Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Ainda antes de outro debate entre os presidenciáveis, no final da tarde desta segunda-feira, transmitido pelo SBT, o tucano Aécio Neves foi solenemente rifado pelo coordenador-geral da sua campanha, senador José Agripino Maia, presidente do DEM, ex-Arena e ex-PFL, um dos mais longevos remanescentes do velho coronelismo nordestino. Com a sutileza de um rinoceronte, Agripino defendeu em entrevista coletiva que Aécio apoie Marina em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff.
"O PSB tem antigas afinidades conosco, desde o tempo de Eduardo Campos. O inimigo maior a ser batido é o PT. Tanto pode dar o Aécio apoiando a Marina quanto o contrário", pontificou o coordenador-geral, que diante da ira dos seus correligionários e do próprio candidato correu para soltar uma nota tentando explicar que não foi bem isso que ele quis dizer. Como se o eleitor dependesse dos conselhos de Agripino para decidir em quem votar no segundo turno...
Mas o estrago já estava feito. Com 19 pontos atrás de Dilma e Marina, empatadas com 34% no último Datafolha, a apenas 33 dias da eleição, um Aécio amuado e sem nenhuma convicção no que falava já chegou derrotado aos estúdios da emissora, e ficou escanteado no debate. Só lhe faltava essa: com aliados deste porte, o ex-governador mineiro, que faz a pior campanha de um tucano nas eleições presidenciais das últimas duas décadas, nem precisava de adversários.
Sorteada para fazer a primeira pergunta, a presidente Dilma Rousseff, agora ameaçada pela sua ex-colega no ministério de Lula, favorita nas pesquisas de um provável segundo turno entre as duas, foi direto para cima de Marina Silva.
"De onde virão os recursos para custear os R$ 140 bilhões em promessas feitas no seu plano de governo?", disparou a candidata à reeleição, deflagrando o tiroteio entre as duas, que dominou todo o debate de duas horas.
Marina respondeu que é "preciso ter eficiência para fazer bom uso na aplicação dos recursos" e criticou o "pensamento de uma ideia cartesiana de governo". Dilma retrucou que, "quando se é presidente, não basta dizer que vai fazer uma lista de coisa sem dizer de onde virá o dinheiro".
Na sua vez de atacar, Marina lembrou Dilma que, na campanha de 2010, "havia um compromisso seu de que o Brasil iria continuar crescendo, de que os juros ficariam baixos e de que a inflação seria controlada, e aconteceu tudo ao contrário. O que deu errado?".
E por aí foi: Marina cobrando os erros da presidente e Dilma batendo na tecla de que "sem o apoio do Congresso é impossível governar". Impassível, sem piscar um olho, Marina mostrava firmeza ao defender "uma nova postura, a de estar aberta ao diálogo, de debater as ideias e não ficar fazendo apenas o embate político". Confusa nas respostas, consultando papéis sobre a bancada, Dilma reconheceu que estava nervosa ao questionar as regras do debate com o moderador Carlos Nascimento, e focou no plano de governo da adversária.
Como se não tivesse acontecido uma reviravolta nas pesquisas, Aécio continuava com seu discurso contra o PT e o governo Dilma, sem encontrar uma brecha para entrar na briga entre as favoritas. Segundo levantamento feito pela Folha, enquanto o embate entre Dilma e Marina consumiu quase 18 minutos do programa, Aécio não conseguiu confrontar a nenhuma vez a candidata do PSB, que disparou nas pesquisas, e consumiu quase 8 minutos no confronto com a presidente, que vem caindo.
Resultado: quando o debate acabou, os repórteres saíram correndo para cercar Marina e Dilma. Aécio ficou caminhando sozinho pelo palco e ainda foi obrigado a ouvir um gracejo da candidata à reeleição, ao passar por onde ela estava: "Ô Aécio, vai querer sentar na minha cadeira? Não vai, não..."
Acho que nem ele pensa mais nisso. A cada dia, o quadro eleitoral vai ficando pior para o candidato do PSDB, a ponto de já surgirem rumores, divulgados pelo jornal Valor, de que pode desistir da candidatura para aumentar as chances de Marina vencer no primeiro turno, e voltar a Minas para salvar seu candidato ao governo estadual, que lá corre sério risco de perder para o PT.
Vamos esperar as próximas pesquisas para ver o que acontece. Dos 11 candidatos, agora restam apenas duas mulheres, uma petista e outra ex-petista, disputando para valer a presidência da República. Façam suas apostas.
"O PSB tem antigas afinidades conosco, desde o tempo de Eduardo Campos. O inimigo maior a ser batido é o PT. Tanto pode dar o Aécio apoiando a Marina quanto o contrário", pontificou o coordenador-geral, que diante da ira dos seus correligionários e do próprio candidato correu para soltar uma nota tentando explicar que não foi bem isso que ele quis dizer. Como se o eleitor dependesse dos conselhos de Agripino para decidir em quem votar no segundo turno...
Mas o estrago já estava feito. Com 19 pontos atrás de Dilma e Marina, empatadas com 34% no último Datafolha, a apenas 33 dias da eleição, um Aécio amuado e sem nenhuma convicção no que falava já chegou derrotado aos estúdios da emissora, e ficou escanteado no debate. Só lhe faltava essa: com aliados deste porte, o ex-governador mineiro, que faz a pior campanha de um tucano nas eleições presidenciais das últimas duas décadas, nem precisava de adversários.
Sorteada para fazer a primeira pergunta, a presidente Dilma Rousseff, agora ameaçada pela sua ex-colega no ministério de Lula, favorita nas pesquisas de um provável segundo turno entre as duas, foi direto para cima de Marina Silva.
"De onde virão os recursos para custear os R$ 140 bilhões em promessas feitas no seu plano de governo?", disparou a candidata à reeleição, deflagrando o tiroteio entre as duas, que dominou todo o debate de duas horas.
Marina respondeu que é "preciso ter eficiência para fazer bom uso na aplicação dos recursos" e criticou o "pensamento de uma ideia cartesiana de governo". Dilma retrucou que, "quando se é presidente, não basta dizer que vai fazer uma lista de coisa sem dizer de onde virá o dinheiro".
Na sua vez de atacar, Marina lembrou Dilma que, na campanha de 2010, "havia um compromisso seu de que o Brasil iria continuar crescendo, de que os juros ficariam baixos e de que a inflação seria controlada, e aconteceu tudo ao contrário. O que deu errado?".
E por aí foi: Marina cobrando os erros da presidente e Dilma batendo na tecla de que "sem o apoio do Congresso é impossível governar". Impassível, sem piscar um olho, Marina mostrava firmeza ao defender "uma nova postura, a de estar aberta ao diálogo, de debater as ideias e não ficar fazendo apenas o embate político". Confusa nas respostas, consultando papéis sobre a bancada, Dilma reconheceu que estava nervosa ao questionar as regras do debate com o moderador Carlos Nascimento, e focou no plano de governo da adversária.
Como se não tivesse acontecido uma reviravolta nas pesquisas, Aécio continuava com seu discurso contra o PT e o governo Dilma, sem encontrar uma brecha para entrar na briga entre as favoritas. Segundo levantamento feito pela Folha, enquanto o embate entre Dilma e Marina consumiu quase 18 minutos do programa, Aécio não conseguiu confrontar a nenhuma vez a candidata do PSB, que disparou nas pesquisas, e consumiu quase 8 minutos no confronto com a presidente, que vem caindo.
Resultado: quando o debate acabou, os repórteres saíram correndo para cercar Marina e Dilma. Aécio ficou caminhando sozinho pelo palco e ainda foi obrigado a ouvir um gracejo da candidata à reeleição, ao passar por onde ela estava: "Ô Aécio, vai querer sentar na minha cadeira? Não vai, não..."
Acho que nem ele pensa mais nisso. A cada dia, o quadro eleitoral vai ficando pior para o candidato do PSDB, a ponto de já surgirem rumores, divulgados pelo jornal Valor, de que pode desistir da candidatura para aumentar as chances de Marina vencer no primeiro turno, e voltar a Minas para salvar seu candidato ao governo estadual, que lá corre sério risco de perder para o PT.
Vamos esperar as próximas pesquisas para ver o que acontece. Dos 11 candidatos, agora restam apenas duas mulheres, uma petista e outra ex-petista, disputando para valer a presidência da República. Façam suas apostas.
1 comentários:
Mesmo que Dilma não ganhe, ou ganhe apertado, será um prazer ver o PSDB encolhendo. Restará o bastião. Elegeremos Suplicy.
Tudo isso é vitória e apredizado.
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