Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
A Globo é tão grata a Merval que batizou um personagem da novela Império de Merival.
Foi o que me ocorreu ao saber, hoje, que existe um Merival em Império.
Espero que Merval não me processe por essa interpretação.
A Globo, como quer que seja, tem razões para ser grata a Merval. Mais do que qualquer outro jornalista da casa, ele merece o título de porta-voz dos Marinhos.
Merval é um mestre do jornalismo patronal.
Ou, já que estamos na Globo, do jornalismo papista.
Foi este o argumento que o jornalista Evandro de Andrade usou, no passado, para convencer Roberto Marinho a dar-lhe o cargo de chefe de redação do Globo.
Está na biografia escrita por Pedro Bial.
Evandro escreveu para Roberto Marinho que era papista. Faria tudo que o papa mandasse.
Foi contratado, e acabou a carreira, e a vida, como diretor de telejornalismo da Globo.
Morreu de tanto trabalhar para o Papa, que, soube numa reunião do Conselho Editorial da Globo, se referia a ele como “energúmeno”.
Não no sentido de estupidez ou burrice, pelo que pude entender, mas de possesso, endemoniado.
Viveu pelo Papa, morreu pelo Papa. E deixou um filho pequeno.
Virou nome de rua, em São Paulo, graças a Kassab. É uma rua grudada na sede paulistana da Globo.
Soube que Merval processou Paulo Henrique Amorim por um texto que tratava das relações entre jornalistas e fontes.
Não exatamente por este texto, mas por uma legenda colocada numa foto de Merval.
Não gosto do estilo de Merval de lidar com fontes. Minha escola é a de Pulitzer, um dos maiores jornalistas da história.
Pulitzer dizia que jornalista não tinha amigo. A amizade, sabia ele, acaba interferindo naquilo que você escreve.
Lembro, na época do Mensalão, de fotos em que Merval aparecia ao lado de juízes do Supremo.
Me pareceram um sinal de relações promíscuas entre jornalista e fonte, e também entre mídia e Justiça.
Tecnicamente, não gosto do uso das palavras por Merval. Outro dia, ao entrar no carro de meu irmão, o rádio estava ligado na CBN. Não consegui conter o incômodo.
Merval falava. As perspectivas políticas e e econômicas do governo não eram “ruins”. Eram “muito ruins”.
Num manual de estilo que fiz nos anos 90 na Abril, recomendei fortemente evitar o uso de advérbios como “muito” ou “bastante”. O adjetivo basta.
Com seu jornalismo patronal, ou papista, Merval é um incansável defensor das ideias dos Marinhos em todas as mídias da família: jornal, tevê, rádio, internet.
Se o Merival da novela foi mesmo uma homenagem da Globo a ele, foi justa. Melhor do que ser nome de rua depois de morto, como Evandro.
Espero que Merval não me processe por essa interpretação.
A Globo, como quer que seja, tem razões para ser grata a Merval. Mais do que qualquer outro jornalista da casa, ele merece o título de porta-voz dos Marinhos.
Merval é um mestre do jornalismo patronal.
Ou, já que estamos na Globo, do jornalismo papista.
Foi este o argumento que o jornalista Evandro de Andrade usou, no passado, para convencer Roberto Marinho a dar-lhe o cargo de chefe de redação do Globo.
Está na biografia escrita por Pedro Bial.
Evandro escreveu para Roberto Marinho que era papista. Faria tudo que o papa mandasse.
Foi contratado, e acabou a carreira, e a vida, como diretor de telejornalismo da Globo.
Morreu de tanto trabalhar para o Papa, que, soube numa reunião do Conselho Editorial da Globo, se referia a ele como “energúmeno”.
Não no sentido de estupidez ou burrice, pelo que pude entender, mas de possesso, endemoniado.
Viveu pelo Papa, morreu pelo Papa. E deixou um filho pequeno.
Virou nome de rua, em São Paulo, graças a Kassab. É uma rua grudada na sede paulistana da Globo.
Soube que Merval processou Paulo Henrique Amorim por um texto que tratava das relações entre jornalistas e fontes.
Não exatamente por este texto, mas por uma legenda colocada numa foto de Merval.
Não gosto do estilo de Merval de lidar com fontes. Minha escola é a de Pulitzer, um dos maiores jornalistas da história.
Pulitzer dizia que jornalista não tinha amigo. A amizade, sabia ele, acaba interferindo naquilo que você escreve.
Lembro, na época do Mensalão, de fotos em que Merval aparecia ao lado de juízes do Supremo.
Me pareceram um sinal de relações promíscuas entre jornalista e fonte, e também entre mídia e Justiça.
Tecnicamente, não gosto do uso das palavras por Merval. Outro dia, ao entrar no carro de meu irmão, o rádio estava ligado na CBN. Não consegui conter o incômodo.
Merval falava. As perspectivas políticas e e econômicas do governo não eram “ruins”. Eram “muito ruins”.
Num manual de estilo que fiz nos anos 90 na Abril, recomendei fortemente evitar o uso de advérbios como “muito” ou “bastante”. O adjetivo basta.
Com seu jornalismo patronal, ou papista, Merval é um incansável defensor das ideias dos Marinhos em todas as mídias da família: jornal, tevê, rádio, internet.
Se o Merival da novela foi mesmo uma homenagem da Globo a ele, foi justa. Melhor do que ser nome de rua depois de morto, como Evandro.
0 comentários:
Postar um comentário