http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/ |
Durante a semana passada, o candidato neoliberal e conservador à Presidência da República, Aécio Neves, tentou vender a imagem de que lidera um “grande movimento de transformação e alianças”. Chegou a dizer que a vida política brasileira passa por “novo alinhamento” e invocou a figura de Tancredo Neves, um dos líderes políticos da luta contra a ditadura.
Nada mais falso. Como tudo o que o candidato do PSDB tem dito e proposto ao longo da campanha eleitoral, é mais uma tese que não tem correspondência com os fatos. No caso em tela, mais uma falsificação da História.
Tancredo Neves, político tradicional que representava setores democráticos das classes dominantes, tinha como característica principal a moderação e movia-se pelo propósito de promover a conciliação nacional. Embora esta fosse irrealizável em face dos antagonismos sociais do país, o projeto de Tancredo era em essência generoso e progressista e teve a virtude de contribuir para a união dos brasileiros para superar a ditadura militar. Eleito presidente da República na última eleição indireta, em 15 de janeiro de 1985, tendo por vice José Sarney, Tancredo não assumiu o posto por uma fatalidade que comoveu a nação. Deixou, porém, uma mensagem que calou fundo nos corações e mentes do povo brasileiro, fonte de inspiração para a obra que hoje é realizada sob a liderança das forças progressistas: “Não vamos nos dispersar”!
Nisto consiste a diferença essencial, no conteúdo e na forma, entre a mensagem do presidente Tancredo e a do seu neto, Aécio Neves. O velho liberal-democrata queria unir o Brasil para livrar o país da crise e de todas as mazelas deixadas por 21 anos de ditadura militar. Unir os brasileiros para varrer para sempre a ditadura militar, nisso estava a sabedoria e o valor da mensagem do velho Tancredo.
Que propõe Aécio hoje? Unir os neoliberais, conservadores, reacionários, falsos socialistas, ecologistas de fachada para ... derrotar o PT, varrer o PT, acabar com a “raça” do PT. Não se trata da união de forças democráticas, que inclui as de centro, para dar um passo histórico à frente, mas da formação de um condomínio de forças retrógradas para fazer a roda da História girar para trás.
Sob a liderança de Lula e Dilma, o governo das forças progressistas foi capaz de constituir um sistema de alianças que vai da esquerda, nucleada pelo PT, o PCdoB e o PDT, até o centrista PMDB de Michel Temer e José Sarney. Uma aliança que contém elementos contraditórios e implica limitações na realização de reformas e mudanças, mas que corresponde objetivamente à correlação de forças da luta política e social do Brasil contemporâneo. É esta aliança que tem criado as condições para a vigência do Brasil democrático e popular, a união das forças vivas e emergentes da nação para assegurar o rumo progressista do governo.
No quadro atual, as transformações políticas e sociais mais profundas estão relacionadas com a acumulação de forças para a criação de uma nova unidade do povo brasileiro, a fim de enfrentar inimigos poderosos – as classes dominantes retrógradas e o imperialismo. Como dizia o antigo líder histórico dos comunistas brasileiros, João Amazonas, “a unidade é a bandeira da esperança”.
O Brasil vive há 12 anos uma nova etapa política. Depois de três mandatos presidenciais, que mudaram o país, o cenário atual exige como tarefa prioritária a “renovação da esperança”, como adequadamente assinala o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, para o que é indispensável a unidade de todas as forças suscetíveis de serem unidas e que querem mudar o Brasil no sentido do aprofundamento da democracia, do reforço da soberania nacional e da conquista do progresso social.
No novo alinhamento de forças que emergirá das urnas de 26 de outubro, será necessário lutar pela constituição de uma frente de afinidades de esquerda, que não será apenas eleitoral, mas abrangerá partidos políticos, organizações e movimentos populares, sindicais, juvenis, femininos, culturais, com toda a diversidade de bandeiras e enfoques, assim como personalidades independentes. É algo indispensável para uma inflexão à esquerda e mais ofensividade na luta por reformas estruturais democráticas.
O primeiro passo é reeleger Dilma presidenta da República, a líder capaz de assegurar mais mudanças, consolidar a democracia, a soberania nacional e promover um consistente progresso social.
0 comentários:
Postar um comentário