sexta-feira, 28 de março de 2014

O "mensalão tucano" e a Petrobras

Por Cadu Amaral, em seu blog:


Como há muito tempo se previa, o Supremo Tribunal Federal (STF) tratou o “mensalão” do PSDB de forma diferente com que tratou o do PT. Eduardo Azeredo não será julgado pelo STF e, sim, em primeira instância. Foi com esse objetivo que ele renunciou ao mandato de deputado federal. E tem gente que diz que o Judiciário cumpriu a lei com os petistas.

Uma das coisas mais tristes disso tudo é a confirmação de que o julgamento da Ação Penal (AP) 470 estava contaminado e que a imprensa grande no Brasil não tem o menor compromisso com a democracia e o Estado de Direito.

Agora cabe aos réus da AP 470 recorrer À Organização dos Estados Americanos (OEA) para rever seu julgamento comandado pela sede de holofotes de Joaquim Barbosa que ventilou - ou ainda ventila - a possibilidade de se candidatar a presidente em outubro.

A menina dos olhos de ontem

A Petrobras sempre foi a menina dos olhos da elite nacional. Desde sua criação que o grande capital tenta – até agora sem sucesso – destruir a empresa estatal para que grupos internacionais passem a geri-la e tomar conta de nosso petróleo. Getúlio Vargas precisou de campanha popular de arrecadação de dinheiro para fundá-la.


... E de hoje

Agora tentam a todo custo vender a imagem de que a Petrobras está quebrada e mal gerida. A empresa de petróleo brasileira é uma das mais valiosas do mundo e seu valor hoje vale 113 bilhões de dólares contra 15,6 bilhões de dólares do governo FHC. E com as camadas Pré-sal esse valor só tende a subir.

Especulação econômica

Uma das armas do mercado financeiro é a especulação. Especula-se que determinada empresa vai mal, a mídia grande para atender os interesses econômicos dos especuladores reproduzem esse discurso, os valores de suas ações caem e, em seguida, compra-se as ações por um preço menor. Quem compra? Os especuladores que no início divulgaram que a determinada empresa estava mal das pernas.

Especulação política

E vale de tudo para concretizar esse movimento. Até institutos de pesquisa estão nesse jogo. Basta reparar como há diferença em apenas uma semana entre duas pesquisas do Ibope. Sempre lembrando que Augusto Montenegro, presidente do renomado instituto, afirmou que Dilma não seria eleita em 2010. Credibilidade é isso aí.

Especulação econômica e política

Voltando à Petrobras, agora é o caso da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) que movimenta o mundo político e financista. Logo ao sair o primeiro boato e a contestação da resposta oficial sobre o caso, uma ata da reunião onde se definiu a compra da refinaria confirmou a versão oficial. Até o presidente do Grupo Abril, de Veja, deu razão à Dilma sobre o caso.

Especulação econômica e política-2

É mais do que evidente que a oposição vai tentar usar toda essa gama de factoides sobre a Petrobras para tentar impedir a reeleição de Dilma em outubro. Tudo isso com o sorriso largo de grandes grupos internacionais que atuam no setor de petróleo e de grupos que atuam no mercado financeiro. Eles devem estar salivando à espera de abocanhar a empresa brasileira.

Campos e Marina
Eduardo Campos e Marina Silva apareceram no programa partidário do PSB/Rede. Ambos diziam serem “filhos da esperança” e que foram ministros de Lula. Ao que parece vão querer manter certo grau de ligação com a imagem do ex-presidente. Do mesmo jeito que fez o Serra no começo da campanha em 2010, e o resultado todos sabem qual foi.

Campos e Marina-2
Tentando surfar na onda de especulações, Campos e Marina também falaram da Petrobras. E assim como a imprensa grande, se utilizam da desinformação sobre o histórico recente da empresa e seu momento atual. Aliás, todos os temas abordados por Campos e Marina no programa partidário estavam recheados de informações falsas. Em todas as áreas citadas, basta uma simples pesquisa na internet para confirmar isso. A nova política já nasceu caduca de velha.

Esqueceram o saudoso Miguel Arraes

Eduardo Campos sequer citou o nome de seu avô, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. Arraes foi um governante à frente de seu tempo. Falava em reforma agrária quando ninguém o fazia e combateu o golpe de 1964 na cadeira de governador e depois de deposto pelos golpistas. Marina chegou a lembrá-lo que tinha Arraes como avô, mas sem citar seu nome. “Seu avô”, ela disse. Perguntaram nas redes sociais: Eduardo Campos não citou seu avô, Miguel Arraes, por medo dos conservadores?

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