Reproduzo artigo de Mair Pena Neto, publicado no sítio Direto da Redação:
Nas primeiras eleições presidenciais pós-ditadura, em 1989, quando perdeu para Lula o direito de disputar o segundo turno contra Collor, Brizola, apesar do enfrentamento direto que teve com o petista na primeira fase do processo, não hesitou sobre que lado tomar. Foi quando cunhou a frase de que seria fascinante fazer a elite engolir o “sapo barbudo” e apoiou Lula, transferindo alguns dos milhões de votos que teve no primeiro turno.
Em um momento crucial para o país, que elegia seu primeiro presidente após 25 anos de ditadura, não havia meio termo. Ou se estava ao lado da candidatura das forças populares, naquele segundo turno, representadas por Lula, ou se estava com as elites e o “filhote da ditadura”, como Brizola, em mais uma de suas históricas tiradas, classificou Fernando Collor. Em toda a sua trajetória política, Brizola jamais teve dúvidas ideológicas. Principalmente, no momento das grandes decisões para a vida do país.
Agora, o Brasil volta a viver uma situação de encruzilhada. O segundo turno das eleições presidenciais terá o caráter plebiscitário que Lula quis apresentar desde o início. O que estará em jogo são dois projetos antagônicos. Um, representado por Dilma Rousseff, baseado no fortalecimento do Estado e na sua capacidade de promover o crescimento com redução das desigualdades. O outro, personificado por José Serra, pró-mercado, privatista, que entende o Estado apenas como gerente e não vê sentido em programas sociais de grande alcance, como o Bolsa Família.
Novamente, não há meio termo ou terceira via. Ou é um ou é outro. É nesta hora que se pergunta se Marina Silva, responsável por levar a eleição ao segundo turno, terá a grandeza de Brizola, se irá se aproximar da direita, ou, pior ainda, se amiudará politicamente e tomará a posição conveniente e covarde da neutralidade.
Marina também está numa encruzilhada. Sua votação acima do esperado e não captada em sua verdadeira dimensão por nenhum instituto de pesquisa a alçou a um novo patamar político. E nesta nova condição, ela precisa tomar partido na completa acepção do termo.
A partir de sua decisão tomaremos conhecimento de quem é a Marina que sai dessas eleições. Se a seringueira forjada pela luta de Chico Mendes, a ex-militante histórica do PT e ex-ministra do governo Lula, que sempre participou das lutas populares ao lado das forças da esquerda, ou uma evangélica conservadora, apoiada num confuso discurso ambientalista, com mais aceitação no empresariado do que na população.
Marina, não há dúvidas, foi a maior beneficiária da sucessão de “escândalos” midiáticos e da exploração eleitoral nas últimas semanas de campanha da fé das pessoas, através da disseminação em púlpitos e pela internet de temores envolvendo aborto e união de homossexuais, onda que aproveitou sem maiores questionamentos.
Com o segundo turno, tem a oportunidade de mostrar que é bem mais do que isso e se posicionar no espectro político que sempre defendeu, comprometido com um Brasil socialmente mais justo. A neutralidade nesse momento é uma não tomada de posição e será entendida como preocupação exclusiva com um projeto político pessoal, em detrimento do que é melhor para o povo brasileiro.
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10 comentários:
Já que insistem em misturar Política com Religião, pergunta q ñ quer calar:
- Será que Deus apoiaria um Governo que tirou milhões de brasileiros da míséria ou um Governo que colocou esses brasileiros lá ?
@andrequimico
http://andrequimico.blogspot.com/
porque sera que ate agora Marina so´atacou o governo Lula e não atacou o Serra nem o FHC?pq?pq?hãn?
existe uma diferença gigantesca entre brizola e marina; enquanto brizola era um dos maiores lideres de esquerda no país, com uma longa história de luta pelas causas do povo, marina é uma neofita que mais do que identificação com as causas populares se notabilizou pela defesa do meio ambiente; marina nem de longe tem a liderança e muito menos a capacidade de transferir os votos que recebeu.
Espero me enganar, mas a minha sensação é a de que a Marina vai amarelar, vai serrar.
Vou cantar uma pedra. Marina vai, de um jeito ou de outro, apoiar Serra. Ela está encantada com os elogios da direita. Se não tiver a coragem de apoiar abertamente Serra vai fazê-lo de forma velada. Marina tem demonstrado um lado de sua personalidade que até então não se conhecia. Não há de ser nada. Heloísa Helena, apesar de um quadro magnífico, vem perdendo sua identidade esquerdista e se distanciando da população que sempre a cativou, respeitou. Marina vai pelo mesmo caminho. O tempo dirá quem tem razão. Só a bandeira do verde não enche barriga de ninguém.
QUE POVO DE DEUS É ESTE?
É impressionante como as pessoas se deixam levar por boatos, por falsas notícias plantadas através da ‘mídia’ e da internet, contra quem quer que seja. A BÍBLIA, A PALAVRA VIVA DE DEUS, orienta as pessoas a terem cautela, a não julgar para não serem julgadas, segundo seu próprio julgamento, a ficarem atentas para não serem enganadas. Mas será que um povo que dá ouvido a mentiras e a boatos é verdadeiramente um povo de Deus? Que povo de Deus é este que cegamente acredita em boatos? É de Deus um povo que não atenta para os Seus Ensinamentos? Em tempo, ninguém ouviu da boca da candidata Dilma Rousseff pronunciar "que nem Deus impediria a sua vitória" - só se forjaram algum áudio. Depois disseram que a mãe e a avó, Dilma Rousseff iria instituir o casamento gay no Brasil; que Dilma (por ser do PT) iria legalizar o aborto, quando ela se reuniu com religiosos - católicos e evangélicos - para dizer de seus compromissos com a vida e a família, e que iria cumprir a Constituição do Brasil, etc. Creio no Senhor Jesus Cristo, e acho que a Dilma Rousseff deveria neste momento dirigir às instituições religiosas do País uma “Carta às Igrejas do Brasil”, reafirmando seus compromissos com a vida, com a família e com a Constituição Brasileira. Reafirmo meu voto na Dilma porque sei também do seu compromisso com o desenvolvimento do meu Brasil, com a inclusão social, com os avanços na educação, na geração de empregos, na melhoria da qualidade de vida de muitos brasileiros, com o combate a violência e o uso de drogas. E, por falar em drogas, as pessoas que votaram na Marina Silva, do PV, deveriam antes ter olhado também como o partido dela trata a questão do aborto e das drogas. Examinem como o PV trata esta duas questões, examine também o que fez Serra com relação ao aborto, então ministro da Saúde de FHC. Veja e Repasse este link http://www.youtube.com/watch?v=yst5IM8Q2os
Por favor,apague o comentário que postei aqui!Não sei como fazê-lo!Obrigado!
Reproduzindo:
Caros amigos,
Se concordam com o texto, ajudem a divulgá-lo. Quem sabe não chegue à destinatária?
Abraços,
Maurício Abdalla.
Marina,... você se pintou?
“Marina, morena Marina, você se pintou” – diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as “famiglias” que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. “Azul tucano”. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a “vitória da Marina”. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
“Marina, você faça tudo, mas faça o favor”: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você “tanto faz”. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem “esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele”.
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.
[1] Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.
Reproduzindo:
Caros amigos,
Se concordam com o texto, ajudem a divulgá-lo. Quem sabe não chegue à destinatária?
Abraços,
Maurício Abdalla.
Marina,... você se pintou?
“Marina, morena Marina, você se pintou” – diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as “famiglias” que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. “Azul tucano”. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a “vitória da Marina”. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
“Marina, você faça tudo, mas faça o favor”: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você “tanto faz”. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem “esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele”.
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.
[1] Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.
Acho que o discurso é meio ultrapassado. Marina conhece muito bem o PT, que mal tem nisso? nada. somente bem. ela mesmo disse que se caso fosse eleita iria governar com os melhores do PT e do PSDB, então agora é hora. Direita e esquerda já não existe mais... os verdes na Alemanha se uniram ao sociais democratas e fizeram um bom governo de proteção ao meio ambiente e politicas sociais. Ah, o Brizola, ah coitado, uai não sabia que ela ainda estava vivo? nossos heróis morreram de...
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