Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A expressão “flores do recesso”, cunhada pelo velho pessedista Thales Ramalho para designar o que, mais tarde, Cesar Maia chamaria de “factóides” - os balões de ensaio estapafúrdios, destinados a chamar a atenção e cobrir os “buracos” de noticiário durante o recesso do Legislativo e, agora, do Judiciário, transformado em “novo” espaço da luta política -, neste janeiro de 2016, fedem como nunca.
Oito entre dez manchetes escandalosas - reparem no texto a ausência de datas - são meros requentamentos de situações já sabidas ou, pior ainda, as notícias de que uma segunda leva de bandidos, condenados em casos do passado, agora querem aproveitar o “saldão de ano novo” das delações premiadas, dizendo o que não teriam dito há oito ou nove anos, quando chamados a depor ou tentaram negociar com a Justiça e não obtiveram sucesso.
Vejam os dois personagens das manchetes deste domingo: Marcos Valério e Pedro Correa.
Eles e seus advogados sentiram que o Ministério Público, em especial o do Paraná, está “topando qualquer negócio”.
Até porque dispensam-se provas do que disserem, basta que digam e já irá para os jornais, independente da qualidade e da materialidade das informações.
O Dr. Moro e sua turma já colecionam mais de 50 delações premiadas, o que é inimaginável em qualquer processo racional de transação penal. Logo teremos mais “confessados” que acusados.
Não é segredo para ninguém que o processo político brasileiro é financiado por empresas. Se não fosse, não haveria razão para a decisão recente do STF proibindo as doações empresariais, aliás contra a vontade dos conservadores e da mídia.
Mas as doações que, por óbvio, são pedidas tornaram-se um estranho crime: as dadas aos partidos governistas são corrupção; as feitas aos partidos de oposição não são, perigam ser “cívicas”.
Impera um total cinismo nas denúncias e cinismo pior ainda em dizer que se “confia na Justiça”.
O que se assiste é um brutal desmonte das condições de funcionamento do país, com fanáticos que preferem que esta nação se desmonte a continuar sem ter todo o controle político sobre ela.
Não é preciso coisa alguma de concreto para que suas matilhas, que espumam ódio, acusem e avancem.
E a reação a isso? Triste ver que, quando há, é quase cúmplice, com gente de palavras macias espalhando devaneios com “conselhos” muito amigáveis sobre como Dilma Rousseff, que , sendo “comportadinha”, pode terminar seu mandato e entregar o governo à direita, mansamente, porque será tratada de forma cavalheiresca.
Há gente que cai nessa ou, pasmem, gente nos círculos “cult” do petismo que acredita, mesmo, que essa é a “solução” possível e que, daqui a seis ou dez anos, cumprido o desgaste da direita no poder, o povo dirá ao PT: “play it again, Sam”.
A capitulação, no tipo de luta política sem regra e se ética que se trava aqui, é a a auto-condenação à morte.
Há uma máquina fascista em marcha no Brasil e é só olhar a história para ver que ela é sempre precedida da milícia enlouquecida que opera com a tolerância dos seus patronos “civilizados” (mas não muito).
E ela não está na política convencional, está na mídia e sua associação “parajudicial”, que aponta seu dedo e execra pessoas a granel, inclusive para cortar, como é o caso de Jaques Wagner e Aldo Rabelo, os canais sadios de diálogo da esquerda com as Forças Armadas, às quais procuram atrair para uma aventura golpista.
As caisas negras do Dr. Sérgio Moro podem não ser intencionais, mas são uma sinistra metáfora.
A expressão “flores do recesso”, cunhada pelo velho pessedista Thales Ramalho para designar o que, mais tarde, Cesar Maia chamaria de “factóides” - os balões de ensaio estapafúrdios, destinados a chamar a atenção e cobrir os “buracos” de noticiário durante o recesso do Legislativo e, agora, do Judiciário, transformado em “novo” espaço da luta política -, neste janeiro de 2016, fedem como nunca.
Oito entre dez manchetes escandalosas - reparem no texto a ausência de datas - são meros requentamentos de situações já sabidas ou, pior ainda, as notícias de que uma segunda leva de bandidos, condenados em casos do passado, agora querem aproveitar o “saldão de ano novo” das delações premiadas, dizendo o que não teriam dito há oito ou nove anos, quando chamados a depor ou tentaram negociar com a Justiça e não obtiveram sucesso.
Vejam os dois personagens das manchetes deste domingo: Marcos Valério e Pedro Correa.
Eles e seus advogados sentiram que o Ministério Público, em especial o do Paraná, está “topando qualquer negócio”.
Até porque dispensam-se provas do que disserem, basta que digam e já irá para os jornais, independente da qualidade e da materialidade das informações.
O Dr. Moro e sua turma já colecionam mais de 50 delações premiadas, o que é inimaginável em qualquer processo racional de transação penal. Logo teremos mais “confessados” que acusados.
Não é segredo para ninguém que o processo político brasileiro é financiado por empresas. Se não fosse, não haveria razão para a decisão recente do STF proibindo as doações empresariais, aliás contra a vontade dos conservadores e da mídia.
Mas as doações que, por óbvio, são pedidas tornaram-se um estranho crime: as dadas aos partidos governistas são corrupção; as feitas aos partidos de oposição não são, perigam ser “cívicas”.
Impera um total cinismo nas denúncias e cinismo pior ainda em dizer que se “confia na Justiça”.
O que se assiste é um brutal desmonte das condições de funcionamento do país, com fanáticos que preferem que esta nação se desmonte a continuar sem ter todo o controle político sobre ela.
Não é preciso coisa alguma de concreto para que suas matilhas, que espumam ódio, acusem e avancem.
E a reação a isso? Triste ver que, quando há, é quase cúmplice, com gente de palavras macias espalhando devaneios com “conselhos” muito amigáveis sobre como Dilma Rousseff, que , sendo “comportadinha”, pode terminar seu mandato e entregar o governo à direita, mansamente, porque será tratada de forma cavalheiresca.
Há gente que cai nessa ou, pasmem, gente nos círculos “cult” do petismo que acredita, mesmo, que essa é a “solução” possível e que, daqui a seis ou dez anos, cumprido o desgaste da direita no poder, o povo dirá ao PT: “play it again, Sam”.
A capitulação, no tipo de luta política sem regra e se ética que se trava aqui, é a a auto-condenação à morte.
Há uma máquina fascista em marcha no Brasil e é só olhar a história para ver que ela é sempre precedida da milícia enlouquecida que opera com a tolerância dos seus patronos “civilizados” (mas não muito).
E ela não está na política convencional, está na mídia e sua associação “parajudicial”, que aponta seu dedo e execra pessoas a granel, inclusive para cortar, como é o caso de Jaques Wagner e Aldo Rabelo, os canais sadios de diálogo da esquerda com as Forças Armadas, às quais procuram atrair para uma aventura golpista.
As caisas negras do Dr. Sérgio Moro podem não ser intencionais, mas são uma sinistra metáfora.
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