Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:
O presidente do diretório estadual do PMDB do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, fechou uma churrascaria no bairro nobre da Barra da Tijuca, e ofereceu uma boca-livre em almoço de apoio a Aécio Neves (PSDB-MG). Mas o prato servido para ser almoçado foi o próprio tucano – metaforicamente, é claro.
Para entender a antropofagia política, é necessário compreender o intrincado quadro eleitoral no Rio de Janeiro para além de 2014, indo até as eleições municipais de 2016.
O PMDB está dividido. O grupo de Picciani está apoiando Aécio. O governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito da capital, Eduardo Paes, e o ex-governador Sérgio Cabral estão com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Dilma tem o apoio de outros três pré-candidatos: Lindberg Farias (PT), Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB). Aécio não tem apoio de nenhum pré-candidato a governador do Rio.
Voltando ao PMDB, Picciani tem um projeto político próprio, mas é local, não é nacional. Quer fazer seu filho, o deputado federal Leonardo Picciani, candidato a prefeito pelo PMDB em 2016. Trava uma disputa interna com o grupo do prefeito Eduardo Paes, que planeja fazer seu sucessor o deputado federal Pedro Paulo (PMDB).
A dissidência é consentida ou até estimulada de forma velada pelo governador e ex-governador, para retaliar a candidatura de Lindberg. É esse o argumento usado em público para a dissidência. Mas há outro motivo do interesse de Pezão e Cabral e todo o PMDB nesta dissidência: capturar o tempo de TV do PSDB no Rio, já que os tucanos não têm candidato próprio e não se empolgam em apoiar Cesar Maia (DEM).
Aécio aproveitou o palanque armado e explorou o fato político criado, mas mostrou desconforto e desconfiança ao não citar o nome de Pezão (que obviamente não estava presente). E ressalvou que há a pendência de resolver a coligação proporcional negociada entre PSDB, PPS e DEM do Rio para resolver como iria participar da campanha do PMDB.
A desconfiança tem motivo. Depois de entregar o tempo de TV do PSDB fluminense ao PMDB é grande a chance de minguar o apoio desta dissidência a Aécio.
Leonardo Picciani e Pedro Paulo travarão uma disputa interna para ver quem sai mais bem votado. Leonardo não vai querer ficar de fora das inaugurações de Pezão e de Eduardo Paes, muitas delas obras do PAC em parceria com o governo federal. Buscará votos onde eles estiverem mais fáceis e mais abundantes, deixando a candidatura presidencial em segundo plano.
Também é duvidoso que Picciani arraste um contingente grande das bases do PMDB para fazer campanha para Aécio. Isso obrigaria Dilma a sair de uma posição de neutralidade e colar sua campanha em quem esteja trabalhando pela eleição dela de fato.
Para piorar, Piccini mais espanta do que atrai os chamados votos de opinião, e isso pode tirar votos de Aécio entre eleitores da elite.
Como se vê, Picciani só tem a ganhar se o PSDB apoiar Pezão, principalmente capturando o tempo de TV, mas Aécio não tem a mesma reciprocidade, pois o PMDB nacional e o governador continuarão com Dilma, e ainda pode ser deixado de lado pela dissidência peemedebista do Rio.
Para entender a antropofagia política, é necessário compreender o intrincado quadro eleitoral no Rio de Janeiro para além de 2014, indo até as eleições municipais de 2016.
O PMDB está dividido. O grupo de Picciani está apoiando Aécio. O governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito da capital, Eduardo Paes, e o ex-governador Sérgio Cabral estão com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Dilma tem o apoio de outros três pré-candidatos: Lindberg Farias (PT), Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB). Aécio não tem apoio de nenhum pré-candidato a governador do Rio.
Voltando ao PMDB, Picciani tem um projeto político próprio, mas é local, não é nacional. Quer fazer seu filho, o deputado federal Leonardo Picciani, candidato a prefeito pelo PMDB em 2016. Trava uma disputa interna com o grupo do prefeito Eduardo Paes, que planeja fazer seu sucessor o deputado federal Pedro Paulo (PMDB).
A dissidência é consentida ou até estimulada de forma velada pelo governador e ex-governador, para retaliar a candidatura de Lindberg. É esse o argumento usado em público para a dissidência. Mas há outro motivo do interesse de Pezão e Cabral e todo o PMDB nesta dissidência: capturar o tempo de TV do PSDB no Rio, já que os tucanos não têm candidato próprio e não se empolgam em apoiar Cesar Maia (DEM).
Aécio aproveitou o palanque armado e explorou o fato político criado, mas mostrou desconforto e desconfiança ao não citar o nome de Pezão (que obviamente não estava presente). E ressalvou que há a pendência de resolver a coligação proporcional negociada entre PSDB, PPS e DEM do Rio para resolver como iria participar da campanha do PMDB.
A desconfiança tem motivo. Depois de entregar o tempo de TV do PSDB fluminense ao PMDB é grande a chance de minguar o apoio desta dissidência a Aécio.
Leonardo Picciani e Pedro Paulo travarão uma disputa interna para ver quem sai mais bem votado. Leonardo não vai querer ficar de fora das inaugurações de Pezão e de Eduardo Paes, muitas delas obras do PAC em parceria com o governo federal. Buscará votos onde eles estiverem mais fáceis e mais abundantes, deixando a candidatura presidencial em segundo plano.
Também é duvidoso que Picciani arraste um contingente grande das bases do PMDB para fazer campanha para Aécio. Isso obrigaria Dilma a sair de uma posição de neutralidade e colar sua campanha em quem esteja trabalhando pela eleição dela de fato.
Para piorar, Piccini mais espanta do que atrai os chamados votos de opinião, e isso pode tirar votos de Aécio entre eleitores da elite.
Como se vê, Picciani só tem a ganhar se o PSDB apoiar Pezão, principalmente capturando o tempo de TV, mas Aécio não tem a mesma reciprocidade, pois o PMDB nacional e o governador continuarão com Dilma, e ainda pode ser deixado de lado pela dissidência peemedebista do Rio.
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