Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
Corre nos corredores da Câmara dos Deputados a lenda de que o líder do PMDB, Eduardo Cunha, do Rio, prestou ajuda financeira a algumas dezenas de colegas na recente eleição. A montagem de uma bancada própria seria um dos motores da ambição dele de assumir a Presidência da Casa no início da próxima legislatura, em fevereiro. A lenda pode ser só fofoca de rivais do peemedebista. Mas uma coisa é certa. Cunha tem uma incrível capacidade de arrecadar fundos em eleições.
O deputado conquistou o quarto mandato seguido com uma das mais caras campanhas do País. Declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter gasto 6,4 milhões de reais, cerca de 50% a mais do que na disputa de 2010. As despesas foram custeadas quase na íntegra com o dinheiro de empresas. Cunha declarou ao TSE ter arrecadado 6,8 milhões de reais.
A maior doação ao candidato, no valor de um milhão de reais, partiu da Rima Industrial, um conglomerado atuante em vários setores, como o mineral. Por meio da controlada Mineração Corumbaense Reunida, a Vale, líder do ramo, repassou outros 700 mil reais.
Da indústria de bebidas, Cunha obteve 1,25 milhão de reais: um milhão da CRBS, controlada da Ambev a dividir com a Rima o posto de maior doadora, e 250 mil da Recofarma, fabricante da Coca-Cola. Em bancos, ele arranjou 1,35 milhão de reais: 500 mil do Bradesco, 500 mil do BTG Pactual, 300 mil do Santander e 50 mil do Safra.
A Telemont, do setor de telecomunicações, deu 900 mil reais ao peemedebista. A Líder Táxi Aéreo, 700 mil. A rede de shoppings Iguatemi, 500 mil. A Rio de Janeiro Refrescos, 300 mil. O restante da conta foi pago com recursos do comitê financeiro do PMDB fluminense.
A performance de Cunha no mandato prestes a terminar chama a atenção para algumas doações. O peemedebista foi o principal inimigo do governo na longa tramitação do Marco Civil da Internet. A lei foi aprovada com dispositivos contrários aos interesses do setor de telecomunicações, como a proibição à cobrança pelas operadoras de telefonia de um pedágio para facilitar ou dificultar o acesso a certos conteúdos web. A Telemont é operadora de sistemas de internet banda larga.
Na condição de líder do PMDB, Cunha escalou o relator da proposta de um novo Código da Mineração, enviada pelo governo ao Congresso com o objetivo de cobrar mais impostos do setor e condicionar a exploração do solo brasileiro a licitações prévias. Não é uma lei dos sonhos da Vale e da Rima. O texto está parado há mais de um ano na Câmara, graças ao relator indicado por Cunha, Leonardo Quintão, do PMDB de Minas, ele mesmo financiado por diversas mineradores na eleição.
Cunha, na definição de um colega da bancada peemedebista, age como lobista do setor privado na Câmara. Talvez seja esta a explicação para o sucesso dele na hora de arrecadar fundos de campanha e para ser é um ardoroso defensor das doações eleitorais feitas por empresas, uma autorização que a reforma política pregada por Dilma Rousseff pretende extinguir.
O deputado conquistou o quarto mandato seguido com uma das mais caras campanhas do País. Declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter gasto 6,4 milhões de reais, cerca de 50% a mais do que na disputa de 2010. As despesas foram custeadas quase na íntegra com o dinheiro de empresas. Cunha declarou ao TSE ter arrecadado 6,8 milhões de reais.
A maior doação ao candidato, no valor de um milhão de reais, partiu da Rima Industrial, um conglomerado atuante em vários setores, como o mineral. Por meio da controlada Mineração Corumbaense Reunida, a Vale, líder do ramo, repassou outros 700 mil reais.
Da indústria de bebidas, Cunha obteve 1,25 milhão de reais: um milhão da CRBS, controlada da Ambev a dividir com a Rima o posto de maior doadora, e 250 mil da Recofarma, fabricante da Coca-Cola. Em bancos, ele arranjou 1,35 milhão de reais: 500 mil do Bradesco, 500 mil do BTG Pactual, 300 mil do Santander e 50 mil do Safra.
A Telemont, do setor de telecomunicações, deu 900 mil reais ao peemedebista. A Líder Táxi Aéreo, 700 mil. A rede de shoppings Iguatemi, 500 mil. A Rio de Janeiro Refrescos, 300 mil. O restante da conta foi pago com recursos do comitê financeiro do PMDB fluminense.
A performance de Cunha no mandato prestes a terminar chama a atenção para algumas doações. O peemedebista foi o principal inimigo do governo na longa tramitação do Marco Civil da Internet. A lei foi aprovada com dispositivos contrários aos interesses do setor de telecomunicações, como a proibição à cobrança pelas operadoras de telefonia de um pedágio para facilitar ou dificultar o acesso a certos conteúdos web. A Telemont é operadora de sistemas de internet banda larga.
Na condição de líder do PMDB, Cunha escalou o relator da proposta de um novo Código da Mineração, enviada pelo governo ao Congresso com o objetivo de cobrar mais impostos do setor e condicionar a exploração do solo brasileiro a licitações prévias. Não é uma lei dos sonhos da Vale e da Rima. O texto está parado há mais de um ano na Câmara, graças ao relator indicado por Cunha, Leonardo Quintão, do PMDB de Minas, ele mesmo financiado por diversas mineradores na eleição.
Cunha, na definição de um colega da bancada peemedebista, age como lobista do setor privado na Câmara. Talvez seja esta a explicação para o sucesso dele na hora de arrecadar fundos de campanha e para ser é um ardoroso defensor das doações eleitorais feitas por empresas, uma autorização que a reforma política pregada por Dilma Rousseff pretende extinguir.
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