Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:
Em meio a greve dos professores, e sem nenhuma proposta apresentada aos trabalhadores, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deixou a capital paulista e foi para Nova York, bancado por uma associação de empresários, onde participou de um encontro cujo propósito oficial seria atrair investimentos para o estado. Mas pelo jeito quem se deu bem foi só o promotor do evento, João Dória Jr. – mentor e organizador do Lide Business Meeting, realizado na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
Pausa para falar do promotor. Ultimamente, quando João Dória Jr. não está organizando eventos tipo "fora Dilma" por aí, está junto com a seleção brasileira de futebol. Isso porque ele foi nomeado pela insuspeita CBF para chefiar a delegação brasileira que vai disputar a Copa América, no Chile, a partir de 12 de junho. A decisão tem causado muita polêmica, pelo simples fato de que Dória Jr. nunca trabalhou com futebol.
Ele foi secretário de Turismo no governo de Mário Covas em São Paulo e presidente da Embratur na gestão do presidente José Sarney, além de ser o fundador e presidente do Lide - Grupo de Líderes Empresariais
Voltando ao encontro empresarial, foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que abriu o evento, antes da apresentação do governador Alckmin, na quarta-feira (13). Porém, na véspera, quando esteve no hotel Waldorf Astoria, para receber o prêmio "Pessoa do Ano" (alguém que possa dizer o que ele fez de realmente relevante no ano passado?), concedido pela mesma Câmara de Comércio, FHC proferiu mais um de seus discursos falando mal do Brasil, e criticando Dilma e Lula.
Como todo mundo sabe, fazer proselitismo negativo de um produto "não vende". Ou seja, não atrai investidores – e esse era o objetivo do evento. Não era o local nem a hora para fazer um discurso de oposição apropriado para convenções partidárias do PSDB ou do DEM.
O ex-presidente tucano criticou a política econômica adotada após a crise mundial de 2008, apesar de o Brasil ter sido um dos países que melhor se saíram no mundo, o que é reconhecido até pelos americanos. O êxito na geração de empregos e sustentação da economia por pelo menos cinco anos de crise mundial profunda é incontestável.
Só recentemente as respostas aos estímulos econômicos deixaram de surtir o mesmo efeito de antes e daí a necessidade de ajustes para retomar o crescimento. Porém são ajustes bem mais suaves do que aquelas crises provocadas pelo governo do tucano que levaram o Brasil a quebrar e precisar ser socorrido pelo FMI.
Hoje o Brasil continua sendo grau de investimento, coisa que o governo FHC nunca conseguiu chegar perto. É esta visão realista, sem perder a oportunidade de realçar os aspectos positivos, que um ex-presidente que quisesse ajudar um governador de seu partido deveria passar.
Em vez disso, FHC recorreu aos velhos chavões neoliberais e ao pensamento pequeno e colonizado, defendendo o Estado mínimo: "Paulatinamente fomos voltando à expansão sem freios do setor estatal, ao descaso com as contas públicas, aos projetos megalômanos que já haviam caracterizado e inviabilizado o êxito de alguns governos do passado", disse.
Também fez proselitismo populista sobre corrupção, como se estivesse fazendo um comício em uma convenção tucana. Ajudaria mais Alckmin se FHC dissesse que o Brasil tem avançado institucionalmente no combate à corrupção, com antigas práticas sendo investigadas e punidas em vez de engavetadas. Deveria dizer que o ambiente para negócios está ficando mais íntegro no Brasil com o fim da impunidade.
O discurso foi tão fraco e desastrado sobre a economia e a política brasileira, que o único momento em que a plateia de empresários brasileiros e estrangeiros aplaudiu com entusiasmo foi quando FHC criticou a política externa do Brasil por ficar em silêncio diante do "autoritarismo" na Venezuela e do terrorismo do Estado Islâmico, segundo o tucano.
Em seguida, Fernando Henrique disse que, os malfeitos vêm do governo Lula. O jornalista Paulo Francis (1930-1997) deve ter se revirado no túmulo ao ouvir tal frase. Francis foi quem denunciou a corrupção na Petrobras em 1997 (!!!!), em pleno governo FHC, o que lhe custou um processo de Us$ 100 milhões. Aliás, dizem até que esse foi o motivo de o jornalista ter enfartado... Quanto ao ex-presidente FHC é com certeza o político mais blindado da história do Brasil
Presente ao encontro, o ex-presidente estadunidense Bill Clinton também foi homenageado pela Câmara de Comércio. Desta vez, ele saudou a "amizade" com FHC sobre disse ter feito um governo "extraordinário". Bem diferente do que afirmou em 1999, quando, numa conferência em Florença, Clinton fez uma avaliação bastante negativa do desempenho do governo FHC, chegando a dar um sermão desconcertante – apesar de o tucano ter governado o Brasil seguindo a cartilha do chamado Consenso de Washington, obedecendo as diretrizes traçadas pelo governo dos Estados Unidos.
Pausa para falar do promotor. Ultimamente, quando João Dória Jr. não está organizando eventos tipo "fora Dilma" por aí, está junto com a seleção brasileira de futebol. Isso porque ele foi nomeado pela insuspeita CBF para chefiar a delegação brasileira que vai disputar a Copa América, no Chile, a partir de 12 de junho. A decisão tem causado muita polêmica, pelo simples fato de que Dória Jr. nunca trabalhou com futebol.
Ele foi secretário de Turismo no governo de Mário Covas em São Paulo e presidente da Embratur na gestão do presidente José Sarney, além de ser o fundador e presidente do Lide - Grupo de Líderes Empresariais
Voltando ao encontro empresarial, foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que abriu o evento, antes da apresentação do governador Alckmin, na quarta-feira (13). Porém, na véspera, quando esteve no hotel Waldorf Astoria, para receber o prêmio "Pessoa do Ano" (alguém que possa dizer o que ele fez de realmente relevante no ano passado?), concedido pela mesma Câmara de Comércio, FHC proferiu mais um de seus discursos falando mal do Brasil, e criticando Dilma e Lula.
Como todo mundo sabe, fazer proselitismo negativo de um produto "não vende". Ou seja, não atrai investidores – e esse era o objetivo do evento. Não era o local nem a hora para fazer um discurso de oposição apropriado para convenções partidárias do PSDB ou do DEM.
O ex-presidente tucano criticou a política econômica adotada após a crise mundial de 2008, apesar de o Brasil ter sido um dos países que melhor se saíram no mundo, o que é reconhecido até pelos americanos. O êxito na geração de empregos e sustentação da economia por pelo menos cinco anos de crise mundial profunda é incontestável.
Só recentemente as respostas aos estímulos econômicos deixaram de surtir o mesmo efeito de antes e daí a necessidade de ajustes para retomar o crescimento. Porém são ajustes bem mais suaves do que aquelas crises provocadas pelo governo do tucano que levaram o Brasil a quebrar e precisar ser socorrido pelo FMI.
Hoje o Brasil continua sendo grau de investimento, coisa que o governo FHC nunca conseguiu chegar perto. É esta visão realista, sem perder a oportunidade de realçar os aspectos positivos, que um ex-presidente que quisesse ajudar um governador de seu partido deveria passar.
Em vez disso, FHC recorreu aos velhos chavões neoliberais e ao pensamento pequeno e colonizado, defendendo o Estado mínimo: "Paulatinamente fomos voltando à expansão sem freios do setor estatal, ao descaso com as contas públicas, aos projetos megalômanos que já haviam caracterizado e inviabilizado o êxito de alguns governos do passado", disse.
Também fez proselitismo populista sobre corrupção, como se estivesse fazendo um comício em uma convenção tucana. Ajudaria mais Alckmin se FHC dissesse que o Brasil tem avançado institucionalmente no combate à corrupção, com antigas práticas sendo investigadas e punidas em vez de engavetadas. Deveria dizer que o ambiente para negócios está ficando mais íntegro no Brasil com o fim da impunidade.
O discurso foi tão fraco e desastrado sobre a economia e a política brasileira, que o único momento em que a plateia de empresários brasileiros e estrangeiros aplaudiu com entusiasmo foi quando FHC criticou a política externa do Brasil por ficar em silêncio diante do "autoritarismo" na Venezuela e do terrorismo do Estado Islâmico, segundo o tucano.
Em seguida, Fernando Henrique disse que, os malfeitos vêm do governo Lula. O jornalista Paulo Francis (1930-1997) deve ter se revirado no túmulo ao ouvir tal frase. Francis foi quem denunciou a corrupção na Petrobras em 1997 (!!!!), em pleno governo FHC, o que lhe custou um processo de Us$ 100 milhões. Aliás, dizem até que esse foi o motivo de o jornalista ter enfartado... Quanto ao ex-presidente FHC é com certeza o político mais blindado da história do Brasil
Presente ao encontro, o ex-presidente estadunidense Bill Clinton também foi homenageado pela Câmara de Comércio. Desta vez, ele saudou a "amizade" com FHC sobre disse ter feito um governo "extraordinário". Bem diferente do que afirmou em 1999, quando, numa conferência em Florença, Clinton fez uma avaliação bastante negativa do desempenho do governo FHC, chegando a dar um sermão desconcertante – apesar de o tucano ter governado o Brasil seguindo a cartilha do chamado Consenso de Washington, obedecendo as diretrizes traçadas pelo governo dos Estados Unidos.
Caronas
Quem aproveitou o passeio organizado por Dória Jr. para passear em Nova York foram os senadores tucanos Aécio Neves, José Serra e Tasso Jereissati deixando de comparecer ao trabalho no Senado em uma semana política que teve debates importantes. Também marcou presença o governador de Goiás, Marconi Perillo que,segundo o jornal Diário da Manhã, levou uma "comitiva goiana".
Quem aproveitou o passeio organizado por Dória Jr. para passear em Nova York foram os senadores tucanos Aécio Neves, José Serra e Tasso Jereissati deixando de comparecer ao trabalho no Senado em uma semana política que teve debates importantes. Também marcou presença o governador de Goiás, Marconi Perillo que,segundo o jornal Diário da Manhã, levou uma "comitiva goiana".
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