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A atenção da mídia voltada para a sustentação da campanha contra o governo tem, como pano de fundo, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Essa solução, um golpe disfarçado, hoje parece coisa do passado. Mas nas últimas semanas pairou um sentimento triunfal de que o tempo do governo Dilma tinha entrado em contagem regressiva. Houve mesmo aproximações semelhantes às palavras de ordem “Basta” e “Fora”, estampadas na primeira página do jornal Correio da Manhã. Quase uma senha para a queda do presidente João Goulart em 1964.
Com os olhos voltados para esse lado, não foi percebido que, no lado oposto, ocorria um movimento diferente. Algo como um “Dilma fica”. E por quê?
Havia um interesse específico. Ficou notório, a olhos mais atentos, que a gravidade da crise era mais política do que econômica. O impeachment, a renúncia, ou qualquer outra solução que não fosse a estabilidade do processo constitucional seria uma aventura cega.
Dilma já tinha admitido o sacrifício político pessoal ao “engolir” o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ela enfrentou resistências do PT. A popularidade ruim ficou pior.
Sem a presidenta, no entanto, a saída conservadora também acabaria. E não se sabe o que viria depois. A partir daí criou-se um novo cenário político.
Diante disso, os tresloucados gestos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, embora trágicos, perderam a graça. A sublevação dos deputados, tentada por ele, perdeu força. Fez estragos, registre-se.
A mídia conservadora, golpista até então, deu um passo atrás. Só um. O bastante, porém, para erguer uma brisa em direção a nuvem cinzenta formada sobre o Palácio do Planalto. Já havia sinais de que a oposição, notadamente o senador Aécio Neves, comandante das investidas oposicionistas mais radicais, pisaria no breque. Cunha ainda resiste.
Embora com metas distintas, várias forças se uniram com o propósito de colocar Cunha numa camisa de força. Contra esse desconforto ele se debate agora.
Um dos primeiros a entrarem na contramão do movimento anti-Dilma foi Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Para ele havia uma “crise grave”, porém “mais política do que econômica”. Por isso apontou as consequências: “Isso abala a confiança no País e retarda a retomada do crescimento”.
“Ter grandeza é separar o ego pessoal do que é melhor para o País”, disparou Trabuco. Não foi uma bala perdida. Ele parece ter mirado na direção de Neves e Cunha. Talvez na própria direção do governo Dilma.
Essa advertência seria repetida, posteriormente, na nota das Federações das Indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro. Após pontuar a necessidade de preservar “a estabilidade institucional”, a Fiesp e a Firjan alertaram: “É hora de colocar de lado ambições pessoais ou partidárias e mirar o interesse maior do Brasil”.
No centro desse tabuleiro, a presidenta fez um movimento inesperado e corajoso. Com o apoio do vice-presidente, Michel Temer, atraiu Renan Calheiros.
Antes juntos e agora separados, Calheiros juntou-se ao governo e Cunha optou até agora pelo isolamento.
Com os olhos voltados para esse lado, não foi percebido que, no lado oposto, ocorria um movimento diferente. Algo como um “Dilma fica”. E por quê?
Havia um interesse específico. Ficou notório, a olhos mais atentos, que a gravidade da crise era mais política do que econômica. O impeachment, a renúncia, ou qualquer outra solução que não fosse a estabilidade do processo constitucional seria uma aventura cega.
Dilma já tinha admitido o sacrifício político pessoal ao “engolir” o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ela enfrentou resistências do PT. A popularidade ruim ficou pior.
Sem a presidenta, no entanto, a saída conservadora também acabaria. E não se sabe o que viria depois. A partir daí criou-se um novo cenário político.
Diante disso, os tresloucados gestos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, embora trágicos, perderam a graça. A sublevação dos deputados, tentada por ele, perdeu força. Fez estragos, registre-se.
A mídia conservadora, golpista até então, deu um passo atrás. Só um. O bastante, porém, para erguer uma brisa em direção a nuvem cinzenta formada sobre o Palácio do Planalto. Já havia sinais de que a oposição, notadamente o senador Aécio Neves, comandante das investidas oposicionistas mais radicais, pisaria no breque. Cunha ainda resiste.
Embora com metas distintas, várias forças se uniram com o propósito de colocar Cunha numa camisa de força. Contra esse desconforto ele se debate agora.
Um dos primeiros a entrarem na contramão do movimento anti-Dilma foi Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Para ele havia uma “crise grave”, porém “mais política do que econômica”. Por isso apontou as consequências: “Isso abala a confiança no País e retarda a retomada do crescimento”.
“Ter grandeza é separar o ego pessoal do que é melhor para o País”, disparou Trabuco. Não foi uma bala perdida. Ele parece ter mirado na direção de Neves e Cunha. Talvez na própria direção do governo Dilma.
Essa advertência seria repetida, posteriormente, na nota das Federações das Indústrias de São Paulo e Rio de Janeiro. Após pontuar a necessidade de preservar “a estabilidade institucional”, a Fiesp e a Firjan alertaram: “É hora de colocar de lado ambições pessoais ou partidárias e mirar o interesse maior do Brasil”.
No centro desse tabuleiro, a presidenta fez um movimento inesperado e corajoso. Com o apoio do vice-presidente, Michel Temer, atraiu Renan Calheiros.
Antes juntos e agora separados, Calheiros juntou-se ao governo e Cunha optou até agora pelo isolamento.
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