Diversas atividades que irão abordar o período da ditadura civil-militar (1964-1985) no Brasil estão marcadas para ocorrer entre os dias 29 de março e 1º de abril. Serão realizados atos públicos, marchas, solenidades e debates sobre os 50 anos do golpe que durou duas décadas em nosso país.
Para dar início, nesse sábado (29), o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé irá realizar um debate sobre o apoio da Rede Globo ao golpe militar e as formas de censura praticadas pela emissora. A discussão irá abordar tanto os mecanismos de censura utilizados pela Globo quanto o papel que a empresa desempenha na vida política brasileira.
A atividade ainda contará com o 'churrascão da solidariedade', em apoio ao blogueiro Marco Aurélio Mello, autor de DoLadoDeLá, que luta na Justiça contra processos instaurados por Ali Kamel, diretor de jornalismo da emissora.
Já na segunda-feira (31), véspera das cinco décadas do golpe, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP) promove, a partir das 19h, um ato público em repúdio ao regime. A manifestação terá como tema “Ditadura nunca mais, estado de direito sempre!.” “Este ato visa a consignar o repúdio de toda nossa comunidade acadêmica a qualquer espécie de regime ditatorial ou de opressão”, destaca o diretor da FDUSP, José Rogério Cruz e Tucci.
Ainda no dia 31 de março, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, junto com diversas organizações sociais, organizam um ato unificado para cobrar justiça e pedir punição aos torturadores da Ditadura. O protesto, que está marcado para às 10h, tem como tema “ditadura nunca mais”, e ocorrerá no pátio externo da rua Tutoia, 921, na vila Mariana, zona sul de São Paulo. No local funcionou o antigo DOI/Codi, prédio em que muitos militantes de esquerda foram torturados e mortos. Hoje, no imóvel, está instalado o 36º Distrito Policial.
Cordão da Mentira
Na terça-feira, 1º de abril, o bloco carnavalesco Cordão da Mentira volta às ruas da capital paulista para contestar as problemáticas da ditadura civil-militar brasileira. Durante o trajeto, o desfile fará intervenções em lugares historicamente emblemáticos.
Os manifestantes se concentrarão, a partir das 17h, em frente ao Memorial da Resistência (sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social -- Dops), no centro de São Paulo. Por meio de intervenções estéticas e sambas de autoria própria, o Cordão marchará até Praça da República e também pela rua Maria Antônia - lembrada não apenas como palco de conflito durante a ditadura, mas como espaço de violência e repressão aos manifestantes das jornadas de junho, de 2013.
O primeiro desfile do grupo foi realizado em 1º de abril de 2012, cujo tema foi "Quando vai acabar a ditadura civil militar?". O percurso das ruas do centro de São Paulo lembrou mortos e desaparecidos na ditadura militar e vítimas da atual violência, como a população da Cracolândia.
No mesmo ano, o bloco lembrou o genocídio popular, fazendo menção aos incêndios provocados nas favelas, às tentativas de expulsão da população do centro da cidade de São Paulo e aos jovens mortos cotidianamente nas periferias.
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