Do site Carta Maior:
No livro "De la expectativa a la confrontación" (Sans Soleil, 2015), o sociólogo Ariel Goldstein (Instituto de Estudos da América Latina e o Caribe, Universidade de Buenos Aires) estuda a relação entre a mídia e política no Brasil de Lula, com base no caso do jornal liberal-conservador "O Estado de S. Paulo". A realização de uma análise detalhada dos editoriais do jornal permite verificar as mutações em suas posições políticas durante três conjunturas deste governo: a reforma da previdência, o chamado “mensalão”, e as eleições presidenciais de 2006.
Como assinala o Professor Fernando Azevedo, no prólogo da obra, “a pergunta que inspira o ponto de partida e o tema central deste livro, desperta grande interesse na medida em que se sabe que a mídia brasileira, especialmente a denominada grande imprensa escrita (os jornais diários de circulação nacional e as revistas de informação semanais), possui uma convivência histórica de intima relação com as elites políticas e econômicas do país e os segmentos mais conservadores da sociedade.”
O estudo verifica as mudanças nas caracterizações que fez o jornal sobre o processo político global. O Estado de S. Paulo passará de caracterizar a liderança de Lula como “pragmática”, a começos do governo, para designá-lo como um “populismo chavista” com a emergência do escândalo do “mensalão”. O Partido dos Trabalhadores (PT) será caracterizado como “radical” no começo, e depois como “partido corrupto”, é também serão desqualificadas em forma invariável as relações políticas do governo brasileiro com o Movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra (MST).
No livro "De la expectativa a la confrontación" (Sans Soleil, 2015), o sociólogo Ariel Goldstein (Instituto de Estudos da América Latina e o Caribe, Universidade de Buenos Aires) estuda a relação entre a mídia e política no Brasil de Lula, com base no caso do jornal liberal-conservador "O Estado de S. Paulo". A realização de uma análise detalhada dos editoriais do jornal permite verificar as mutações em suas posições políticas durante três conjunturas deste governo: a reforma da previdência, o chamado “mensalão”, e as eleições presidenciais de 2006.
Como assinala o Professor Fernando Azevedo, no prólogo da obra, “a pergunta que inspira o ponto de partida e o tema central deste livro, desperta grande interesse na medida em que se sabe que a mídia brasileira, especialmente a denominada grande imprensa escrita (os jornais diários de circulação nacional e as revistas de informação semanais), possui uma convivência histórica de intima relação com as elites políticas e econômicas do país e os segmentos mais conservadores da sociedade.”
O estudo verifica as mudanças nas caracterizações que fez o jornal sobre o processo político global. O Estado de S. Paulo passará de caracterizar a liderança de Lula como “pragmática”, a começos do governo, para designá-lo como um “populismo chavista” com a emergência do escândalo do “mensalão”. O Partido dos Trabalhadores (PT) será caracterizado como “radical” no começo, e depois como “partido corrupto”, é também serão desqualificadas em forma invariável as relações políticas do governo brasileiro com o Movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra (MST).
A política externa será criticada em forma moderada a começos do governo, para depois ser desqualificada como uma diplomacia “partidária” e “bolivariana”. A inicial legitimidade da austeridade fiscal na política econômica do governo levará posteriormente as críticas das “despesas de eleição” e do programa social Bolsa-família.
Estas variações nas posições políticas do jornal que referem ao primeiro governo de Lula, que vão mudar de forma evidente com o chamado escândalo do "mensalão" de 2005, produzindo o que chamamos como o passo da expectativa para o confronto, constituem o objeto que este estudo tem como objetivo atingir.
Steve Ellner, Professor da Universidade de Oriente, Venezuela, PhD em História da América Latina, disse sobre o livro: “Há uma necessidade urgente de chamar a atenção para as distorções, as verdades a metade e a prática que é chamada em inglês “cherry picking” (seleções de acordo com a conveniência) dos meios de comunicação de grandes corporações. Este texto mostra que as mesmas distorções sobre Chavez na Venezuela estão presentes na cobertura sobre o governo de Lula e o PT no Brasil. Isto é irônico porque a oposição na Venezuela e os meios de comunicação apontam para o Brasil como um exemplo de uma ‘esquerda boa’”.
Por sua parte, o dirigente do PT, Valter Pomar, disse: "Em novembro de 1971, Salvador Allende e Fidel Castro tiveram uma conversa em que criticaram o 'libertinagem da imprensa', ou seja, o reacionário papel exercido pelos meios de comunicação. Quarenta anos mais tarde, a América Latina e a situação mundial mudaram profundamente, mas a atuação dos oligopólios de mídia permanece semelhante, como é demonstrado pelo estudo de Ariel Goldstein, neste livro que todo mundo deveria ler."
Já o cientista político da Universidade de São Paulo (USP), Celso Roma, afirmou: “O texto está bem elaborado, formalmente impecável. O que nós sabemos é que o jornal manteve sua linha editorial. Mantendo coerência aos princípios editoriais, o jornal teve (e tem) de emitir opinião sobre novos eventos da política, economia e internacional. Em passagens do texto, se alega o que o jornal faz: hierarquiza os valores. O jornal pode fazê-lo porque tem e assume posição perante o público. O trabalho é ótimo.”
No contexto do debate existente sobre as complexas relações entre a mídia e os governos progressistas da América Latina, este trabalho constitui uma contribuição para a compreensão da forma na qual estas tensões foram desenvolvidas no Brasil de Lula, a partir do estudo de um grande jornal da imprensa brasileira.
O livro está disponível para download gratuito neste endereço.
Estas variações nas posições políticas do jornal que referem ao primeiro governo de Lula, que vão mudar de forma evidente com o chamado escândalo do "mensalão" de 2005, produzindo o que chamamos como o passo da expectativa para o confronto, constituem o objeto que este estudo tem como objetivo atingir.
Steve Ellner, Professor da Universidade de Oriente, Venezuela, PhD em História da América Latina, disse sobre o livro: “Há uma necessidade urgente de chamar a atenção para as distorções, as verdades a metade e a prática que é chamada em inglês “cherry picking” (seleções de acordo com a conveniência) dos meios de comunicação de grandes corporações. Este texto mostra que as mesmas distorções sobre Chavez na Venezuela estão presentes na cobertura sobre o governo de Lula e o PT no Brasil. Isto é irônico porque a oposição na Venezuela e os meios de comunicação apontam para o Brasil como um exemplo de uma ‘esquerda boa’”.
Por sua parte, o dirigente do PT, Valter Pomar, disse: "Em novembro de 1971, Salvador Allende e Fidel Castro tiveram uma conversa em que criticaram o 'libertinagem da imprensa', ou seja, o reacionário papel exercido pelos meios de comunicação. Quarenta anos mais tarde, a América Latina e a situação mundial mudaram profundamente, mas a atuação dos oligopólios de mídia permanece semelhante, como é demonstrado pelo estudo de Ariel Goldstein, neste livro que todo mundo deveria ler."
Já o cientista político da Universidade de São Paulo (USP), Celso Roma, afirmou: “O texto está bem elaborado, formalmente impecável. O que nós sabemos é que o jornal manteve sua linha editorial. Mantendo coerência aos princípios editoriais, o jornal teve (e tem) de emitir opinião sobre novos eventos da política, economia e internacional. Em passagens do texto, se alega o que o jornal faz: hierarquiza os valores. O jornal pode fazê-lo porque tem e assume posição perante o público. O trabalho é ótimo.”
No contexto do debate existente sobre as complexas relações entre a mídia e os governos progressistas da América Latina, este trabalho constitui uma contribuição para a compreensão da forma na qual estas tensões foram desenvolvidas no Brasil de Lula, a partir do estudo de um grande jornal da imprensa brasileira.
O livro está disponível para download gratuito neste endereço.
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