Por Altamiro Borges
Faz tempo que o jornalão está em declínio. Segundo o Instituto
Verificador de Circulação (IVC), a tiragem média do JT em agosto foi de apenas 37,7 mil exemplares. A crise decorre de vários fatores, com destaque para a explosão da
internet – que atrai os leitores e afunda os veículos impressos no mundo todo –,
para a perda de credibilidade da mídia partidarizada e para a péssima gestão da
famiglia Mesquita. No livro “Nascidos para perder”, o jornalista Mylton
Severiano relata a situação de endividamento do Grupo Estado e as burradas da
sua administração.
Crescem os boatos de que o Jornal da Tarde – o filho
bastardo da famiglia Mesquita, que também edita o Estadão – está com os seus dias
contados. Segundo o sítio Meio&Mensagem, “o futuro do Jornal da Tarde está
indefinido e se discute, inclusive, se pode encerrar as suas operações ainda neste
semestre. Já não é possível efetuar assinaturas do diário por meio do site do
jornal e o atendimento de vendas do departamento de call center informa aos
interessados que a circulação deve ser interrompida, mas sem data específica”.
Segundo Rodrigo Manzano, do Meio&Mensagem, a empresa rejeita
o fim do JT, mas os indícios são cada dia mais fortes. “O Grupo Estado afirma
que a informação do departamento de assinatura foi um ‘mal entendido’ e nega ‘categoricamente’
o fim das operações do Jornal da Tarde, mas reconhece que existem estudos para
o título, que ainda tem situação indefinida. Recentemente, o grupo anunciou que
o JT passaria por uma reformulação editorial e gráfica, o que poderia envolver
o fim da edição dominical do diário”.
Fundado em 1966, o Jornal da Tarde foi um marco do
jornalismo brasileiro. Concebido por Mino Carta, hoje editor da CartaCapital, o
diário adotou um projeto gráfico audacioso e investiu em reportagens mais aprofundadas.
Com o tempo, ele foi perdendo conteúdo e sendo escanteado pela própria famiglia Mesquita, inclusive em
decorrência das brigas familiares pelo poder no grupo empresarial – conforme revela
o livro de Mylton Severiano. Agora, o JT corre o sério risco de morrer!
3 comentários:
Mais uma cria do Mino que se perde por incompetência.
Se a mídia impressa for para o buraco será bom para a democracia, uma vez que a maioria dos jornais e revistas não passam de panfletos da direita demotucana.
Incompetëncia mesmo. A classe media cresce mas os jornais reacionarios nao conseguem conquista-la. Se os Mesquitas entrassem no seculo 21, quem sabe...
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