Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
E a mídia e os intérpretes das sondagens de intenção de voto contornaram de mansinho uma explicação da recente pesquisa Ibope. Ela pode ajudar a decifrar o comportamento dos eleitores nesse momento. A quatro meses da disputa presidencial a intenção eleitoral do entrevistado abre um contraste de difícil interpretação.
Ao responder à pergunta – “como se sente com relação à vida que vem levando hoje?” – uma ampla maioria dos entrevistados respondeu de forma categórica estar muito satisfeita (9%) ou satisfeita (71%) em oposição a uma minoria (17%) de insatisfeitos ou muito insatisfeitos (3%).
Qual a explicação? A satisfação e a insatisfação, maior ou menor de uns e outros, não existem apenas pelo prazer ou pelo desgosto de viver. Há fatores circunstanciais como o amor e o desemprego, fundamentais à vida. Embora não sejam os únicos.
Independentemente do nível de escolaridade e a renda familiar , os eleitores aparecem em igual sintonia. Segundo a pesquisa, o grupo daqueles que se declaram satisfeitos varia de 67%, com os entrevistados da 5ª à 8ª série do ensino fundamental, a 75% de satisfação entre os integrantes do ensino superior.
A mesma aproximação ocorre no mundo dos insatisfeitos e dos muito insatisfeitos. A renda familiar e o nível de ensino praticamente não os distingue na resposta. Juntos, formam uma média de 3% de eleitores. Ou seja, entre a base e o topo da pirâmide social há respostas iguais.
Há, porém, um abismo brutal no comportamento desses dois grupos na cabine eleitoral. O voto os separa.
Que relação existirá entre a manifestação de satisfação ou insatisfação e a resposta à pergunta sobre a aprovação ou a desaprovação “da maneira como Dilma vem administrando o País?”
A pirâmide dividida em classes dá resposta a isso. No topo dela há uma desaprovação de 56%, contra 38% de aprovação. Na base, a desaprovação cai para 26% e a aprovação dá um salto e alcança 69%. Na renda familiar, esse afastamento se repete. Do alto da pirâmide 59% contemplam a administração de Dilma e a desaprovam. Na base, a aprovação é de 60%. Ou seja, reação de igual intensidade em sentido inverso, sentenciaria Newton, aplicando uma lei de física à regra eleitoral.
Um desfecho importante para esse contraste vem da pergunta sobre o interesse pelas eleições manifestado agora. Há 41% dos que se consideram com “muito interesse” e “interesse médio”. Surpreende a manifestação de “pouco interesse” e “nenhum interesse”: 57%.
Os eleitores potenciais de Dilma, os mais pobres, avaliados pela escolaridade e pela renda, ainda se mantêm, em grande número, distantes do processo eleitoral. Portanto, a oposição deve ser comedida ao comemorar uma eleição de dois turnos.
E a mídia e os intérpretes das sondagens de intenção de voto contornaram de mansinho uma explicação da recente pesquisa Ibope. Ela pode ajudar a decifrar o comportamento dos eleitores nesse momento. A quatro meses da disputa presidencial a intenção eleitoral do entrevistado abre um contraste de difícil interpretação.
Ao responder à pergunta – “como se sente com relação à vida que vem levando hoje?” – uma ampla maioria dos entrevistados respondeu de forma categórica estar muito satisfeita (9%) ou satisfeita (71%) em oposição a uma minoria (17%) de insatisfeitos ou muito insatisfeitos (3%).
Qual a explicação? A satisfação e a insatisfação, maior ou menor de uns e outros, não existem apenas pelo prazer ou pelo desgosto de viver. Há fatores circunstanciais como o amor e o desemprego, fundamentais à vida. Embora não sejam os únicos.
Independentemente do nível de escolaridade e a renda familiar , os eleitores aparecem em igual sintonia. Segundo a pesquisa, o grupo daqueles que se declaram satisfeitos varia de 67%, com os entrevistados da 5ª à 8ª série do ensino fundamental, a 75% de satisfação entre os integrantes do ensino superior.
A mesma aproximação ocorre no mundo dos insatisfeitos e dos muito insatisfeitos. A renda familiar e o nível de ensino praticamente não os distingue na resposta. Juntos, formam uma média de 3% de eleitores. Ou seja, entre a base e o topo da pirâmide social há respostas iguais.
Há, porém, um abismo brutal no comportamento desses dois grupos na cabine eleitoral. O voto os separa.
Que relação existirá entre a manifestação de satisfação ou insatisfação e a resposta à pergunta sobre a aprovação ou a desaprovação “da maneira como Dilma vem administrando o País?”
A pirâmide dividida em classes dá resposta a isso. No topo dela há uma desaprovação de 56%, contra 38% de aprovação. Na base, a desaprovação cai para 26% e a aprovação dá um salto e alcança 69%. Na renda familiar, esse afastamento se repete. Do alto da pirâmide 59% contemplam a administração de Dilma e a desaprovam. Na base, a aprovação é de 60%. Ou seja, reação de igual intensidade em sentido inverso, sentenciaria Newton, aplicando uma lei de física à regra eleitoral.
Um desfecho importante para esse contraste vem da pergunta sobre o interesse pelas eleições manifestado agora. Há 41% dos que se consideram com “muito interesse” e “interesse médio”. Surpreende a manifestação de “pouco interesse” e “nenhum interesse”: 57%.
Os eleitores potenciais de Dilma, os mais pobres, avaliados pela escolaridade e pela renda, ainda se mantêm, em grande número, distantes do processo eleitoral. Portanto, a oposição deve ser comedida ao comemorar uma eleição de dois turnos.
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