Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:
A imagem da sinuca de bico expressa os momentos que aparentam não ter saída. Como analogia usamos a situação em que a bola branca toca ou se aproxima do canto da mesa, impedindo que o jogador atinja outra bola.
É esta situação que define o nosso desafio diante das eleições de 2018. A oportunidade para impor uma derrota ao golpe. Porém, não estamos diante de um simples golpe, nem mesmo da reprodução do mesmo modelo implantado em 1964.
Querem instalar um modelo político de longo curso, imune à novas tentativas de enfrentamento institucional, como as que se deram com o ciclo de governos progressistas em nosso continente.
Um modelo em que as decisões políticas são esvaziadas, permitindo a alternância de representantes políticos que consiga consumar o estelionato eleitoral a cada mandato, desde que se conserve o núcleo econômico dócil e subjugado.
E não perderam tempo. Desde a consumação do atual golpe, perdemos ferramentas do protecionismo econômico fundamentais, que foram aplicadas sem maiores questionamentos até os anos 1970.
As medidas tomadas pelo governo golpista já não se limitam a apenas proporcionar a blindagem jurídica que aprisiona nossa economia. Está em curso um acelerado desmonte das bases estruturais que proporcionaram o ciclo desenvolvimentista (que teve seu período virtuoso de 1930 a 1980), impossibilitando até mesmo o conjunto de medidas que chamamos de neodesenvolvimentismo.
A possibilidade de reverter a Emenda Constitucional nº 95, o desmonte da Petrobrás, a perda dos grandes pólos que haviam escapado das privatizações no setor elétrico, o esvaziamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e a provável autonomia do Banco Central exigem uma correlação de forças extremamente favorável para as forças populares em qualquer intento de reversão.
Um conjunto de medidas que somente poderão ser revertidas, apoiando-se num intenso fortalecimento da soberania popular desaguando num movimento que viabilize um novo poder constituinte.
Em outras palavras, para deter e reverter as medidas do golpe, não basta ganhar as eleições - o que já é extremamente desafiador -, mas desencadear um processo mobilizador que gere a força social necessária para convocar uma Assembleia Nacional Constituinte.
Sem isso, mesmo que o governo eleito não esteja comprometido com o projeto neoliberal, na melhor das hipóteses, estará limitado a meramente conter sua velocidade, incapaz de qualquer reversão significativa que retome um projeto de desenvolvimento.
Somente um candidato pode vencer eleitoralmente e, simultaneamente, despertar mobilização popular: Lula. E, exatamente por isso, fez parte da estratégia do golpe prendê-lo injustamente e buscar inabilitá-lo.
Devemos lutar com todas as energias pela sua liberdade e pelo direito de disputar as eleições. Levar essa luta ao máximo possível. Construir a mais ampla força em torno dela. No entanto, sabemos que o desenlace se dará no mais desfavorável dos terrenos com, por exemplo, um Poder Judiciário com importantes parcelas integrando o aparato golpista.
Este é o principal impasse. Negar participar das eleições ante uma terrível ofensiva do inimigo é um erro grave, com prejuízos imensos. É necessário duplicar energias para garantir um resultado favorável mesmo quando a força superior do inimigo nos imponha a impossibilidade da candidatura Lula ou o seu debilitamento não garanta a vitória na eleição presidencial.
E isso só poderá acontecer se formos capazes de eleger um bloco parlamentar que possa dificultar as ações entreguistas e reacionárias no próximo período.
É esta situação que define o nosso desafio diante das eleições de 2018. A oportunidade para impor uma derrota ao golpe. Porém, não estamos diante de um simples golpe, nem mesmo da reprodução do mesmo modelo implantado em 1964.
Querem instalar um modelo político de longo curso, imune à novas tentativas de enfrentamento institucional, como as que se deram com o ciclo de governos progressistas em nosso continente.
Um modelo em que as decisões políticas são esvaziadas, permitindo a alternância de representantes políticos que consiga consumar o estelionato eleitoral a cada mandato, desde que se conserve o núcleo econômico dócil e subjugado.
E não perderam tempo. Desde a consumação do atual golpe, perdemos ferramentas do protecionismo econômico fundamentais, que foram aplicadas sem maiores questionamentos até os anos 1970.
As medidas tomadas pelo governo golpista já não se limitam a apenas proporcionar a blindagem jurídica que aprisiona nossa economia. Está em curso um acelerado desmonte das bases estruturais que proporcionaram o ciclo desenvolvimentista (que teve seu período virtuoso de 1930 a 1980), impossibilitando até mesmo o conjunto de medidas que chamamos de neodesenvolvimentismo.
A possibilidade de reverter a Emenda Constitucional nº 95, o desmonte da Petrobrás, a perda dos grandes pólos que haviam escapado das privatizações no setor elétrico, o esvaziamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e a provável autonomia do Banco Central exigem uma correlação de forças extremamente favorável para as forças populares em qualquer intento de reversão.
Um conjunto de medidas que somente poderão ser revertidas, apoiando-se num intenso fortalecimento da soberania popular desaguando num movimento que viabilize um novo poder constituinte.
Em outras palavras, para deter e reverter as medidas do golpe, não basta ganhar as eleições - o que já é extremamente desafiador -, mas desencadear um processo mobilizador que gere a força social necessária para convocar uma Assembleia Nacional Constituinte.
Sem isso, mesmo que o governo eleito não esteja comprometido com o projeto neoliberal, na melhor das hipóteses, estará limitado a meramente conter sua velocidade, incapaz de qualquer reversão significativa que retome um projeto de desenvolvimento.
Somente um candidato pode vencer eleitoralmente e, simultaneamente, despertar mobilização popular: Lula. E, exatamente por isso, fez parte da estratégia do golpe prendê-lo injustamente e buscar inabilitá-lo.
Devemos lutar com todas as energias pela sua liberdade e pelo direito de disputar as eleições. Levar essa luta ao máximo possível. Construir a mais ampla força em torno dela. No entanto, sabemos que o desenlace se dará no mais desfavorável dos terrenos com, por exemplo, um Poder Judiciário com importantes parcelas integrando o aparato golpista.
Este é o principal impasse. Negar participar das eleições ante uma terrível ofensiva do inimigo é um erro grave, com prejuízos imensos. É necessário duplicar energias para garantir um resultado favorável mesmo quando a força superior do inimigo nos imponha a impossibilidade da candidatura Lula ou o seu debilitamento não garanta a vitória na eleição presidencial.
E isso só poderá acontecer se formos capazes de eleger um bloco parlamentar que possa dificultar as ações entreguistas e reacionárias no próximo período.
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