Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Os colunistas da mídia têm que melhorar seus argumentos contra o direito de resposta se quiserem ser levados a sério.
Existe um lugar comum que provoca risadas tão logo lido: mordaça. Foi o que Míriam Leitão escreveu dias atrás.
Ora, isso coloca numa situação ridiculamente de vítima uma mídia que não tem limites e vive que mamatas do Estado há décadas.
Para elas, vigora o chamado Nanny State, um Estado Babá. O que o Brasil demanda, urgentemente, é um choque de capitalismo em sua mídia viciada, acomodada e frequentemente desonesta.
Sequer a reserva de mercado foi removida para a imprensa. Parece coisa do Sensacionalista: um dos argumentos que a Globo utilizou para a manutenção da reserva é que os chineses poderiam fazer propaganda comunista numa tevê que controlassem.
Em qualquer sociedade avançada, o direito de resposta é uma prática consagrada para evitar abuso de poder da imprensa.
O principal objetivo é cercear acusações sem prova.
Para ficar no jornal de Míriam, Lauro Jardim jamais teria afirmado que Lulinha fora citado numa delação em sua “estreia triunfal” se houvesse direito de resposta.
Ele faria um trabalho rigoroso de checagem que não existe no jornalismo brasileiro exatamente por causa da impunidade.
A Veja, no caso mais dramático da mídia nacional, não teria se transformado num reduto de gangsterismo editorial com uma legislação que impedisse abusos.
A imprensa não está acima da sociedade, ao contrário do que os colunistas da mídia, e sobretudo seus patrões, parecem pensar.
Direito de resposta é apenas um dos pontos imprescindíveis para forçar a imprensa a ser mais responsável e melhor.
As indenizações também terão que ser discutidas no Brasil. Pateticamente baixas, ela não inibem nenhuma prática jornalista criminosa.
Compare.
Nos Estados Unidos, corre um caso estrepitoso. A revista Rolling Stone publicou uma reportagem sobre um estupro numa universidade. Era um texto pesadamente acusatório em relação à atitude da universidade.
Os fatos mostraram que a revista errou. Houve uma retratação histórica. A revista publicou o relatório de um consagrado professor de jornalismo contratado especialmente para investigar o caso.
Mas a universidade entendeu que não era o bastante. Ela pede na Justiça uma indenização de 25 milhões de dólares pelos prejuízos morais que sofreu.
Outro argumento de extraordinária pobreza utilizado contra o direito de resposta fala em intimidação da imprensa. Em seu artigo, Míriam Leitão falou nisso.
Ora, é como dizer que as leis que vigoram para os cidadãos intimidam Míriam Leitão. Não. Elas servem de referência. Se Míriam não as infringir, viverá em paz.
O real problema seria a ausência de leis para Míriam e para todos nós. Viveríamos no Velho Oeste.
É o que acontece hoje com a imprensa, que pode tudo sem que existam consequências.
Numa resposta que figura nos livros britânicos de história do jornalismo, um primeiro ministro disse a um barão da imprensa no começo da década de 1930 que poderes sem responsabilidade são um atributo exclusivo das meretrizes.
Esta é a situação presente da mídia brasileira.
Existe um lugar comum que provoca risadas tão logo lido: mordaça. Foi o que Míriam Leitão escreveu dias atrás.
Ora, isso coloca numa situação ridiculamente de vítima uma mídia que não tem limites e vive que mamatas do Estado há décadas.
Para elas, vigora o chamado Nanny State, um Estado Babá. O que o Brasil demanda, urgentemente, é um choque de capitalismo em sua mídia viciada, acomodada e frequentemente desonesta.
Sequer a reserva de mercado foi removida para a imprensa. Parece coisa do Sensacionalista: um dos argumentos que a Globo utilizou para a manutenção da reserva é que os chineses poderiam fazer propaganda comunista numa tevê que controlassem.
Em qualquer sociedade avançada, o direito de resposta é uma prática consagrada para evitar abuso de poder da imprensa.
O principal objetivo é cercear acusações sem prova.
Para ficar no jornal de Míriam, Lauro Jardim jamais teria afirmado que Lulinha fora citado numa delação em sua “estreia triunfal” se houvesse direito de resposta.
Ele faria um trabalho rigoroso de checagem que não existe no jornalismo brasileiro exatamente por causa da impunidade.
A Veja, no caso mais dramático da mídia nacional, não teria se transformado num reduto de gangsterismo editorial com uma legislação que impedisse abusos.
A imprensa não está acima da sociedade, ao contrário do que os colunistas da mídia, e sobretudo seus patrões, parecem pensar.
Direito de resposta é apenas um dos pontos imprescindíveis para forçar a imprensa a ser mais responsável e melhor.
As indenizações também terão que ser discutidas no Brasil. Pateticamente baixas, ela não inibem nenhuma prática jornalista criminosa.
Compare.
Nos Estados Unidos, corre um caso estrepitoso. A revista Rolling Stone publicou uma reportagem sobre um estupro numa universidade. Era um texto pesadamente acusatório em relação à atitude da universidade.
Os fatos mostraram que a revista errou. Houve uma retratação histórica. A revista publicou o relatório de um consagrado professor de jornalismo contratado especialmente para investigar o caso.
Mas a universidade entendeu que não era o bastante. Ela pede na Justiça uma indenização de 25 milhões de dólares pelos prejuízos morais que sofreu.
Outro argumento de extraordinária pobreza utilizado contra o direito de resposta fala em intimidação da imprensa. Em seu artigo, Míriam Leitão falou nisso.
Ora, é como dizer que as leis que vigoram para os cidadãos intimidam Míriam Leitão. Não. Elas servem de referência. Se Míriam não as infringir, viverá em paz.
O real problema seria a ausência de leis para Míriam e para todos nós. Viveríamos no Velho Oeste.
É o que acontece hoje com a imprensa, que pode tudo sem que existam consequências.
Numa resposta que figura nos livros britânicos de história do jornalismo, um primeiro ministro disse a um barão da imprensa no começo da década de 1930 que poderes sem responsabilidade são um atributo exclusivo das meretrizes.
Esta é a situação presente da mídia brasileira.
0 comentários:
Postar um comentário