quinta-feira, 17 de abril de 2014

O "abril vitorioso" na Venezuela

Iván Lira/Rebelión
Por Beto Almeida, no jornal Brasil de Fato:

No dia 13 de abril, a Telesur mostrou uma Caracas tomada por imensa multidão, com bandeiras vermelhas e retratos de Chávez, comemorando os 12 anos do Abril Vitorioso. Em 13 de abril de 2002, a união cívico-militar resgatou o presidente bolivariano das mãos de golpistas que o sequestraram e o colocam novamente no comando da Revolução.

Muitas lições deixaram aquele episódio para a indispensável reflexão das forças revolucionárias. Em 4 de fevereiro de 1992, sob o comando de Chávez, o movimento revolucionário bolivariano militar lançou-se a uma insurreição popular com o objetivo de convocar uma Assembleia Constituinte e retirar a Venezuela das garras do neoliberalismo colonialista.

Desde então, se tornou mais evidente o que vinha sendo construído pacientemente, clandestinamente, dentro dos quartéis: um movimento revolucionário destinado a soldar a aliança cívico-militar. É verdade que algumas correntes de esquerda não compareceram na hora H da insurreição, o que foi denunciado pelo próprio Chávez, sobretudo quando estes sabichões se tornaram críticos da Revolução Bolivariana.

Agora, quando o governo Maduro, mobilizando as massas, mas, sobretudo, apoiando-se na mesma unidade cívico-militar, vai derrotando outra tentativa de golpe, torna-se ainda mais urgente a discussão sobre o papel dos militares na transformação social, ao lado dos trabalhadores. Aqui, no Brasil, esta aliança se deu, militares e povo armado, na Campanha da Legalidade, sob o comando de Brizola, em 1961, e derrotou a primeira tentativa de golpe. Em 1964, esta unidade de resistência não foi organizada. Como também não foi em 1973, no Chile de Allende.

Na Venezuela, é a unidade cívico-militar o centro fundamental da resistência contra o golpismo. É o que permite hoje celebrar os 12 anos do Abril Vitorioso e das conquistas da Revolução Bolivariana, que reduziu a fome, a miséria, as favelas, eliminou o analfabetismo, usando a renda petroleira para sustentar as transformações populares.

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