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Um dia após Joaquim Barbosa ser a estrela de um evento tucano – deveria ser um evento apartidário, mas o PSDB aparelhou a solenidade e a transformou num palanque a favor de Aécio Neves [*] – em Minas Gerais, as redes sociais na Internet são inundadas com propagandas (com as cores amarelo e azul em destaque) “lançando” o ministro do STF à presidência da República em 2014.
A tática dos tucanos é outra. E é tão óbvia quanto inócua. Mais uma prova do descolamento do PSDB da realidade concreta da política brasileira.
Na verdade, o PSDB quer vincular a imagem de Joaquim Barbosa – “o juiz que condenou a turma do Lula” – ao nome de Aécio Neves, a autoproclamada “melhor alternativa da era pós-Lula”.
Se não vingar a improvável chapa com o pernambucano Eduardo Campos (PSB), quem sabe convencer Barbosa a ser o vice do senador mineiro-que-mora-no-Rio-de-Janeiro.
O esforço que o partido de FHC, Alckmin e Serra empreende para “cooptar” Joaquim Barbosa, porém, é mais furada do que peneira.
Em primeiro lugar, porque dialoga basicamente com os 5% do eleitorado que odeia o PT de qualquer jeito e jamais votaria nesta sigla. É essa parcela da sociedade brasileira que, de fato, acompanha o julgamento do “mensalão” e deseja mais do que tudo na vida a condenação dos petistas. Além destes 5% e tirando os 30% da população que vota fielmente no PT, pouca gente sabe quem é Joaquim Barbosa ou se importa com as decisões do STF. Ou seja, o PSDB está fazendo um movimento na direção de quem já está convencido em não votar no PT.
Em segundo lugar, porque, no mundo jurídico-midiático, Barbosa pode até estar “protegido” da exposição – para o grande público – de suas incoerências e defeitos. De fato, enquanto ministro do STF e algoz do PT, ele possuirá sempre uma redoma a protegê-lo de questionamentos mais amplos. “Ele é só um juiz”, é a lógica que prevalece no imaginário popular.
Se vier a abandonar a carreira de magistrado, terá que entrar, necessariamente, na luta renhida no campo minado da política. Suas contradições e seus arroubos autoritários serão amplamente expostos, pois características e posicionamentos pessoais são elementos fortemente presentes no debate político – basta ver a guerra de palavras que é feita pela grande mídia a partir de qualquer ator político relevante.
Barbosa teria que explicar, por exemplo, porque desmembrou o julgamento do “mensalão” do PSDB, garantindo o direito básico do duplo grau de jurisdição aos réus, e não adotou o mesmo critério em relação ao similar petista.
Além disso, e em terceiro lugar, tenho muita curiosidade de ver a reação da população fiel a Lula ao saber que o vice de Aécio Neves foi o condutor principal de um julgamento de exceção que condenou com base e evidências e suposições alguns dos principais aliados do presidente mais popular da história.
Sem falar que Barbosa – independentemente do seu mérito, que certamente é enorme – deve a Lula a nomeação para o STF. Poderia o ministro do Supremo vir a ser enxergado como um traidor pelas pessoas comuns, que não acompanham de perto o cotidiano político? A ver…
Por isso eu digo: vem Barbosa, vem! Venha para a política para você ver com quantas contradições se forma um líder nacional.
Vai com tudo, PSDB! Quem sabe com Barbosa de vice o Aécio passa dos 15% de intenção de votos.
* Mesmo tendo sido governador de Minas por oito anos e tendo feito o sucessor, nem em seu reduto eleitoral (já que sua residência é a zona sul carioca) Aécio Neves não consegue aparecer à frente de Dilma Rousseff em pesquisas de intenção de voto para 2014. Se a eleição fosse hoje, segundo colunista do jornal O Tempo, a presidenta teria 44% dos votos e Aécio apenas 40%.
Na verdade, o PSDB quer vincular a imagem de Joaquim Barbosa – “o juiz que condenou a turma do Lula” – ao nome de Aécio Neves, a autoproclamada “melhor alternativa da era pós-Lula”.
Se não vingar a improvável chapa com o pernambucano Eduardo Campos (PSB), quem sabe convencer Barbosa a ser o vice do senador mineiro-que-mora-no-Rio-de-Janeiro.
O esforço que o partido de FHC, Alckmin e Serra empreende para “cooptar” Joaquim Barbosa, porém, é mais furada do que peneira.
Em primeiro lugar, porque dialoga basicamente com os 5% do eleitorado que odeia o PT de qualquer jeito e jamais votaria nesta sigla. É essa parcela da sociedade brasileira que, de fato, acompanha o julgamento do “mensalão” e deseja mais do que tudo na vida a condenação dos petistas. Além destes 5% e tirando os 30% da população que vota fielmente no PT, pouca gente sabe quem é Joaquim Barbosa ou se importa com as decisões do STF. Ou seja, o PSDB está fazendo um movimento na direção de quem já está convencido em não votar no PT.
Em segundo lugar, porque, no mundo jurídico-midiático, Barbosa pode até estar “protegido” da exposição – para o grande público – de suas incoerências e defeitos. De fato, enquanto ministro do STF e algoz do PT, ele possuirá sempre uma redoma a protegê-lo de questionamentos mais amplos. “Ele é só um juiz”, é a lógica que prevalece no imaginário popular.
Se vier a abandonar a carreira de magistrado, terá que entrar, necessariamente, na luta renhida no campo minado da política. Suas contradições e seus arroubos autoritários serão amplamente expostos, pois características e posicionamentos pessoais são elementos fortemente presentes no debate político – basta ver a guerra de palavras que é feita pela grande mídia a partir de qualquer ator político relevante.
Barbosa teria que explicar, por exemplo, porque desmembrou o julgamento do “mensalão” do PSDB, garantindo o direito básico do duplo grau de jurisdição aos réus, e não adotou o mesmo critério em relação ao similar petista.
Além disso, e em terceiro lugar, tenho muita curiosidade de ver a reação da população fiel a Lula ao saber que o vice de Aécio Neves foi o condutor principal de um julgamento de exceção que condenou com base e evidências e suposições alguns dos principais aliados do presidente mais popular da história.
Sem falar que Barbosa – independentemente do seu mérito, que certamente é enorme – deve a Lula a nomeação para o STF. Poderia o ministro do Supremo vir a ser enxergado como um traidor pelas pessoas comuns, que não acompanham de perto o cotidiano político? A ver…
Por isso eu digo: vem Barbosa, vem! Venha para a política para você ver com quantas contradições se forma um líder nacional.
Vai com tudo, PSDB! Quem sabe com Barbosa de vice o Aécio passa dos 15% de intenção de votos.
* Mesmo tendo sido governador de Minas por oito anos e tendo feito o sucessor, nem em seu reduto eleitoral (já que sua residência é a zona sul carioca) Aécio Neves não consegue aparecer à frente de Dilma Rousseff em pesquisas de intenção de voto para 2014. Se a eleição fosse hoje, segundo colunista do jornal O Tempo, a presidenta teria 44% dos votos e Aécio apenas 40%.
2 comentários:
Taí, essa a melhor notícia que li nesses últimos dias. Os dois se merecem. E os que os apoiam, também.
É a mineiridade, caro Benjamin. Mineiro apoia mineiro. Tem até blogueiro progressista por aí que vai acabar apoiando. É como descendente de libanês: não viu como Calin Eid apoiava Maluf e como o próprio apoiou Haddad?
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