram vítimas de repressão.
São condensadas informações sobre os erros legais cometidos pelo governo estadual e pela prefeitura na condução do caso, o impedimento de que as famílias retornassem ao local de moradia para recolher os pertences, a negativa dos policiais em prestar assistência aos feridos e o realojamento em abrigos precários.
O relatório, que será recebido por relatores especiais da ONU para questões de moradia, de execuções sumárias e de análise do trabalho do Judiciário, fala ainda que não foi possível, por ora, comprovar mortes no operativo, embora existam indícios de que tenham ocorrido. “Famílias sem contato entre si durante dias. Mais de uma fonte de nossos relatos mencionou a existência de vítimas fatais do despejo enterradas na localidade conhecida como Mangueira, nos limites do terreno”, aponta o texto. A Polícia
Militar nega a ocorrência de vítimas fatais na ação.
A apuração das mortes, assim como os outros fatos relacionados à ação de desocupação, foi prejudicada pelo impedimento ao livre trabalho da imprensa, anotam as entidades. O relatório lembra ainda que jornalistas não só foram reprimidos no momento da operação como foram impedidos de circular pelo local nos dias seguintes.
Moradores tampouco puderam percorrer o local com normalidade. Segundo o relatório, as famílias só tiveram acesso às antigas residências, já destruídas, no dia 25, e muitos bens estavam sob os escombros, sem condições de uso, ou haviam sido saqueados.
As organizações manifestam estranhamento com a dificuldade das diferentes esferas de governo em resolver a questão, que se arrastava desde o início da ocupação, em 2004. O terreno de um milhão de metros quadrados pertence à massa falida da Selecta, de Naji Nahas, conhecido por especulação e acusado de fraudes em operações acionárias de grandes empresas.
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2012/01/onu-recebe-novo-relatorio-sobre-violacoes-no-pinheirinho-em-sao-paulo
Lamento a iniciativa de Pedro Rios Leão, mas compreendo seu desespero. A ditadura midiática em que vivemos é opressiva, cruel, e muito poderosa. O povo brasileiro jamais terá consciência política enquanto as seis ou sete famiglias dominarem a informação e os governos forem seus cúmplices.
Espero que o ato de Pedro cause efeitos em poucas horas, para que ele possa abandonar tal sacrifício.
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