sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Brasil em guerra não declarada

Por Zillah Branco

Com o golpe de Temer em 2016, o Brasil foi invadido por forças imperialistas que minaram as instituições governamentais com a ajuda dos traidores que aí se colocaram. Com o controle do poder institucional foi falseada uma eleição que levou à Presidência da República um títere dos invasores.

Teve início uma guerra não declarada que sabotou as leis, os recursos da saúde e da educação, a segurança social, a segurança pública e as forças armadas. Transformados os quadros profissionais responsáveis pelas instituições em meros burocratas ao serviço do Governo autoritário, os eleitores e todo o povo perderam as condições de cidadania e ficaram à mercê dos desvarios de um governo fantoche assistindo ao roubo do patrimônio nacional que é vendido na feira imperial a preço de ocasião.

Todos os dias surgem novidades criadas pelos cérebros doentios dos governantes e impostas pelo Presidente que assume papéis de imbecil, de louco ou de terrorista, para apoiar o desmonte da estrutura do Estado e a liquidação dos direitos democrático. Esta encenação pública quotidiana gerou um ambiente de loucura que afeta a saúde mental de todos. Os médicos e psicólogos já registraram as estatísticas de crescentes de casos de morte, depressão, alienação mental que vitimam a população mais indefesa em geral, que se somam aos que sofrem a fome, a miséria, a ausência de apoio médico, a violência, aos crimes praticados por grupos marginais ou contratados por pessoas influentes do regime fascista instaurado no país.

Resistência imprescindível

Seguimos a nova mídia progressista que resulta da cooperação entre jornalistas, políticos e militantes que se colocaram contra o golpe e a prisão de Lula. Cada participante leva os recursos de que dispõe: conhecimentos (técnicos, de informação, da história brasileira/mundial e da ideologia de esquerda), formação profissional, experiência de luta política, apoio financeiro, formas de divulgação. A entrega de todos tem sido grandiosa, revelada pela adesão crescente de participantes na visualização dos sites, na redação das suas opiniões, na expansão da luta dentro e fora do Brasil, na criação de meios para transmitir as idéias veiculadas aos que não têm acesso à internet.

É um trabalho político organizado que alimenta os partidos de esquerda, os sindicatos e associações de luta social, o povo em geral, e conquista novos aderentes antes afastados das questões políticas ou conservadores, até mesmo de direita. Consideram essencial a formação de uma Frente Unica Popular ativa que deverá traçar um programa de governo e a Unidade das forças de Esquerda que nas suas funções politicas e sociais apoiam a luta pela limpeza institucional e reconstrução do Brasil.

A luta política - que tem como meta a criação de uma sociedade realmente democrática com justiça e condições sociais de vida igualitária - impõe aos seus participantes uma vigilância permanente para corrigir naturais tendências personalistas (vaidade, oportunismo, uso da emoção acima da razão, incapacidade de ouvir argumentos antagônicos) que ponham em risco a unidade de esquerda e a prioridade de superação dos grandes problemas que mantêm a população mais pobre, e a que vive cultural (e fisicamente) afastada do coletivo social.

O mero noticiário das loucuras e terrorismo perpetrados pelos governantes cria um ambiente favorável à alienação e ao pessimismo que constituem as armas da moderna guerra invasora. A ausência de representantes diretos das camadas populares com capacidade para divulgarem as causas concretas das suas carências distancia os internautas da compreensão do caminho social de luta e apenas absorvem as idéias construtivas da elite intelectual de esquerda que ainda não consolidou uma Frente Ampla Popular.

A prática militante permite apoiar os companheiros de luta que ainda não se aperceberam de que as tendências personalistas existem e podem ser superadas convenientemente. Todos nós sofremos os condicionamentos da nossa cultura, da nossa história, das informações veiculadas pelo sistema dominante, das nossas condições sociais de formação social. O zelo pelo fortalecimento de uma Frente Popular com o amplo apoio social na luta contra a política de Direita - defensora de uma elite exploradora que detém o capital e é aliada ao imperialismo -, deve manter uma crítica permanente para corrigir possíveis desvios que podem surgir através da Mídia Progressista e contaminarem toda a informação que atinge a grande massa em formação de uma nova consciência.

Tendência pessoais

A militância política, assim como a representação em cargos públicos, obrigam-nos a agir de acordo com a função exercida de forma objetiva e realista, não submetida às características pessoais da emoção. O nosso ego permanece afastado para que possamos ser isentos de referências pessoais na análise do social, respeitados os princípios básicos da integridade individual. Só assim representaremos o ideal que nos move para compreender a realidade em que vive o coletivo social e se desenvolvem as forças produtivas capazes de criar as riquezas para o desenvolvimento do país e a soberania nacional.

Ideais como meta

A definição dos ideais de luta que representamos constitui a base de unidade de Esquerda e contra as formas de exploração e agressão assumidas pela oposição de Direita. Dentro desta divisão de campos ideológicos opostos - definidos em programas de ação concreta de luta para a restruturação da sociedade em termos sociais, econômicos e políticos fundamentados em leis - agregam-se diferentes tendências partidárias e de associações ou grupos já constituídos historicamente na sociedade. As divergências históricas que separam as diferentes organizações cederão o espaço para a execução de um passo estratégico único para a restauração da democracia nacional traçado com os objetivos comuns da Esquerda Popular e respeitados os princípios básicos que definem a sua integridade.

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