Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Na campanha de volta ao passado, que marca estas eleições de 2018, só faltava ele.
Não falta mais, ele voltou.
Fernando Henrique Cardoso, não satisfeito com as “entrevistas exclusivas” diárias que concede aos amigos da grande imprensa, resolveu escrever uma carta aos seus eleitores para dizer como eles devem votar.
Em seu habitual estilo melífluo e gordurento, sem dar nomes aos bois, alerta seus seguidores - quantos ainda serão? - que eles devem se unir em torno de um candidato de “centro” para evitar a vitória dos “extremistas” que lideram as pesquisas.
Logo após a divulgação da carta, cobrado por não ter citado o nome do candidato do seu partido, FHC adicionou no Twitter que o figurino proposto cabe no perfil de Geraldo Alckmin, o tucano encalhado na beira da estrada.
Como pode este renomado sociólogo e cientista político jogar no mesmo balaio o capitão Jair Bolsonaro, da extrema-direita ululante, e o professor Fernando Haddad, um político moderado que já foi xingado de tucano pelos petistas mais xiitas?
Nem o próprio FHC, como disse a O Globo, acredita que esta sua manifestação extemporânea vá provocar grandes efeitos no cenário, mas era “preciso fazer alguma coisa” diante da crise que se agrava, e então ele resolveu escrever a carta aos eleitores para pedir “sensatez e aliança dos candidatos não radicais”.
Ao tratar do atentado sofrido por Bolsonaro, aproveitou para bater em Lula, seu hobby favorito:
“O fato de ser este (Bolsonaro) o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por corrupção mostra o ponto a que chegamos”.
Beleza. FHC só não diz que chegamos a esse ponto da crise política justamente porque ele e seu partido se aliaram ao MDB de Michel Temer e Eduardo Cunha para derrubar a presidente eleita Dilma Rousseff e juntos voltarem ao poder sem votos, dois anos antes desta eleição retrô, disputada agora entre os que querem a volta de Lula ou a volta dos militares ao poder, deixando o PSDB de fora.
E omite solenemente, é claro, o fato de que, assim como o PT, o PSDB também foi denunciado por corrupção pela Lava Jato, com a única diferença de que nenhum dos seus líderes envolvidos no propinoduto das empreiteiras tenha sido até agora levado a julgamento.
“Qualquer dos lados da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise”, pontificou.
Não é uma maravilha de análise? E quem é que teria esse poder de obter a “coesão nacional”?
Por acaso seria Geraldo Alckmin, que não consegue unir nem seu próprio partido e os aliados fisiológicos do “Centrão”, já em debandada da campanha tucana?
Até parece que o ex-presidente FHC está muito preocupado com os destinos do país.
FHC pode falar e escrever o que quiser porque, passada a eleição, Paris estará à sua espera, que ninguém é de ferro.
Bom final de semana.
Vida que segue.
Não falta mais, ele voltou.
Fernando Henrique Cardoso, não satisfeito com as “entrevistas exclusivas” diárias que concede aos amigos da grande imprensa, resolveu escrever uma carta aos seus eleitores para dizer como eles devem votar.
Em seu habitual estilo melífluo e gordurento, sem dar nomes aos bois, alerta seus seguidores - quantos ainda serão? - que eles devem se unir em torno de um candidato de “centro” para evitar a vitória dos “extremistas” que lideram as pesquisas.
Logo após a divulgação da carta, cobrado por não ter citado o nome do candidato do seu partido, FHC adicionou no Twitter que o figurino proposto cabe no perfil de Geraldo Alckmin, o tucano encalhado na beira da estrada.
Como pode este renomado sociólogo e cientista político jogar no mesmo balaio o capitão Jair Bolsonaro, da extrema-direita ululante, e o professor Fernando Haddad, um político moderado que já foi xingado de tucano pelos petistas mais xiitas?
Nem o próprio FHC, como disse a O Globo, acredita que esta sua manifestação extemporânea vá provocar grandes efeitos no cenário, mas era “preciso fazer alguma coisa” diante da crise que se agrava, e então ele resolveu escrever a carta aos eleitores para pedir “sensatez e aliança dos candidatos não radicais”.
Ao tratar do atentado sofrido por Bolsonaro, aproveitou para bater em Lula, seu hobby favorito:
“O fato de ser este (Bolsonaro) o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por corrupção mostra o ponto a que chegamos”.
Beleza. FHC só não diz que chegamos a esse ponto da crise política justamente porque ele e seu partido se aliaram ao MDB de Michel Temer e Eduardo Cunha para derrubar a presidente eleita Dilma Rousseff e juntos voltarem ao poder sem votos, dois anos antes desta eleição retrô, disputada agora entre os que querem a volta de Lula ou a volta dos militares ao poder, deixando o PSDB de fora.
E omite solenemente, é claro, o fato de que, assim como o PT, o PSDB também foi denunciado por corrupção pela Lava Jato, com a única diferença de que nenhum dos seus líderes envolvidos no propinoduto das empreiteiras tenha sido até agora levado a julgamento.
“Qualquer dos lados da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise”, pontificou.
Não é uma maravilha de análise? E quem é que teria esse poder de obter a “coesão nacional”?
Por acaso seria Geraldo Alckmin, que não consegue unir nem seu próprio partido e os aliados fisiológicos do “Centrão”, já em debandada da campanha tucana?
Até parece que o ex-presidente FHC está muito preocupado com os destinos do país.
FHC pode falar e escrever o que quiser porque, passada a eleição, Paris estará à sua espera, que ninguém é de ferro.
Bom final de semana.
Vida que segue.
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