Por Altamiro Borges
Com exceção da Rede Globo, que segue com sua linha do “bate e assopra” para analisar os riscos futuros, todas as principais redes de televisão do país – que são concessões públicas monopolizadas pela iniciativa “privada”, nos dois sentidos da palavra – já aderiram ao covil de Jair Bolsonaro. O chapa-branquismo se dá por motivos ideológicos – concordância com o programa ultraliberal na economia, conservador nos costumes e repressor na política – e por razões mercenárias – servilismo em busca de verbas publicitárias e de outras benesses. Na semana passada, Marcelo de Carvalho, vice-presidente e sócio da RedeTV!, confirmou o que os poucos telespectadores que acompanham a decadente cobertura jornalística dessa emissora já sabiam.
Em entrevista ao processado Luciano Hang, dono da Rede Havan, ele se jactou: “Eu tenho muito orgulho de estar engajado [no projeto Bolsonaro]. Desde 2010 ele frequenta os programas da RedeTV!. Eu o considero um amigo... Nós demos espaço para o Jair Bolsonaro quando nem candidato ele era. Em junho de 2016, depois de ter aparecido no programa da Luciana (Gimenez) muitas vezes, ele falou no meu programa que pretendia se candidatar à Presidência”. O picareta ainda aproveitou para dar uma estocada na emissora rival, ao criticar o programa “Amor & Sexo” de Fernanda Lima. “Eu acho que é a Globo que manda ela falar mal, ter essa pauta. A Rede Globo, isso é notório, não queria ter Jair Bolsonaro presidente da República. Não queria!”.
Antes da RedeTV!, outras emissoras já tinham aderido ao fascista que só chegou ao poder graças à criminalização da política promovida pela mídia golpista nos últimos anos. Como registrou Mauricio Stycer, na Folha, “Marcelo de Carvalho é o terceiro proprietário de canal de TV aberta a fazer uma declaração pública de apoio a Bolsonaro. O primeiro foi Edir Macedo, dono da Record, ainda durante a campanha eleitoral. Depois foi a vez de Silvio Santos, do SBT, expressar sua satisfação com a vitória do capitão reformado e elogiar a escolha de Sergio Moro para o ministério do futuro governo”. Ele não incluiu Johnny Saad talvez em função da sua insignificância crescente, mas o dono da Band também embarcou faz tempo no covil bolsonarista.
Os quatro barões da mídia, com seus jagunços de aluguel, disputam para ver quem é mais servil ao presidente e consegue as maiores benesses do poder. Até agora, a TV Record do bispo-charlatão Edir Macedo é a que tem se saído melhor na disputa chapa-branca. “Desde as eleições, o jornalismo da Record tem conseguido acesso privilegiado a Bolsonaro. A emissora exibiu uma entrevista com o então candidato no mesmo horário em que a Globo exibia o último debate do primeiro turno. Estava dentro da casa dele quando saiu o resultado da eleição. E mereceu elogios ao seu ‘jornalismo isento’ ao exibir a primeira entrevista depois da eleição”, lembra o mesmo Mauricio Stycer em outro artigo.
Danilo Gentili, o serviçal
Mas a disputa entre os puxa-sacos – e venais – é violenta. Na semana passada, Ricardo Feltrin, do UOL, registrou mais uma cena grotesca da televisão brasileira. “O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) só assume o cargo no próximo dia 1º, mas já tem uma enorme fila de pedidos de entrevistas, feitos por jornalistas e programas... Segundo a coluna apurou, até a última segunda-feira (17) o Jornalismo da Record estava quase certo que seria o primeiro a fazer uma entrevista exclusiva com o novo presidente. Afinal, a emissora foi a primeira em que o proprietário – bispo Edir Macedo – declarou apoio a Bolsonaro”.
“No entanto, pessoas próximas ao círculo de poder já teriam reduzido as esperanças da Record. Sim, a Record certamente terá uma entrevista com Bolsonaro, mas não deve ser a primeira da fila. As apostas são de que o primeiro programa que Bolsonaro irá assim que estiver empossado deverá ser o ‘The Noite’, com Danilo Gentili. O motivo é que toda a família Bolsonaro é fã do humorista e de outros integrantes do programa, como o músico Roger Moreira. Roger foi um dos ‘cabos eleitorais’ mais engajados e um dos únicos artistas a visitar Bolsonaro no hospital durante a campanha, depois que ele quase foi assassinado com uma facada em Juiz de Fora (MG)”.
Com exceção da Rede Globo, que segue com sua linha do “bate e assopra” para analisar os riscos futuros, todas as principais redes de televisão do país – que são concessões públicas monopolizadas pela iniciativa “privada”, nos dois sentidos da palavra – já aderiram ao covil de Jair Bolsonaro. O chapa-branquismo se dá por motivos ideológicos – concordância com o programa ultraliberal na economia, conservador nos costumes e repressor na política – e por razões mercenárias – servilismo em busca de verbas publicitárias e de outras benesses. Na semana passada, Marcelo de Carvalho, vice-presidente e sócio da RedeTV!, confirmou o que os poucos telespectadores que acompanham a decadente cobertura jornalística dessa emissora já sabiam.
Em entrevista ao processado Luciano Hang, dono da Rede Havan, ele se jactou: “Eu tenho muito orgulho de estar engajado [no projeto Bolsonaro]. Desde 2010 ele frequenta os programas da RedeTV!. Eu o considero um amigo... Nós demos espaço para o Jair Bolsonaro quando nem candidato ele era. Em junho de 2016, depois de ter aparecido no programa da Luciana (Gimenez) muitas vezes, ele falou no meu programa que pretendia se candidatar à Presidência”. O picareta ainda aproveitou para dar uma estocada na emissora rival, ao criticar o programa “Amor & Sexo” de Fernanda Lima. “Eu acho que é a Globo que manda ela falar mal, ter essa pauta. A Rede Globo, isso é notório, não queria ter Jair Bolsonaro presidente da República. Não queria!”.
Antes da RedeTV!, outras emissoras já tinham aderido ao fascista que só chegou ao poder graças à criminalização da política promovida pela mídia golpista nos últimos anos. Como registrou Mauricio Stycer, na Folha, “Marcelo de Carvalho é o terceiro proprietário de canal de TV aberta a fazer uma declaração pública de apoio a Bolsonaro. O primeiro foi Edir Macedo, dono da Record, ainda durante a campanha eleitoral. Depois foi a vez de Silvio Santos, do SBT, expressar sua satisfação com a vitória do capitão reformado e elogiar a escolha de Sergio Moro para o ministério do futuro governo”. Ele não incluiu Johnny Saad talvez em função da sua insignificância crescente, mas o dono da Band também embarcou faz tempo no covil bolsonarista.
Os quatro barões da mídia, com seus jagunços de aluguel, disputam para ver quem é mais servil ao presidente e consegue as maiores benesses do poder. Até agora, a TV Record do bispo-charlatão Edir Macedo é a que tem se saído melhor na disputa chapa-branca. “Desde as eleições, o jornalismo da Record tem conseguido acesso privilegiado a Bolsonaro. A emissora exibiu uma entrevista com o então candidato no mesmo horário em que a Globo exibia o último debate do primeiro turno. Estava dentro da casa dele quando saiu o resultado da eleição. E mereceu elogios ao seu ‘jornalismo isento’ ao exibir a primeira entrevista depois da eleição”, lembra o mesmo Mauricio Stycer em outro artigo.
Danilo Gentili, o serviçal
Mas a disputa entre os puxa-sacos – e venais – é violenta. Na semana passada, Ricardo Feltrin, do UOL, registrou mais uma cena grotesca da televisão brasileira. “O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) só assume o cargo no próximo dia 1º, mas já tem uma enorme fila de pedidos de entrevistas, feitos por jornalistas e programas... Segundo a coluna apurou, até a última segunda-feira (17) o Jornalismo da Record estava quase certo que seria o primeiro a fazer uma entrevista exclusiva com o novo presidente. Afinal, a emissora foi a primeira em que o proprietário – bispo Edir Macedo – declarou apoio a Bolsonaro”.
“No entanto, pessoas próximas ao círculo de poder já teriam reduzido as esperanças da Record. Sim, a Record certamente terá uma entrevista com Bolsonaro, mas não deve ser a primeira da fila. As apostas são de que o primeiro programa que Bolsonaro irá assim que estiver empossado deverá ser o ‘The Noite’, com Danilo Gentili. O motivo é que toda a família Bolsonaro é fã do humorista e de outros integrantes do programa, como o músico Roger Moreira. Roger foi um dos ‘cabos eleitorais’ mais engajados e um dos únicos artistas a visitar Bolsonaro no hospital durante a campanha, depois que ele quase foi assassinado com uma facada em Juiz de Fora (MG)”.
0 comentários:
Postar um comentário