Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O primeiro dia do ano foi marcado pela posse da presidenta reeleita Dilma Rousseff. De acordo com informações da Polícia Militar do Distrito Federal, cerca de 40 mil pessoas compareceram ao evento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O número representa 10 mil participantes a mais do que na primeira posse da petista, em 2011.
A agricultora Terezinha Alves da Silva foi uma das pessoas que vieram de longe para assistir à cerimônia. A moradora do município de Afogados da Ingazeira, no sertão pernambucano, é eleitora de Dilma e espera uma atenção especial aos trabalhadores do campo nos próximos quatro anos. O agente de pesquisa Guilherme Brandão, também de Pernambuco, veio à capital federal apenas para prestigiar a posse. “Vou embora hoje mesmo. É um momento único para a história do país”, enfatizou.
O guardador de carros Amarildo Miguel é de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Vestido com uma camiseta estampada com o rosto da presidenta, ele contou que mora em Brasília há poucos meses e aproveitou a oportunidade para conferir o evento. “Estou confiante de que ela irá honrar os compromissos com educação, emprego, transporte e moradia”, opinou.
Por volta das 15h, Dilma embarcou no Rolls Royce presidencial para desfilar pelo Eixo Monumental, acompanhada pela filha, Paula. O trajeto realizado até o Congresso Nacional foi seguido pelos Dragões da Independência, a guarda do Palácio do Planalto. Ela foi recebida com aplausos ao chegar ao plenário da Câmara dos Deputados e, às 15h30, leu o Compromisso Constitucional ao lado do vice-presidente Michel Temer. Os dois foram empossados pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros.
Brasil, Pátria Educadora
Após assinar o termo de posse, Dilma deu início ao seu discurso, que durou aproximadamente 40 minutos. Na fala, exaltou as mulheres e as conquistas sociais de seu primeiro mandato, lembrando as demandas da população por mais mudanças e avanços.
A superação da extrema pobreza no país, a situação econômica, a reforma política e a prioridade à Educação foram alguns dos temas abordados. “Gostaria de anunciar o novo lema do meu governo. Ele é simples, direto e mobilizador. E reflete com clareza qual será nossa grande prioridade e sinaliza para qual setor deve convergir o esforço de todas as áreas. O novo lema é: ‘Brasil, Pátria Educadora’”, afirmou.
O suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras também foi lembrado pela presidenta, que ressaltou a importância de uma investigação aprofundada para pôr fim à impunidade. “Temos muitos motivos para proteger a Petrobras de predadores internos e de seus inimigos externos. Por isso, vamos apurar com rigor tudo de errado que foi feito e fortalecer cada vez mais mecanismos que impeçam que fatos como esse voltem a acontecer”, destacou.
Sobrevivente da ditadura
Ao final, Dilma relembrou a época do regime militar no Brasil, quando foi presa e torturada. No entanto, afirmou não ter qualquer sentimento de “revanche”, pois, segundo ela, a repressão não a impediu de acreditar na luta por um país democrático. “Sempre me emociono ao dizer que sou uma sobrevivente. Pertenço a uma geração que viu a possibilidade de democracia no horizonte e viu ela se realizar”, discursou.
Às 17h, a presidenta deixou o Congresso Nacional em direção ao Palácio do Planalto, onde foi recebida com um abraço pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de passar em revista às tropas e à guarda presidencial, subiu a rampa do Planalto para falar no parlatório ao povo brasileiro.
Durante o segundo discurso do dia, agora na sede do Executivo, Dilma reforçou alguns dos temas citados anteriormente. “Nós temos hoje a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome. Nós resgatamos 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, 22 milhões apenas no meu governo”, afirmou ao público.
Autoridades internacionais e posse dos ministros
A fala, de cerca de 10 minutos, foi seguida dos cumprimentos de chefes e vice-chefes de Estado. Entre as autoridades presentes, estavam os presidentes do Uruguai, José Mujica, do Chile, Michele Bachelet, e da Bolívia, Evo Morales.
Cumprida essa etapa, foi a vez de dar posse aos 39 ministros de seu próximo governo. São 20 novos nomes, 15 foram mantidos e quatro remanejados entre as pastas (para conferir a lista completa, clique aqui). Logo depois, todos se dirigiram ao Salão Oeste do Palácio do Planalto, para a foto oficial ao lado da presidenta.
Já no Palácio Itamaraty, no início da noite, Dilma participou de uma reunião bilateral fechada com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outra com a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova. A presidente Dilma Rousseff deixou a recepção no Itamaraty por volta das 21h20, dando por encerrada a cerimônia de posse.
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