sábado, 6 de janeiro de 2018

Planalto vira a "Casa de Noca"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Casa de Noca é uma antiga expressão popular que, segundo o Dicionário Informal, significa “uma casa em que todos mandam, não tem dono, nem governança. É uma casa bagunçada”. O dicionário dá um exemplo, bem a propósito: “A governança no Brasil é uma Casa de Noca”. Pode ser usado como sinônimo de Casa da Sogra.

Um após outro, os ministros foram pedindo o boné e os que ficaram agora estão saindo de férias.

Com o presidente Michel Temer trabalhando a meia bomba para cuidar de problemas de saúde, 13 ministros já deixaram seus postos em Brasília nas mãos de interinos e foram curtir a vida, que ninguém é de ferro.

Além deles, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, pediu uma licença de oito dias para cuidar de “assuntos particulares”.

A informação foi publicada nesta sexta-feira por Andreza Matais, na Coluna do Estadão.

Se a colunista não avisasse, ninguém iria perceber, já que não está acontecendo nada em Brasília.

Na debandada dos “notáveis” ministros de Temer, a gente só fica sabendo o nome deles quando pedem demissão ou saem de férias.

A primeira a pedir repouso remunerado foi a inefável Luislinda Valois, aquela ministra de Direitos Humanos que se considerou escrava porque não conseguiu dobrar o salário para R$ 60 mil.

Quem vai fazer mais falta para Temer é o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o ministro dos ministros, que sempre está ao seu lado nos momentos de apuros.

Deixou em seu lugar o subchefe para Assuntos Jurídicos, Gustavo do Vale Rocha, muito ligado a Eduardo Cunha.

Quem vai passar mais tempo fora de Brasília é o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, que pediu férias de 30 dias. Que diferença vai fazer?

Vice-presidente da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) já mandou avisar ao presidente Michel Temer para esquecer do grande projeto de seu governo: “A reforma da Previdência não será votada porque o governo é incompetente e sem palavra”, disse ele à Coluna do Estadão.

Ramalho está bravo com a nova portaria sobre trabalho escravo, um dos últimos recuos de Temer, que deixou descontente a poderosa bancada ruralista.

E assim segue a procissão no quinto dia de 2018. Faltam pouco mais de nove meses para a eleição.

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