Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:
Em depoimento no Senado Federal, o ministro Sérgio Moro tentou se livrar da marca de chefe do conluio pra retirar o ex-presidente Lula da política, pela via judicial.
Ele se disse vítima de hackeres (piratas da net), que teriam invadido sua página e retirado os diálogos que depois foram divulgados no Portal Intercept, do jornalista Glenn Greenwald, nos Estados Unidos.
Ao se vitimizar, o ex-juiz disse que o convívio (a promiscuidade) de juízes com procuradores “é normal”, no Brasil. Mas foi desmentido por juristas e até pela associação de magistrados, que não aceitou o clima de normalidade em situação de flagrante ilicitude. Criminoso, na versão dele, é quem revelou as ilegalidades praticadas por ele.
Anormal ficou a situação dele. Vários interlocutores enquadraram o ministro, mas, nos debates, não chegou a haver troca de insultos ou bate-bocas acalorados. Por mais que tenha sido encostado na parede – como o fizeram os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e Fabiano Contorato (Rede-ES) – Moro deu voltas e pulou fora das questões centrais.
De todo jeito, ele enfrentou alguns entrevistadores mais severos entre os senadores, como é o caso do ex-presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros, que apontou a atitude evasiva do depoente, "Fiz alguns questionamentos ao Moro sobre eventuais excessos, mas sempre lembrando que defendo a continuidade da lava-jato. Agora, aguardo a resposta formal do ministro a uma lista de perguntas que ficaram sem resposta”, disse Calheiros nas redes sociais da Internet, após o debate. O fato é que ele ficou devendo explicações a estas e a outras questões levantadas nas nove horas de conversa.
Em verdade, Moro mentiu em suas explicações. A cada nova rodada de informações que aparecem, fica mais claro que ele comandava força-tarefa de procuradores que se encarregou de incriminar Lula durante a Operação Lava Jato. E que são verdadeiras as movimentações indicadas pelo Portal Intercept, que incriminam o ex-juiz com clareza cristalina, nas manobras contra Lula.
Isso significa dizer que a reputação do Judiciário brasileiro está em jogo e que não é correto Moro permanecer no cargo de ministro, justamente na pasta que controla a Polícia Federal, encarregada do seu caso. Todavia, ele simula desconhecimento dos fatos e segue no cargo, apesar de dizer que não é apegado a posições no governo.
No momento, ele já não desfruta do mesmo prestígio que a Lava Jato lhe deu, e agora precisa dar explicações sobre seus atos. Muita gente já desembarcou da nau justiceira do ministro e, mesmo que instância superior da Justiça, especialmente o Supremo Tribunal Federal, esteja demorando a se posicionar na questão, está claro que algo mudou – a palavra do ex-juiz não tem mais o mesmo valor.
É certo que os grandes meios de comunicação social, inclusive a Globo, haviam dado crédito ao caráter antipetista delas e ficaram sem alternativas diante do novo quadro de acontecimentos. Espera-se, contudo, que as ações ilícitas do ex-juiz “imparcial”, partidarizando a Justiça, sejam devidamente punidas.
Ao se vitimizar, o ex-juiz disse que o convívio (a promiscuidade) de juízes com procuradores “é normal”, no Brasil. Mas foi desmentido por juristas e até pela associação de magistrados, que não aceitou o clima de normalidade em situação de flagrante ilicitude. Criminoso, na versão dele, é quem revelou as ilegalidades praticadas por ele.
Anormal ficou a situação dele. Vários interlocutores enquadraram o ministro, mas, nos debates, não chegou a haver troca de insultos ou bate-bocas acalorados. Por mais que tenha sido encostado na parede – como o fizeram os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e Fabiano Contorato (Rede-ES) – Moro deu voltas e pulou fora das questões centrais.
De todo jeito, ele enfrentou alguns entrevistadores mais severos entre os senadores, como é o caso do ex-presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros, que apontou a atitude evasiva do depoente, "Fiz alguns questionamentos ao Moro sobre eventuais excessos, mas sempre lembrando que defendo a continuidade da lava-jato. Agora, aguardo a resposta formal do ministro a uma lista de perguntas que ficaram sem resposta”, disse Calheiros nas redes sociais da Internet, após o debate. O fato é que ele ficou devendo explicações a estas e a outras questões levantadas nas nove horas de conversa.
Em verdade, Moro mentiu em suas explicações. A cada nova rodada de informações que aparecem, fica mais claro que ele comandava força-tarefa de procuradores que se encarregou de incriminar Lula durante a Operação Lava Jato. E que são verdadeiras as movimentações indicadas pelo Portal Intercept, que incriminam o ex-juiz com clareza cristalina, nas manobras contra Lula.
Isso significa dizer que a reputação do Judiciário brasileiro está em jogo e que não é correto Moro permanecer no cargo de ministro, justamente na pasta que controla a Polícia Federal, encarregada do seu caso. Todavia, ele simula desconhecimento dos fatos e segue no cargo, apesar de dizer que não é apegado a posições no governo.
No momento, ele já não desfruta do mesmo prestígio que a Lava Jato lhe deu, e agora precisa dar explicações sobre seus atos. Muita gente já desembarcou da nau justiceira do ministro e, mesmo que instância superior da Justiça, especialmente o Supremo Tribunal Federal, esteja demorando a se posicionar na questão, está claro que algo mudou – a palavra do ex-juiz não tem mais o mesmo valor.
É certo que os grandes meios de comunicação social, inclusive a Globo, haviam dado crédito ao caráter antipetista delas e ficaram sem alternativas diante do novo quadro de acontecimentos. Espera-se, contudo, que as ações ilícitas do ex-juiz “imparcial”, partidarizando a Justiça, sejam devidamente punidas.
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