Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDeLá:
Imagine um local equivalente a um quarteirão de ruínas onde funcionou nas décadas de 50 e 60 casarões que serviam de hotéis para migrantes e imigrantes que desembarcavam na Estação da Luz, Estação Sorocabana (Julio Prestes) ou na antiga rodoviária de São Paulo.
O local era um formigueiro humano. O país todo passava por lá. Pois bem, este cenário, onde nos anos seguintes se estabeleceu o que ficou conhecido como boca do lixo, aos poucos foi sendo tomado pela decadência e degradação.
Primeiro saiu a rodoviária, no início dos anos 80, depois as linhas de trem foram sendo desativadas aos poucos. De pensões e casas de tolerância, os locais se transformaram num complexo, que serviu durante duas décadas à venda e ao consumo de drogas.
Entrar na cracolândia, como fiz esta tarde, ao lado do jornalista Gustavo Costa foi respirar essa atmosfera histórica. Com um agravante: aos pouco o local foi ficando sem luz, sem água, sem nada. Mesmo assim as pessoas iam se amontoando como ratos lá dentro.
Estima-se que duas centenas de pessoas tenham morado em cubículos, chamados "mocós". Com a chegada do PCC ao local, nos anos 90, a Cracolândia virou uma fortaleza encravada no centro da cidade.
As ruínas (nas fotos) são o que sobrou, depois que a prefeitura de São Paulo e o governo do Estado invadiram o local, na terça-feira da semana passada.
Percorremos todos os corredores, entramos em cada cômodo. Vimos lixo, escrementos, insetos e roedores. Há rumores de que há corpos sepuldados em alguns cubículos. O odor é horrível, mas depois de algum tempo as narinas saturam.
É um cenário de guerra. Só lamento informar que a fortaleza caiu, mas os personagens (traficantes, usuários e moradores) continuam todos ao redor, à espreita, só esperando a hora de voltar para suas "tocas".
Imagine um local equivalente a um quarteirão de ruínas onde funcionou nas décadas de 50 e 60 casarões que serviam de hotéis para migrantes e imigrantes que desembarcavam na Estação da Luz, Estação Sorocabana (Julio Prestes) ou na antiga rodoviária de São Paulo.
O local era um formigueiro humano. O país todo passava por lá. Pois bem, este cenário, onde nos anos seguintes se estabeleceu o que ficou conhecido como boca do lixo, aos poucos foi sendo tomado pela decadência e degradação.
Primeiro saiu a rodoviária, no início dos anos 80, depois as linhas de trem foram sendo desativadas aos poucos. De pensões e casas de tolerância, os locais se transformaram num complexo, que serviu durante duas décadas à venda e ao consumo de drogas.
Entrar na cracolândia, como fiz esta tarde, ao lado do jornalista Gustavo Costa foi respirar essa atmosfera histórica. Com um agravante: aos pouco o local foi ficando sem luz, sem água, sem nada. Mesmo assim as pessoas iam se amontoando como ratos lá dentro.
Estima-se que duas centenas de pessoas tenham morado em cubículos, chamados "mocós". Com a chegada do PCC ao local, nos anos 90, a Cracolândia virou uma fortaleza encravada no centro da cidade.
As ruínas (nas fotos) são o que sobrou, depois que a prefeitura de São Paulo e o governo do Estado invadiram o local, na terça-feira da semana passada.
Percorremos todos os corredores, entramos em cada cômodo. Vimos lixo, escrementos, insetos e roedores. Há rumores de que há corpos sepuldados em alguns cubículos. O odor é horrível, mas depois de algum tempo as narinas saturam.
É um cenário de guerra. Só lamento informar que a fortaleza caiu, mas os personagens (traficantes, usuários e moradores) continuam todos ao redor, à espreita, só esperando a hora de voltar para suas "tocas".
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