quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Paulo Guedes, o AI-5 e a alta do dólar

Por Renato Rovai, em seu blog:

No dia 13 de janeiro de 1999, o governo FHC depois de ganhar a eleição por manter o real valorizado frente ao dólar, num claro estelionato eleitoral, enterrou aquela política cambial.

A decisão causou um grande impacto econômico, político e social no país. E de lá até o final do mandato, FHC só segurou o tranco da malandragem. Não governou mais com autonomia, ficando refém do FMI.

Com a desvalorização cambial, o banco Marka e o FonteCindam, do ex-diretor do Banco Central do Brasil, Luiz Antônio Gonçalves, que apostaram na estabilidade do real, ficaram insolventes. Enquanto as demais instituições financeiras se preparavam para a alta do dólar. Conforme foi posteriormente comprovado em sentença definitiva no âmbito da Justiça Federal, havia um esquema de venda de informações privilegiadas, Cacciola alegou não se beneficiar dele, pois seu banco quebrou justamente porque foi um dos únicos a não apostar na desvalorização.

Em resumo, saber pra onde vai o dólar vale muito. Pode-se ganhar ou perder milhões de dólares.

Quem ganhou dinheiro ontem com a declaração de Paulo Guedes sobre o AI-5? Quem mesmo com o dólar já em alta apostou que ele poderia aumentar ainda mais durante o dia?

Essa é uma informação fundamental para entender se o ministro da Fazenda cometeu um deslize ou um crime. E deveria ser investigado por parlamentares da oposição.

Paulo Guedes ganhou a vida apostando no mercado. Sabe o custo da instabilidade. Sabe quanto uma declaração de um ministro da Fazenda joga o mercado para lá ou para cá. Não é bobo. Não deveríamos ser também.

0 comentários: