A blogosfera brasileira tem mostrado interesse crescente por dominar a produção de documentários em vídeo e programas de TV via web. Sites como Carta Maior e Vermelho exploram há anos, mesmo que de forma embrionária, estas linguagens. Recentemente, elas foram empregadas pelo blog de Luís Nassif, em comentários sobre a campanha eleitoral que reuniam milhares de espectadores; e por 48 horas democracia, uma cobertura do primeiro e segundo turnos das eleições que reuniu dezenas de sites e blogs.
Facilitada por plataformas como YouTube, Vimeo, Estudio Livre; ou Twitcam, Livestream, Stickam (para transmissões ao vivo), a webTV pode ser uma ferramenta preciosa para o jornalismo. Viabiliza gêneros em que a imagem é mais rica que as palavras (a entrevista olho-no-olho, por exemplo). Permite transmitir informações e análises rápidas sobre acontecimentos relevantes, quando não é o caso de esperar pela redação de um texto escrito (que tem outra profundidade e outras vantagens.). Abre um campo imenso para a experimentação.
Os planos de Outras Palavras para 2011 incluem a produção de documentários e a criação de uma webTV. Queremos fazê-lo de forma compartilhada. Nossa própria capacitação inicial ocorrerá num seminário de formação que se estenderá por 16 horas, em duas etapas: no próximo domingo (28/11) e em 12/12 (outro domingo). A programação completa está no final deste post.
A atividade será coordenada por CarlosCarlos. Autodidata, criador e autor de Bola e Arte, um programa que já transmitido pela TV Cultura e FizTV (Abril), CarlosCarlos postula uma ampla ruptura com os formatos que ainda predominam na televisão brasileira. Para ele, a forma padronizada dos noticiários de quase todas as redes busca esconder a pobreza de conteúdos e o bloqueio da criatividade. Mais: a uma comunicação televisiva mais democrática, deveria corresponder, obrigatoriamente, uma
forma mais aberta e dialógica. Menos capaz, portanto, de cavar um abismo entre quem transmite as informações, ou análises, e quem as recebe. Disposta a romper as barreiras entre os antigos emissores todo-poderosos e plateias passivas.
Articulado há poucos meses, Outras Palavras procura dedicar-se à produção de conteúdos qualificados sobre a globalização, seus reflexos no Brasil, as alternativas. Enfatiza que a blogosfera não deve se contentar em apontar as
distorções e superficialidades da velha mídia: precisa informar e interpretar - com as grandes vantagens da horizonalidade e da colaboração.
O projeto para 2011 inclui construir um site mais profundo e, ao mesmo tempo, mais participativo. O seminário "Como construir uma webTV" inaugura este esforço. Será inteiramente transmitido pela internet, com participação do público (para saber detalhes, escreva para antonio@outraspalavras.net
). A programação está abaixo e o convite, desde já, aberto.
Seminário: Como montar e manter uma webTV
Programa:
Domingo, 28/11 - 9h às 13h:
- Visão geral: Novo meio, novo padrão, nova linguagem.
* Como a internet permite montar microestúdios de TV funcionais, reduzindo a quase zero os preços de produção e emissão;
* A revolução estética possível e necessária: para noticiar e debater em
vídeo, não são necessárias estruturas e padrões globais;
- Plataformas: YouTube, Vimeo, Livestream, Ustream, Stickam, Twitcam
* História da publicação de conteúdos em vídeo e da transmissão online
* Características e comparação entre as plataformas de publicação (YouTube, Vimeo, outras): facilidade de publicação, limites de tempo e qualidade, formatos aceitos, público atingido, etc.
* Características e comparação entre as plataformas de produção online (Livrestream, Ustresam, Stickam, Twitcam): facilidade de publicação, número máximo de usuários por sessão, padrões de interatividade, público atingido, etc.
* A questão de transferir audiência para as grandes plataformas. Facilidades e desvantagens de criar contas personalizadas em grandes serviços. Quais as alternativas, suas vantagens e limites?
Domingo, 28/11 - 14h30 às 18h30
- Requisitos técnicos para produção e transmissão em vídeo
* Para transmissão: requisitos de conexão, modems, etc;
* Para produção em estúdio: câmeras, microfones, cenários. Do padrão mais simples a alguma sofisticação. O uso da webcam e do celular. Como produzir com qualidade em ambientes movimentados;
* Para produção externa: as mesmas questões do tópico anterior.
- Experiências práticas relacionadas ao conteúdo do dia
* Criação de contas no Youtube, Vimeo, Livestream, Ustream, Stickam, Twitcam.
* Embutindo o conteúdo publicado nestas plataformas em seu próprio site.
* Transmissão, por estas plataformas, a partir de webcam e câmeras/microfones mais sofisticados.
* Como disponibilizar permanentemente um conteúdo transmitido ao vivo.
Domingo, 12/12 - 9h às 13h
- Técnicas e estéticas na webTV
* Desconstruindo na prática o "padrão global"
* Recursos para ampliar a qualidade de produções e transmissões que usam equipamentos acessíveis.
* Estética: o mito da notícia-verdade absoluta e sua dissolução. Como a informalidade pode ajudar o público a fazer leituras críticas do que vê, examinando elementos como as fonte da informação ou informações e análises contraditórias sobre um mesmo fato.
- Alguns gêneros de programas, em formatos alternativos (exibição e comentário a partir de experiências existentes)
* O noticiário
* A entrevista
* A mesa-redonda
* A reportagem
Domingo, 12/12 - 14h30 às 18h30
- A publicação dos programas em sites e ou construção de videoblogs
* A utilização da ferramenta WordPress
* Os plugins do WordPress para criar áreas de TV em blogs
* Os temas para criação de vídeoblogs
* Exame e debate de sites e vídeoblogs existentes.
- A possível formação de uma rede de webTVs
* Um novo conceito: a grade compartilhada
* Como produzir conteúdo relevante e profundo articulando diversidade de saberes e múltiplas produções.
* Como articular esforços comuns para cobrir assuntos de grande relevância.
* Como montar um fórum permanente para colaboração, busca de sinergias e aperfeiçoamento do trabalho de todos.
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1 comentários:
Juntando isso com o PNBL vai muito bem. As pessoas não tem como se informar através dos PIGs tiveram que apreender errando para conseguir votar bem este ano. A Globo por exemplo mostrar menos o Lula que a BBC de londres.
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