sexta-feira, 18 de março de 2011

Internet abate comício de Obama no RJ

Por Altamiro Borges

O Portal R7 divulgou hoje à tarde a informação que Barack Obama cancelou o comício que faria domingo na Cinelândia, no centro do Rio Janeiro, devido aos fortes protestos que se espalharam pela internet. Ele agora discursará apenas para convidados "especiais" no interior do Theatro Municipal.

"Monitoramento das redes sociais"

Segundo Sérgio Vieira, repórter do R7, o presidente dos EUA cancelou o seu discurso "depois dos alertas recebidos pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos após monitoramento de redes sociais, segundo informações obtidas com fontes no consulado norte-americano".

Ainda segundo o jornalista, "o serviço secreto cogitou a possibilidade de protestos e críticas ao Chefe de Estado dos EUA após a ONU (Organização das Nações Unidas) ter autorizado sanções militares à Líbia. Fontes do consulado afirmaram que agentes do serviço secreto encontraram indícios de que críticas ao ato público estavam sendo feitas na rede social, o que deixou a equipe de segurança do governo norte-americano receosa".

Ocupação militar da Cinelândia

A presença das forças de repressão também foi reforçada. "Militares do Exército, da Polícia Militar, Civil e Federal estão ocupando pontos estratégicos da Cinelândia desde a manhã desta sexta-feira (18), inclusive com a presença de um blindado do Exército diante da Biblioteca Nacional e três viaturas da polícia militar".

Além dos agentes do FBI, que já circulam ostensivamente no local, cerca de 500 soldados das Forças Armadas ficarão posicionados nas proximidades do teatro. O controle e varredura interna serão de responsabilidade exclusiva da Polícia Federal. Soldados da Brigada de Infantaria Paraquedista também já estão localizados em outros pontos da região central, entre eles, as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco.

O direito democrático de protestar

Até o momento não se sabe de quem foi a idéia estapafúrdia de promover um comício na histórica Cinelândia, palco de lutas históricas pela democracia e pela soberania nacional. Se foi uma solicitação descabida do serviço diplomático dos EUA ou uma oferta "servil" de autoridades nacionais? De qualquer forma, os protestos seriam inevitáveis - uma prática democrática.

Os movimentos sociais, com sua autonomia, não iriam se submeter a qualquer tipo de censura e a internet serviu apenas para convocar os protestos. O governo tem as suas razões de Estado para receber o presidente do império - até em troca de um fugaz aceno de participação no Conselho de Segurança da ONU. Já os movimentos sociais tem o direito e a obrigação de protestar contra Obama, o "senhor das guerras" e das falsas promessas.

0 comentários: