sábado, 25 de outubro de 2014

Veja aposta em terceiro turno golpista

http://desesperodaveja.tumblr.com/
Por Breno Altman, em seu blog:

A presidente Dilma Rousseff deu resposta histórica e contundente ao principal semanário do país: “terrorismo eleitoral”. Levou doze anos para o PT efetivamente reagir contra a organização criminosa travestida de imprensa, mas o fez com determinação.

Não foi deixada pedra sobre pedra. A fala da candidata petista à reeleição recordou campanha sistemática movida por Veja contra ela e Lula. Denunciou por infâmia e crime eleitoral a publicação das margens do rio Pinheiros. Conclamou o povo a “responder nas urnas contra a revista e seus cúmplices” e informou que dará sua resposta na Justiça.

Os aplausos e a solidariedade à reação presidencial, contudo, não serão suficientes para o período político no qual o país está ingressando.

O objetivo da família Civita vai além de tentativa desesperada para influenciar o resultado eleitoral. O lodoso periódico e seus comparsas estão decididos a preparar o terreno para sabotagem e desestabilização do governo petista.

A alcateia dos famintos lobos da direita está se lançando, desde já, a um terceiro turno anticonstitucional, no qual o desenlace golpista venha a reverter o voto popular.

O tema está escolhido: as denúncias de corrupção na Petrobrás. A meta também. De tudo farão para impedir Dilma de governar e afastá-la do poder.

Quaisquer dúvidas a este respeito podem ser dirimidas pela leitura de artigo publicado pelo senhor Reinaldo Azevedo, um dos personagens canhestros que faz às vezes de ideólogo do neoconservadorismo.

“Se Dilma for reeleita e se for verdade o que diz o doleiro”, anuncia o rato que ruge da marginal direita, “devemos recorrer às leis da democracia para impedir que governe.” Ainda não fala em “golpes e revoluções”, como reitera em seu blog, mas não disfarça o empenho para subverter a decisão das urnas a partir de expedientes como o da última edição de Veja.

Não são apenas figuras caricatas, no entanto, que adensam o caldo desta política. O ex-governador Alberto Goldman, em artigo recente, igualmente foi direto ao ponto. “O Brasil rejeitou Dilma”, afirmou o dirigente tucano. “Dilma não teria condições de governar o Brasil.”

As forças conservadoras afligem-se com a derrota iminente, mas a dor é dilacerante quando olham para 2018. Seu núcleo mais reacionário fará qualquer coisa para inviabilizar que Lula possa disputar as próximas eleições presidenciais, para as quais emerge como pule de dez.

O governo e o PT serão caçados impiedosamente pelos que estão dispostos a se aproveitar, de forma antidemocrática, da situação de duplo poder na qual o país está empatado desde 2003.

O bloco progressista ganhará a disputa pela chefia de Estado pela quarta vez seguida, mantendo o comando da administração federal. Mas o Parlamento, a Justiça e os meios de comunicação permanecem sob hegemonia da oligarquia do dinheiro e da informação.

Parte da direita aparentemente está decidida a romper este equilíbrio. A capa de Veja é um dos múltiplos sinais do caminho que essas frações decidiram tomar. Caso a esquerda não entenda tal mudança na estratégia conservadora, poderá se ver em maus lençóis.

Se o petismo repetir o que fez em eleições anteriores, desmobilizando sua base social após a vitória e aceitando o empate como cenário intransponível, a ofensiva reacionária terá maiores chances de se impor.

Mas existe o outro lado da moeda.

Há enormes energias acumuladas, durante a atual campanha, para romper esse cerco. O campo popular, que reconstruiu importantes laços de unidade e capacidade de mobilização, tem musculatura para dar ao governo suficiente apoio na batalha contra o golpismo.

O pressuposto é que a presidente, o PT e seus aliados estejam dispostos a combinar uma potente agenda econômico-social com o enfrentamento às fortificações principais da reação: o sistema político autoritário e o monopólio dos meios de comunicação.

A edição corrente de Veja, alvíssaras, talvez sirva para uma conclusão indispensável: setores poderosos da burguesia brasileira não querem mais brincar de paz e amor.

4 comentários:

Anônimo disse...

Tem que processar mesmo!

Está na hora de dar a resposta pra esses bandidos da mídia.

Anônimo disse...

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/radar-da-midia/o-golpismo-midiatico-segue-em-marcha-jn-pode-entrar-hoje-escandalo-da-veja/
SERÁ ESTE O TERCEIRO TURNO.

Anônimo disse...

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/
Nas considerações finais, Aécio jogou a toalha

Desastrosa as considerações finais de Aécio. Eis algumas frases, com meus comentários entre parenteses:

Eu chego ao final desta campanha de pé... (ué, deveria chegar diferente?)
(...)
Eu sou hoje já um vitorioso. Porque como disse São Paulo eu travei o bom conflit... (aí Aécio se corrigiu) combate, falei a verdade e jamais perdi a minha fé.

O tom desta última frase foi de quem está justificando a derrota.

Em tempo: os vídeos do debate estão no G1.

Unknown disse...

A DESCONSTRUÇÃO DA MÍDIA E NÃO DE AÉCIO OU MARINA (FICARÃO ELES QUIETOS?).
Os colunistas, articulistas, editoriais e os papagaios destes (que é boa parte da classe media), todos, em voz uníssona falam a virada de Dilma se deu por uma desconstrução. Observam a candidata reverteu a “tendência inicial do segundo turno” com o recurso da propaganda direta nas redes sociais, no rádio e na TV. Ou seja, contrapropaganda que a mídia chama de desconstrução (tom depreciativo). No entanto, NENHUM especialista credenciado pela imprensa ADMITE QUE ESSA MUDANÇA SIGNIFICA, NA PRÁTICA, A DESCONSTRUÇÃO DO DISCURSO DA PRÓPRIA MÍDIA, que em mais de uma década vem injetando na agenda pública uma mensagem de depreciação da política e descrédito das instituições republicanas. (de Luciano Martins, com adaptações).
OBS: a verdade é que a insatisfação foi capturada pela elite e outros partidos e movimentos de esquerda quedaram inertes. Mas aqui é conversa mais adiante.