sábado, 7 de maio de 2016

Manter Cunha sob controle custará caro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Relata a Folha que “aliados de Eduardo Cunha vão pedir na próxima reunião do Conselho de Ética, na terça-feira (10), o ‘trancamento’ do processo de cassação do peemedebista sob o argumento de que ele está afastado do mandato”, sob o argumento de que estando com seu mandato de deputado suspenso por decisão do STF não pode ser julgado como deputado.

Seria bom argumento, não houvesse a decisão anterior de que, uma vez instaurado o processo, nem mesmo a renúncia livra o parlamentar do julgamento ético. Ora, se nem como ex-deputado estaria livre, que dirá como deputado apenas provisoriamente suspenso.

Não há possibilidade de deter o processo de cassação de Eduardo Cunha com pequenas manobras.

A única forma de fazê-lo é obtendo os votos do PSDB e do DEM e, para isso, só com a faca no pescoço das lideranças destes partidos e do próprio Michel Temer, e Cunha sabe disso.

E tem que ser feito rápido, porque depois de aprovado um relatório favorável à cassação será quase impossível fazê-lo ser recusado numa votação aberta em plenário.

E,depois do baque que tomou ontem, é impensável que Cunha “pague” com a renúncia (abrindo espaço para a escolha de um presidente da Câmara “temerista”) antes de receber a sua parte, isto é, uma decisão “camarada” do Conselho de Ética.

Recorde-se que, por não obter os três votos do PT pela sua impronúncia no Conselho de Ética, Cunha abriu um impeachment.

Porque não evitaria o seu com os mesmos métodos?

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