sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O pragmático marido de Marina Silva

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das frases mais divertidas da semana vem do marido de Marina, Fábio. Foi o triunfo do pragmatismo contra o programatismo, para usar uma expressão que a mulher de Fábio tem repetido à exaustão.

“Vou pedir demissão não”, escreveu Fábio no Facebook. Aos 51 anos, Fábio tem um bom cargo no governo do petista de Tião Viana, no Acre. Poucos dias antes, também no Facebook, um líder petista no Acre perguntara a Fábio se ele não ia largar o “empregão” num partido que, segundo sua mulher, é “chavista” e foi vital no processo de negação de registro para a Rede de Sustentabilidade.

Pragmaticamente, Fábio disse que fica. E programaticamente alegou que o PT no Acre é ainda “sonhador”, ao contrário do PT nacional.

É um episódio quase anedótico, mas que cresce em importância nas revelações que traz com ele. Primeiro, mostra como é difícil separar o programatismo do pragmatismo, por mais que no plano da retórica Marina venha fazendo portentosos esforços nisso.

Segundo, leva a uma pergunta: como a grande mídia pôde ser tão incompetente num assunto que, afinal, está ligado às eleições presidenciais de 2014?

Jornais, revistas, telejornais, rádios, tudo isso com exércitos copiosos de repórteres e editores – ninguém deu a informação de que o marido de Marina trabalha no PT. A origem da notícia está no Facebook.

A imprensa local deu primeiro, já há alguns dias. O paradoxo da família permaneceu ignorado da grande mídia, até que uma notinha apareceu. Num comportamento bovino, todo mundo correu atrás – com notável lentidão.

Enfim, esta é a nossa grande mídia, aspas.

Nos próximos dias, vai ser curioso ver a explicação que Marina dá entre programatismo e pragmatismo quando se trata de seu próprio lar.

3 comentários:

Paulinho Pavaneli disse...

Simples. Dona Marina vai dizer que a presença do marido "purifica" o PT do Acre...

emerson disse...



Há certamente várias formas de ser cúmplices de ditaduras. De todas as formas de ditaduras. Na Venezuela, entre 1958 e 1998, mais de 10 000 (dez mil) pessoas foram torturadas e assassinadas pelos governos aparentemente democráticos do regime dito de Punto Fijo. Um longo acúmulo de forças nos movimentos populares permitiu a eleição de Hugo Rafael Chávez Frías à presidência daquele país. E foi graças a este Hugo Chávez que o Estado venezuelano renunciou a torturar e assassinar cidadãs e cidadãos. Foi também ele que acabou com a censura implacável à imprensa, com os bombardeios de aldeias indígenas e campesinas e outros horrores. Pode-se fazer muitas críticas a este senhor, ao seu governo, aos seus correligionários, como de resto podemos criticar qualquer governo ou associação de seres humanos. Mas não se pode em hipótese alguma, sob pena de estar cometendo uma aberração, uma barbárie, dizer que o “chavismo”, “bolivarismo” ou como queiramos chamar esse processo, tem sido inimigo das liberdades e da democracia. O bloqueio cerrado de nossa mídia conseguiu enfiar na cabeça de muita gente de bem que aquele país vive sob autoritarismo. É compreensível que cidadãos comuns sem acesso à informação tenham caído na acusação falaciosa de autoritarismo feito a uma democracia avançada como a Venezuela. O que é absolutamente inadmissível, intolerável e absurdo é que a ex-militante do Partico Comunista Revolucionário Marina Silva ignore ou finja ignorar essas verdades insofismáveis. Esta senhora atacou a democracia venezuela durante sua campanha presidencial para conquistar votos de incautos e continua a fazer a mesma pregação odiosa. Isso é ser cúmplice de barbáries, de horrores que enrubesceriam muitos de nossos direitistas ferrenhos. Considero lamentável que continuemos a tolerar a cumplicidade desta senhora com os verdadeiros violadores de direitos humanos que enlutam a cada dia nossa afroindoamérica latina. Considero absurdo que pessoas de bem que a apoiaram ou que continuam a apoiá-la, mesmo com as melhores das intenções, não se manifestem em relação ao estupro da verdade recorrente cometido por esta senhora. Marina Silva não apenas repete mentiras absurdas sobre a Venezuela, mas ela se faz cúmplice de torturadores e assassinos que superam e muito seus colegas brasileiros. Alguém de peso, não eu que sou um pé rapado desconhecido, tem de cobrar isso dela e das pessoas generosas e bem intencionadas que a apoiam.

Anônimo disse...

Marina sou seu fá e pretendo votar em voce. Mas acho esse caso do seu marido ainda estar no PT muito serio!!