terça-feira, 1 de maio de 2012

Veja ataca Dilma e defende bancos

Por Altamiro Borges

A revista Veja não mantém estranhas ligações apenas com o crime organizado - que finalmente poderão ser desnudadas se a CPI do Cachoeira convocar os seus “capos” para prestarem esclarecimentos. Ela também nutre sólidas e lucrativas relações com os agiotas financeiros que saqueiam o país e lhe garantem polpudos anúncios publicitários. Com o mafioso, as ligações eram na moita. Com os banqueiros, elas são explícitas!


Tanto que a revista da famiglia Civita, em sua versão online, já saiu atirando contra o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff, transmitido em rede nacional dr rádio e tevê, por ocasião das comemorações do Dia Internacional dos Trabalhadores. Para a revista, “ao atacar os bancos, Dilma copia Cristina Kirchner”, esbraveja o título do artigo, assinado por Benedito Sverberi.

Defesa da agiotagem financeira

O texto parece ter sido encomendado pelos “pobres” banqueiros. Eles seriam alvos dos ataques injustos da presidenta, que "teria adotado a estratégia ‘Cristina Kirchner’ de escolher um bode expiatório para mitigar as mazelas do governo. Por esta estratégia, ainda que algum resultado prático possa ser atingido, esconde-se uma lista de reformas que o Planalto tem obrigação de adotar – e que não o faz por um misto de comodismo e inoperância”.

O texto é um primor na defesa da agiotagem financeira. “Se o governo quer mesmo empreender uma 'guerra' contra o crédito caro, e não contra o setor bancário, há muito trabalho pela frente. É inegável que os bancos possuem elevada lucratividade em suas operações. Esta condição, contudo, não configura um problema. Própria do capitalismo, ela não necessariamente se traduz em alto custo a pessoas físicas e jurídicas”. De onde a revista tirou a ideia de jerico de que “não se traduz em alto custo”?

Relação promíscua com os banqueiros

Com a inteligência econômica de quem apoiou o desmonte neoliberal, a Veja avalia que é um erro cutucar os banqueiros. “Em vez de simplesmente escolher uma ‘suposta fonte de todos os males para bater’ – como faz a colega argentina, Cristina Kirchner, que comprou briga com a Inglaterra pelas Malvinas (de novo!) e, mais recentemente, com a Espanha por supostos baixos investimentos na petroleira YPF –, a presidente Dilma poderia adotar uma política mais sensata”.

Para a famiglia Civita, de origem europeia, o Brasil deveria fazer como a Grécia e a Itália, que entregaram os seus governos para os banqueiros – sem nem precisar de eleições democráticas. A defesa apaixonada dos banqueiros talvez explique porque a Veja tem tantos anúncios de instituições financeiras – inclusive, infelizmente, de bancos públicos.

7 comentários:

Fernando Franco disse...

Os bancos mandam em países desde a REVOLUÇÃO FRANCESA e de lá prá cá, dão as cartas em nossa civilização ocidental, manipulando o cenário geopolítico como bem entendem. Felizmente estamos acordando e não vamos mais engolir os lucros exorbitantes, pagos com nosso suor e com nosso esforço em manter a base de uma pirâmide social injusta, desigual e desumana. Humaninismo não é um termo existente nos meios que formatam um capitalismo selvagem, hipócrita e manipulador.

Alberto disse...

Alguém tem notícias sobre Orlando Silva e as Ongs suspeitas?

Anônimo disse...

Essa Vejabandida está sempre conseguindo se superar!

Antonio Carlos disse...

Muito bom. Mas, Altamiro, se me permite, já há algum tempo acho que damos atenção demais para o PiG.
Acho que, às vezes, a melhor resposta é o silêncio.
Precisamos acreditar mais em nós, progressistas, e discutirmos os assuntos que merecem atenção, buscando as soluções e alternativas para a sociedade, governos, implantarem. Vamos esquecer um pouco o PiG. Hoje, eu já não temo mais tanto uma Veja ou um JN.

Luis disse...

Hora de virar a mesa e fachar essa editora Abril inútil.

antonio barbosa filho disse...

Os bancos brasileiros oferecem os piores serviços entre todos os países do mesmo padrão do Brasil. E os mais caros do mundo, como comprovam todos os estudos a respeito.
Quanto à veja defender histericamente os bancos privados, tem lógica: em breve a Abril precisará de muitos empréstimos. Imagino que até para pagar advogados e livrar sua turma das penas da lei por associação criminosa, entre outros crimes.

Alberto disse...

Antônio Carlos: parabéns pelo coerente comentário!