Por Cintia Alves, no Jornal GGN:
Enquanto juristas de todos os cantos do país criticam os métodos empregados por Sérgio Moro para obter delações premiadas na Operação Lava Jato, o grupo Globo, através do jornalista Merval Pereira, passa a mão na cabeça do juiz e dá aval ao que os advogados dos empresários envolvidos no escândalo chamam de “ilegalidades”. Os fins justificam os meios, faltou escrever Merval.
Em “O circo se fecha”, artigo publicado nesta terça-feira (24) pelo jornal O Globo, o jornalista ata os pontos que parte da grande mídia deixa desconexos sobre as investigações na Petrobras.
O desenho é simples: a prisão de dirigentes de grandes empreiteiras têm servido para forçá-los a contar (ou inventar, dizer apenas o que as autoridades querem ouvir, como salientou o advogado Wadih Damous em entrevista a Paulo Moreira Leite; leia aqui) tudo que podem sobre os esquemas de corrupção na estatal de petróleo.
Assim escreveu o jornalista global: “O fato de apenas o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, ter ficado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba [enquanto uma dezena de empresários foi transferida para uma penitenciária pública] pode indicar que a delação premiada daquele que é apontado como o presidente do Clube das Empreiteiras está a caminho.” Quem sabe Pessoa seja solto, em seguida.
Pois em outra passagem, Merval destacou que Pedro Barusco, um ex-subordinado de Duque que está dando detalhes que podem comprovar o uso de dinheiro desviado da Petrobras pelo PT, “está em liberdade devido à delação premiada”.
Enquanto isso, Renato Duque se sujeita a estar numa penitenciária do Paraná, por recusar acordo de colaboração com as autoridades da Lava Jato. Segundo insinuou Merval, talvez o empresário não aguente muito tempo. “Ter se tornado réu do processo faz com que Duque esteja mais próximo do que nunca do momento de decisão sobre sua própria delação premiada.”
Na edição da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (25), o advogado Alexandre Lopes, que defende Duque na Lava Jato, listou uma série de irregularidades cometidas por Moro na condução do processo investigatório. Uma delas é que Moro, juiz no Paraná, não deveria julgar supostos crimes cometidos por Duque no Rio de Janeiro.
Com Lopes, Duque foi o único réu da Operação Lava Jato que obteve uma vitória no Supremo Tribunal Federal, em dezembro passado, ao ser libertado da carceragem da Polícia Federal do Paraná. No último dia 16, entretanto, retornou ao local. Nesse período, movimentou R$ 70 milhões que tinha na Suíça para Mônaco. A atitude suspeita, na visão de Moro, foi o bastante para devolver Duque à cela. E também fez com que o Ministério Público Federal sugerisse, em seu pacote anticorrupção, que as situações em que a prisão preventiva é permitida sejam revistas.
“Para Sérgio Moro, vigora o princípio contrário [à presunção da inocência estabelecido pela Constituição]: o de presunção de culpa”, disse Lopes à Folha.
O advogado ainda frisou que, na Lava Jato, “os tribunais estão cedendo à indignação popular” – esta, sabe-se, fomentada por grandes veículos representados por Merval Pereira e derivados.
“A pressão é tão grande que os ministros acabam violando suas convicções pessoais”, pontuou Lopes. Em função disso, cresce o temor de que as “várias ilegalidades” cometidas pelas autoridades da Lava Jato transforme o escândalo na Petrobras em uma grande pizza.
Em “O circo se fecha”, artigo publicado nesta terça-feira (24) pelo jornal O Globo, o jornalista ata os pontos que parte da grande mídia deixa desconexos sobre as investigações na Petrobras.
O desenho é simples: a prisão de dirigentes de grandes empreiteiras têm servido para forçá-los a contar (ou inventar, dizer apenas o que as autoridades querem ouvir, como salientou o advogado Wadih Damous em entrevista a Paulo Moreira Leite; leia aqui) tudo que podem sobre os esquemas de corrupção na estatal de petróleo.
Assim escreveu o jornalista global: “O fato de apenas o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, ter ficado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba [enquanto uma dezena de empresários foi transferida para uma penitenciária pública] pode indicar que a delação premiada daquele que é apontado como o presidente do Clube das Empreiteiras está a caminho.” Quem sabe Pessoa seja solto, em seguida.
Pois em outra passagem, Merval destacou que Pedro Barusco, um ex-subordinado de Duque que está dando detalhes que podem comprovar o uso de dinheiro desviado da Petrobras pelo PT, “está em liberdade devido à delação premiada”.
Enquanto isso, Renato Duque se sujeita a estar numa penitenciária do Paraná, por recusar acordo de colaboração com as autoridades da Lava Jato. Segundo insinuou Merval, talvez o empresário não aguente muito tempo. “Ter se tornado réu do processo faz com que Duque esteja mais próximo do que nunca do momento de decisão sobre sua própria delação premiada.”
Na edição da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (25), o advogado Alexandre Lopes, que defende Duque na Lava Jato, listou uma série de irregularidades cometidas por Moro na condução do processo investigatório. Uma delas é que Moro, juiz no Paraná, não deveria julgar supostos crimes cometidos por Duque no Rio de Janeiro.
Com Lopes, Duque foi o único réu da Operação Lava Jato que obteve uma vitória no Supremo Tribunal Federal, em dezembro passado, ao ser libertado da carceragem da Polícia Federal do Paraná. No último dia 16, entretanto, retornou ao local. Nesse período, movimentou R$ 70 milhões que tinha na Suíça para Mônaco. A atitude suspeita, na visão de Moro, foi o bastante para devolver Duque à cela. E também fez com que o Ministério Público Federal sugerisse, em seu pacote anticorrupção, que as situações em que a prisão preventiva é permitida sejam revistas.
“Para Sérgio Moro, vigora o princípio contrário [à presunção da inocência estabelecido pela Constituição]: o de presunção de culpa”, disse Lopes à Folha.
O advogado ainda frisou que, na Lava Jato, “os tribunais estão cedendo à indignação popular” – esta, sabe-se, fomentada por grandes veículos representados por Merval Pereira e derivados.
“A pressão é tão grande que os ministros acabam violando suas convicções pessoais”, pontuou Lopes. Em função disso, cresce o temor de que as “várias ilegalidades” cometidas pelas autoridades da Lava Jato transforme o escândalo na Petrobras em uma grande pizza.
1 comentários:
Os fins justifica os meios é o típico pensamento da ditadura, para justificar as torturas e mortes nos porões. globo que não nos venha a dizer que é mentira o slogan " a verdade é dura a globo apoiou e apoia a volta da ditadura.
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