terça-feira, 1 de setembro de 2015

Feliciano e o show de horrores em Sampa

Por Altamiro Borges

O jornal Valor informou nesta segunda-feira (31) que "o pastor e deputado federal Marco Feliciano aceitou o convite do PSC e será lançado candidato à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016. A decisão foi confirmada pela assessoria de imprensa do parlamentar. Integrante da bancada evangélica, Feliciano tem pautado seu mandato pela 'defesa da família' e por bandeiras religiosas, como o ensino do criacionismo nas escolas públicas e privadas do país. Na Câmara, o pastor também ficou marcado por declarações polêmicas contra homossexuais e o casamento gay". 

Com mais esta pré-candidatura exótica, as eleições na capital paulista no próximo ano deverão virar um verdadeiro show de horrores. Já está certo que o deputado Celso Russomanno (PRB) voltará a disputar o pleito. O populista de direita que usa o palanque eletrônico da Record para se exibir como defensor dos consumidores - sem nunca criticar grandes empresas ou anunciantes mentirosos - quase venceu as eleições paulistanas em 2012. Ele disparou na frente, mas tropeçou no meio da corrida. Foi bombardeado com várias denúncias, mostrou suas fragilidades, e acabou ficando de fora do segundo turno. Para relembrar a sua sinistra história basta ler a reportagem "As duas faces de Russomanno".

Outro que pretende disputar o pleito também se projetou como celebridade midiática, o que evidencia os estragos causados pela tevê na política nativa. É o apresentador José Luiz Datena, que explora a violência e estimula o ódio no seu programa policialesco na Band. Metido a paladino da ética, ele já havia anunciado que concorreria ao cargo pelo PP de Paulo Maluf. Diante da saraivada de críticas, o neurótico apresentador - famoso por suas atitudes intempestivas e agressivas - agora afirma que vai reavaliar a sua filiação partidária. Mas, garante, que disputará a prefeitura de São Paulo.

O PSDB também afirma que terá candidato próprio. O problema são as costumeiras bicadas no ninho. Quatro pré-candidatos já estão se esfaqueando: os deputados federais Ricardo Tripoli e Bruno Covas, o vereador das "abotoaduras de ouro" Andrea Matarazzo, e o empresário-midiático João Doria Jr.. Este último é o mais risível de todos e está sendo tratado como um "tucano fora do ninho", já que nunca pertenceu à sigla - apesar de ser um direitista convicto. Ele liderou o fracassado movimento "Cansei", que reuniu o esgoto da elite na oposição ao ex-presidente Lula, e agora é um entusiasta das marchas organizadas por grupelhos fascistas pelo impeachment de Dilma.

A eleição na capital paulista ainda deverá ter a participação da ex-prefeita Marta Suplicy, que deixou o PT e virou uma antipetista raivosa. Ela transformou sua coluna semanal na Folha em um palanque contra a presidenta Dilma e o prefeito Fernando Haddad. O problema é que até agora ela não garantiu uma legenda para a disputa. Num primeiro momento, ela namorou com o PSB, comandado pelo vice-governador Márcio França, um tucano disfarçado. Depois, bateu as asas para o PMDB, sigla famosa pela guerra entre várias tribos. Marta Suplicy também tenta se travestir de "candidata da ética", mas terá dificuldades para explicar a presença de Eduardo Cunha no seu palanque... caso tenha palanque!

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1 comentários:

Mário Silva disse...

Que bom que o Datena se candidate. pelo menos, ele deixa os ateus em paz até as eleições.