Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDeLá:
Novembro de 2010, auge da corrida à presidência. Dilma tinha aberto uma confortável dianteira sobre o adversário Serra. À véspera do segundo turno uma notícia estarrecedora. Um telegrama da embaixada dos Estados Unidos era vazado pelo Wikileaks. Nele, a notícia de um encontro entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, o ano, 2008.
A conversa era sobre um acordo de cooperação. Boquirroto, Jobim diz a Sobel que o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Guimarães, "odeia os Estados Unidos". Samuel era homem de confiança do Chanceler Celso Amorim, que nunca escondeu sua reserva em relação à política externa da nação imperialista. Jobim, como sempre, negou as afirmações chegando até a chamar Samuel de amigo.
No telegrama, o embaixador relata um café da manhã com Jobim, em 17 de janeiro daquele ano. No fim da correspondência, Sobel especula se Lula não teria que decidir entre um ministro da Defesa disposto a criar laços mais estreitos com os Estados Unidos e um Ministério das Relações Exteriores empenhado em controlar a política externa e manter certa distância entre os parceiros históricos.
Daquele momento em diante, todos no Governo perceberam que deixar Jobim circular livremente no centro do poder decisório poderia não ser o mais adequado. Vale lembrar também que Jobim fez o que pode para manter os americanos em campo durante o processo de escolha dos caças, ainda que, em público, elogiasse abertamente os aviões franceses.
Acordos de cooperação militar esperados pelos Estados Unidos também ficaram no papel, mas a confiança do governo americano nos laços com Jobim seguiu forte. O embaixador americano tinha nele um grande aliado, no sentido de afiançar a parceria com os EUA para alcançar "a estabilidade no hemisfério".
De volta ao poder, Amorim retoma agora um pleito praticamente esquecido: o assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Quem sabe o Ministério da Defesa finalmente não deixe de ser um "Ministério do Ataque" aos interesses nacionais. Espero que o ostracismo faça bem ao nosso ex-ministro.
Novembro de 2010, auge da corrida à presidência. Dilma tinha aberto uma confortável dianteira sobre o adversário Serra. À véspera do segundo turno uma notícia estarrecedora. Um telegrama da embaixada dos Estados Unidos era vazado pelo Wikileaks. Nele, a notícia de um encontro entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, o ano, 2008.
A conversa era sobre um acordo de cooperação. Boquirroto, Jobim diz a Sobel que o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Guimarães, "odeia os Estados Unidos". Samuel era homem de confiança do Chanceler Celso Amorim, que nunca escondeu sua reserva em relação à política externa da nação imperialista. Jobim, como sempre, negou as afirmações chegando até a chamar Samuel de amigo.
No telegrama, o embaixador relata um café da manhã com Jobim, em 17 de janeiro daquele ano. No fim da correspondência, Sobel especula se Lula não teria que decidir entre um ministro da Defesa disposto a criar laços mais estreitos com os Estados Unidos e um Ministério das Relações Exteriores empenhado em controlar a política externa e manter certa distância entre os parceiros históricos.
Daquele momento em diante, todos no Governo perceberam que deixar Jobim circular livremente no centro do poder decisório poderia não ser o mais adequado. Vale lembrar também que Jobim fez o que pode para manter os americanos em campo durante o processo de escolha dos caças, ainda que, em público, elogiasse abertamente os aviões franceses.
Acordos de cooperação militar esperados pelos Estados Unidos também ficaram no papel, mas a confiança do governo americano nos laços com Jobim seguiu forte. O embaixador americano tinha nele um grande aliado, no sentido de afiançar a parceria com os EUA para alcançar "a estabilidade no hemisfério".
De volta ao poder, Amorim retoma agora um pleito praticamente esquecido: o assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Quem sabe o Ministério da Defesa finalmente não deixe de ser um "Ministério do Ataque" aos interesses nacionais. Espero que o ostracismo faça bem ao nosso ex-ministro.
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