quinta-feira, 24 de maio de 2018

Crise política e as sombras sobre o Brasil

Por Rodrigo Vianna, no blog Viomundo:

Começa a faltar gasolina no aeroporto de Brasília.

Ceagesp desabastecida por causa da paralisação dos caminhões.

Motoqueiros, de forma caótica (em São Paulo são milhares), se rebelam.

Escolas particulares pararam hoje e podem ter greve a partir de segunda.

Portuários e petroleiros ameaçam parar.

Seria o quadro perfeito para a esquerda dar a contra ofensiva.

Se “nosso líder” não estivesse preso.

O caos e a falta de liderança, este é meu temor, jogam a favor de uma saída pela direita.

Reparem que Temer se esvazia: Maia enterrou a privatização da Eletrobras numa canetada.

Mercados estão voláteis. Desemprego volta a crescer…

Não há interlocução na política.

Sobra o que?

Tenho até medo de pensar.

O povo dos caminhoneiros me garante que não há conspiração da parte deles.

O problema é o bolso.

Mas podem acontecer duas coisas a partir do caos.

Militares aproveitam para impor algum tipo de estado de emergência; centro direita aproveita para suspender a eleição de 2018, aprovando a toque de caixa uma emenda que já está pronta no Congresso.

Pode ser o que resta ao lado de lá.

Será que dá tempo?

Suspender eleição incluiria sacar Temer e eleger um presidente-tampão. Seria Rodrigo Maia o fiador?

Tendo a achar que não dá tempo.

Por isso eles queriam tanto fazer essa operação no ano passado, mas Temer resistiu…

Agora, talvez tenham de fazer sob o fogo das ruas.

Será que estou muito conspiratório?

2 comentários:

Anônimo disse...

Estamos muito distante de uma crise institucional e muito mais ainda de uma situação revolucionária, tal como poderia ser sugerido pelas sensações que os fatos descritos provocam no autor da descrição. De qualquer sorte, fosse uma situação revolucionária, a liderança necessária não seria a de Lula, mas de um coletivo partidário enraizado no povo. Rodrigo supõe a necessidade de um líder carismático, enxergando as lutas sociais como espécies de movimentos messiânicos. Entretanto, penso que o ciclo histórico dependente desse tipo de liderança carismática e conciliadora encerrou-se com o impeachment de 2016. O novo ciclo histórico que se inaugurou a partir de então necessitará de um novo líder, o novo "príncipe” de que nos fala Gramsci, representado por um coletivo reconhecido pelos trabalhadores e pelo povo como a sua liderança confiável. Darcy Brasil

Anônimo disse...

Só para concluir a análise, quando da decretação da intervenção militar no Rio de Janeiro, vista pela maioria dos analistas políticos do campo petista como uma jogada eleitoreira de Temer, discordei contrargumentando que, para mim, o esforço de propaganda favorável da Globo sinalizava a preparação de um Golpe dentro do Golpe. Pois bem, a meu ver,esse golpe, que se consumaria com o adiamento das eleições, continua sendo a melhor alternativa para as forças que o implementaram e que, certamente, não estão dispostas a ceder suas coquistas espúrias,deixando-derrotar nas eleições de 2018. Darcy Brasil