domingo, 17 de novembro de 2013

Cenário pré-eleitoral com cara de 1964

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Os restos mortais do presidente deposto João Goulart chegaram quinta-feira, 14, a Brasília, onde vão passar por uma perícia que é parte das investigações sobre a causa da morte dele, apontada pela ditadura como “ataque cardíaco”. A chegada mereceu uma recepção com honras dedicadas a chefes de Estado em visita ao país, por decisão de Dilma Rousseff. Antes do ato, a presidenta escrevera no Twitter, para seus dois milhões de seguidores, que se tratava de “um gesto do Estado brasileiro” e de “um dia de encontro do Brasil com a sua história”. A postura estadista de Dilma expressou-se também na organização da cerimônia, para a qual foram convidados todos os ex-presidentes vivos.

É curioso comparar a atitude conciliatória de Dilma com o ambiente político-econômico que se vê a poucos meses da sucessão presidencial. O sentimento que o governo despertou em certos setores e as realizações que Dilma tem a mostrar em busca de voto indicam que Jango estará atualíssimo na eleição. Prenuncia-se uma eleição polarizada, com cara de 1964.

Os estratos mais ricos do país, representados pelo mercado financeiro e por altos empresários, não querem a reeleição de Dilma, mesmo que não o digam abertamente. Eles perderam dinheiro no atual governo – ou deixaram de ganhar como nos tempos de Lula. Sob Dilma, a economia cresce pouco. As empresas vendem menos e lucram menos. Já a redução da taxa de juros do Banco Central e dos bancos estatais comeu ganhos do “mercado”. E prejudicou os empresários que recorriam a aplicações financeiras para compensar a pouca lucratividade na economia real.

Não é por acaso que o “mercado” tem sido fonte de pessimismo sobre o futuro do país. Em outubro, dois organismos internacionais - o FMI e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) - divulgaram relatórios sombrios. O país precisa, segundo estes documentos, de reformas que favoreçam os lucros privados. Ministros e conselheiros do governo temem uma ofensiva do pessimismo em plena campanha.

Também não é por acaso que o vice-presidente da República, Michel Temer, tenha participado em setembro em São Paulo de uma reunião com empresários e financistas e saído com a impressão de que eles não querem mais saber de diálogo com o governo. É uma hostilidade para a qual contribui o próprio estilo de Dilma, mais dura e menos afeita a discussões do que o antecessor.

O capital, decididamente, não tem motivos para querer a reeleição dela.

Por outro lado, o PIB fraco não afetou a vida dos estratos médios e pobres da população. Em alguns casos, ela até melhorou. O desemprego nos últimos três anos ronda os níveis mais baixos da história do país, entre 5% e 6%. O salário mínimo e a renda média dos trabalhadores continuaram a subir. Reforçado e ampliado, o programa Bolsa Família tirou mais 22 milhões de pessoas da miséria.

Se não resolve o problema de falta de dinheiro na saúde, o programa Mais Médicos ajudará a levar atendimento a alguns rincões. O aumento das verbas federais para investimento em transporte público, em decorrência das manifestações populares de junho, contribuirá de algum modo para facilitar o cotidiano dos usuários de ônibus e metrô.

Os mais pobres, aparentemente, não tem motivos para rejeitar a reeleição de Dilma.

O clima de 1964 tem tudo para se infiltrar na eleição inclusive por causa de uma efeméride. Em 2014, completam-se os cinquenta anos do golpe contra João Goulart. E mais: é quando vence o prazo dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade criada para investigar, entre outras coisas, torturas e mortes pela ditadura. Não seria difícil para a campanha governista apregoar que “querem dar um golpe contra o povo e a democracia do mesmo jeito que fizeram há cinquenta anos”.

Alimentar este tipo de associação seria até natural para Dilma. Mais até do que para Lula, cujo passado operário produz uma identidade maior dele com as classes populares. Forjada na luta armada contra a ditadura, Dilma ajudou a fundar o PDT de Leonel Brizola, cunhado de João Goulart. Brizola era um dos expoentes do PTB de Jango na época do golpe e só inventou o PDT porque a Justiça eleitoral, ainda na ditadura, proibiu-lhe de refundar a antiga sigla.

Dilma mergulhou no espírito de 1964 ao assistir, em outubro, ao documentário O dia que durou 21 anos, sobre o golpe contra Jango, durante uma sessão que promoveu para alguns amigos no Palácio da Alvorada. “Mesmo quem viveu os anos 60 fica surpreso com a extensão da interferência americana no Brasil naquele momento, revelada pelo documentário”, escreveu Dilma no Twitter.

Às vésperas do golpe, Jango fez um discurso histórico na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, com passagens que parecem capazes de ilustrar algumas das circunstâncias atuais de Dilma.

“Ainda ontem, trabalhadores e povo carioca, dentro da associações de cúpula de classes conservadoras, levanta-se a voz contra o Presidente pelo crime de defender o povo contra aqueles que o exploram nas ruas, em seus lares, movidos pela ganância.” É um trecho ilustrativo da atual queda de braço do governo com o “mercado” em relação aos juros e com o empresariado sobre o lucro dos futuros pedágios das estradas federais em vias de serem repassadas ao setor privado.

“Mas estaria faltando ao meu dever se não transmitisse, também, em nome do povo brasileiro, em nome destas 150 ou 200 mil pessoas que aqui estão, caloroso apelo ao Congresso Nacional para que venha ao encontro das reivindicações populares”. São palavras que bem poderiam ser ditas por Dilma a propósito da relação dela com um Legislativo de maioria conservadora e eleito à base de doações empresariais.

A tensão política daqueles dias foi resolvida na base na força, com um golpe militar. A que se vê agora tem tudo para desaguar nas urnas e nos financiamentos de campanha na eleição do ano que vem.

4 comentários:

Jbmartins-Contra o Golpe disse...

A Justiça do Brasil esta sustentada no Principio “Aos Inimigos os rigores da lei e fora da Lei, aos amigos as facilidades da amizade”. Todos nós Brasileiros nos ultimos 20 anos estamos acompanhando o desenrolar de uma Democracia implantada por acordo de interesse de uma classe cuja parcela é de 1%, sendo que neste periodo foi instalado o 4° poder, a Justiça, o Legislativo e o Executivo são coniventes a este “PIG”. O Brasil ainda é escravo e esta preso aos interesses Internacional e desta Classe de Vira Latas.

Anônimo disse...


MAIS UM CRIME PERPETRADO PELA CRIMINOSA ‘FOLHA DE SÃO PAULO’ ENTENDA

A matéria da ‘Folha’ afirma que Henrique Pizzolato incrimina o já falecido Luis Gushiken! O mesmo Luis Gushiken que foi absolvido no mesmo processo Inquisitório!

#########

(...)
Em nota pública divulgada no sábado, depois de a Polícia Federal não conseguir encontrá-lo em casa, o foragido disse ter aprendido “lições de solidariedade” com franciscanos na juventude.
Ao longo do processo, Pizzolato acusou executivos do BB de autorizar, junto com ele, repasses que abasteceram o mensalão. Ele também disse ter cumprido ordens do ex-ministro Luiz Gushiken, que morreu neste ano.

em
Pizzolato se dizia abandonado e desenhava nas paredes de casa
PAULO MAURICIO COSTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

FONTE [SUJA!]
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/11/1372825-pizzolato-se-dizia-abandonado-e-desenhava-nas-paredes-de-casa.shtml

#################

Lá isso é jornalismo, sô?!... É a impunidade, estúpido!

(Lei dos Meios Já!)

República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo


Anônimo disse...


[J. BARBOSA ESPANCOU a ex-mulher, e tentou agredir um ministro senil do STF! A Fonte da notícia: Consultor Jurídico - www.conjur.com.br]

O bate-boca e a troca de ofensas entre os ministros do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa e Eros Grau, foi a notícia mais lida da semana na revista Consultor Jurídico. Desde que foi publicado no dia 15 de agosto, o texto teve 6.288 acessos, aponta mediação do Google Analytics. Os ministros se estranharam depois de Eros libertar Humberto Braz, braço direito do banqueiro Daniel Dantas.

Preocupado com a opinião pública, o ministro Joaquim Barbosa censurou seu colega: “Como é que você solta um cidadão que apareceu no Jornal Nacional oferecendo suborno?”, perguntou Joaquim. Eros respondeu que não havia julgado a ação penal, mas se havia fundamento para manter prisão preventiva. Joaquim retrucou dizendo que “a decisão foi contra o povo brasileiro”.

Em outro round, depois que Joaquim Barbosa deu Habeas Corpus para garantir a Daniel Dantas o direito de não se auto-incriminar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, Eros, em tom de gozação, comentou que esse HC repercutira mais que o dele. Joaquim, enfurecido, quase chegou às vias de fato com o colega.

Joaquim só não agrediu Eros porque foi contido. Ele chamou o colega de velho caquético, colocou sua competência em questão, disse que ele escreve mal “e tem a cara-de-pau de querer entrar na Academia Brasileira de Letras”. Eros retrucou lembrando decisões constrangedoras de JB que a Corte teve de corrigir e que ele nem encontrava mais clima entre os colegas. O clima azedou a ponto de se resgatar o desconfortável boletim de ocorrência feito pela então mulher de JB, tempos atrás: “Para quem batia na mulher, não seria nada estranho que batesse em um velho também”, afirmou-se.

Depois da confusão, Joaquim Barbosa não voltou ao tribunal e o chá da tarde nunca foi tão caloroso

em
RANKING DA SEMANA
Briga de ministros do Supremo bate recorde de acessos na ConJur

http://www.conjur.com.br/2008-ago-23/briga_ministros_bate_recorde_acessos_conjur
http://www.conjur.com.br/2008-ago-23/briga_ministros_bate_recorde_acessos_conjur

Anônimo disse...


IBOPE VÊ DILMA VENCENDO EM 1º TURNO E CONFIANÇA MAIOR

Num momento político delicado, em razão das prisões em regime fechado de ex-dirigentes do PT, pesquisa Ibope/Estadão relaxa os nervos no campo governista; presidente Dilma Rousseff apresenta evolução em taxas de aprovação de governo e confiança junto à população; frente aos adversários, mantém intenções para vencer em primeiro turno; no cenário com Marina Silva como candidata do PSB, Dilma marcou 42%, contra 16% para a ex-ministra e 13% para o tucano Aécio Neves; governador Eduardo Campos teria 7% das intenções; fusão entre socialistas e o Rede ainda não se refletiu em mais força no eleitorado; Dilma renova fôlego.

18 DE NOVEMBRO DE 2013 ÀS 18:27


FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/121168/Ibope-v%C3%AA-Dilma-vencendo-em-1%C2%BA-turno-e-confian%C3%A7a-maior.htm


LÁ VEM O MATUTO TIRADO A PRESTIDIGITADOR!

... Ah! Sobre os resultados da pesquisa? Eu quero é novidade! Eu já estou é pensando na campanha presidencial de... 2018: a chapa dos 'Zés do Brasil'! Jose Genoino do Brasil e José Dirceu! Ou ainda, José Genoino presidente, Fernando Haddad, vice!...

Viva o honesto, sapiente, LEAL, lúcido e impávido povo trabalhador brasileiro!

BRASIL (QUASE-)NAÇÃO [depende de nós enquanto ações e reações!]
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo