Ali Kamel, o nem todo poderoso diretor da Central Globo de Jornalismo, venceu mais uma.
Fui condenado a pagar a ele a indenização de 30 mil reais por uma suposta “campanha difamatória”. O poderosíssimo Viomundo difamou uma das maiores empresas de comunicação do mundo! Cabe recurso e, obviamente, o dr. Cesar Kloury vai recorrer.
Kamel bate um recorde: 4 vitórias em 4 ações na primeira instância da Justiça carioca. Alguém tem dúvida sobre o resultado dos processos que ele também move contra Luís Nassif e o sr. Cloaca? Nem o Barcelona tem esse aproveitamento!
O fulcro da decisão judicial é de que ele teria sido citado em 28 postagens do Viomundo, que existe desde 2004. Só a versão mais recente do site tem 8.140 post publicados. Ou seja, Ali Kamel foi mencionado em 0,0034% dos posts aqui publicados, na suposta “campanha difamatória”.
Em um trecho da sentença, segundo o Portal Imprensa, a magistrada afirma que eu “teria elaborado uma série de criticas contra matérias publicadas pelos diversos veículos de comunicação vinculados às Organizações Globo, atribuindo-lhe [Nota do Viomundo: Ao Kamel] a responsabilidade pelo conteúdo editorial”.
Para a juíza, segundo o Consultor Jurídico, a vinculação de Ali Kamel com a linha editorial dos meios de comunicação da Globo é uma “falsa afirmação” (grifo meu), já que ele está subordinado a superiores hierárquicos e a empresa possui um Conselho Editorial composto pelos editores dos diversos veículos do grupo, incluindo Kamel.
Em outras palavras, descobriram que o Ali Kamel não manda na Globo, apenas psicografa as ordens do dr. Roberto. A recente ascensão dele ao cargo de diretor da Central Globo de Jornalismo foi apenas uma coincidência.
Ex e atuais funcionários da Globo: sobre o poder de Kamel, é tudo imaginação da parte de vocês!
Ali Kamel processou Rodrigo Vianna por causa de uma piada. Processou Marco Aurélio Mello por uma obra de ficção. E a mim por atribuir a ele poder que não tem. Porém, como ex-profissionais que atuamos nos bastidores da TV Globo, nas coberturas mais importantes, subordinados diretamente a ele, sabemos muito bem o que ele fez no verão passado.
Foi apenas por acaso, assim, à toa, que pedi a rescisão antecipada de meu contrato com a TV Globo, onde ganhava salário de executivo, com mais de um ano de antecipação. Não queria associar meu nome à falta de poder do Ali Kamel.
Em minha opinião, o texto definitivo sobre as represálias da Globo contra blogueiros, que se deram todas depois das eleições de 2010, foi escrito por Miguel do Rosário, aqui, quando da condenação de Rodrigo Vianna. Um trecho:
É inacreditável que o diretor de jornalismo da empresa que comete todo o tipo de abuso contra a democracia, contra a dignidade humana, a empresa que se empenha dia e noite para denegrir a imagem do Brasil, aqui e no exterior, cujos métodos de jornalismo fazem os crimes de Ruport Murdoch parecerem estrepolias de uma criança mimada, pretenda processar um blogueiro por causa de um chiste!
3 comentários:
Em relação à censura que o blog do Luiz Carlos Azenha sofreu por parte da rede Globo, tenho algo a dizer. Não vai ser fácil, mas é algo que precisa ser dito. Vou dar uma de advogado do diabo aqui. Infelizmente esses blogueiros "medalhões" (Azenhas e afins) estão pagando agora o preço pela sua falta de visão.
Há cerca de dois anos eu estava já sendo processado pelo PSDB de Jundiaí, via Prefeitura, e alertei todos eles em um palestra que participei em São Paulo, que contava com Paulo Henrique Amorim e Eduardo Guimarães, entre outros "medalhões", sobre essa "judicialização" da blogosfera que estava ocorrendo e certamente só viria a piorar.
Sugeri que todos nós blogueiros deveríamos nos unir e criar um tipo de um fundo financeiro justamente para ser usado em casos como esse do Azenha. Ninguém me deu ouvidos. Pior, nenhum "medalhão" sequer demonstrou solidariedade para comigo, talvez por eu ser um "peixe pequeno" na blogosfera. Enfrentei meu processo a duras penas, mas para minha sorte contei com a ajuda do dr. Eraze Sutti, que como o exemplar ser humano que é, não me cobrou um tostão furado para me defender. Saí vitorioso no processo em questão, mas pensei: se fizeram isso comigo, imagine o que farão contra esses aí que estão enfrentando a rede Globo e gente muito mais graúda.
Dito e feito. Agora Luiz Carlos Azenha e outros blogueiros "medalhões" estão começando a pagar o preço pela sua falta de visão. Preferiram se unir em torno de seus próprios umbigos, proferindo palestras aqui e ali e dando autógrafos, enebriados pelo sucesso passageiro, enquanto deveriam ter ajudado a criar meios para que todos os blogueiros pudessem se unir para enfrentar o bicho de sete cabeças. Agora, me desculpem, não adianta posar de vítima e ficar dizendo como está sofrendo por ter que desembolsar largas quantias de dinheiro por causa das derrotas judiciais.
Trata-se de uma análise fria e calculista da questão. Fico muito triste de ter que escrever essas palavras, mas, enfim... eu avisei!
Prezado André Lux,
Seu aviso e, também, sua reclamação da falta de união dos blogueiros são inteiramente pertinentes. Tembém concordo com que qualquer movimento para unir os blogueiros tem de ter o apoio dos notórios, ou medalhões, como você diz.
Sugiro que, além da criação do fundo para pagemento de indenizações, seja contratada banca de advogados com reconhecida capacidade na condução de ações em defesa de blogueiros (ou jornalistas) em esquema de seguro advocatício, com prêmio módico, analogamente a seguro de saúde.
As vantagens de esquema de seguro advocatício mantido por uma única banca são várias: a tendência da banca se aprimorar mais e mais na condução das causas comuns aos blogueiros com o passar do tempo, a equalização dos honorários e, provavelmente, como acontece dos casos em geral de catástrofes cobertas por seguro, o aumento da probabilidade de sobrevivência econômica do atingido pelo sinistro.
Uma outra medida, esta de alcance de resultados a longo prazo, é o fortalecimento das defensorias públicas. A defensoria pública é instrumento de promoção da democracia, e pode ser, em particular, da promoção da liberdade de expressão. Hoje, está esvaziada, mas a anomalia pode e tem de ser corrigida.
Pela importância do direito à liberdade de expressão, as defensorias deveriam ter setor especializado na defesa deste direito, setor ao qual os jornalistas de menores posses recorreriam.
É isto, agora é amarrar o sino no pescoço dos medalhões, o que, admito, não é nada fácil.
Abraço e boa sorte.
Carlos Ramalho.
Choque!
Aqui em Goiás o governador Marconi Perillo processou jornalistas, blogueiros e tuiteiros. A última ação teve um fenômeno: a magistrada também possuía formação em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás.
Agora essa investida ao que cabe o nome de "judicialização da blogosfera". Absurdo!
Achei interessante a ideia de uma associação para seguro e fundos. Até pelo fato de se criar uma associação nacional e forte (quiçá mais que a ANJ). Acho que a defensoria pública é um poderoso instrumento, mas ainda assim não o suficiente para essa guerra de titans, pois é preciso de advogados que foquem esta matéria, como uma banca especializada. Há vários advogados da RENAP e advogados populares que estes sim, poderiam encampar esta ideia e militar fortemente.
Pela criação de uma ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS COMUNICADORES - ANC/ASNACOM, ou Associação Nacional dos Comunicadores Independentes, enfim!
Postar um comentário