Da Rede Brasil Atual:
Entidades científicas e de defesa de direitos estão reunindo evidências para responsabilizar as autoridades brasileiras pelas mortes evitáveis da Covid-19. Assinado em maio, por mais de cem organizações, o manifesto faz um alerta para os governantes que estão ignorando medidas e evidências científicas para o controle da pandemia no Brasil, acusados de colocarem “em curso um verdadeiro genocídio”.
“Todos têm o direito de nascer, viver e morrer com dignidade. Vidas perdidas têm responsabilidades atribuíveis”, destaca o alerta. Entre as entidades que encabeçam o manifesto estão o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Oxfam Brasil, a Anistia Internacional, o Conselho Federal da Ordem das Advogados do Brasil e o Instituto Ethos – que congrega mais de 500 empresas.
Em um momento em que parte do empresariado vem pressionando pelo fim do isolamento – na contramão de todas as indicações científicas –, o presidente do Ethos, Caio Magri, chama atenção para o dever de toda a sociedade no enfrentamento da crise sanitária. Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual, o executivo explica que há dois tipos de empresa em meio à pandemia, “as que querem de maneira irresponsável e irracional retomar a economia” e “um grupo que está se preparando de maneira consciente”.
“Nesse momento a garantia dos empregos e da vida é absolutamente fundamental. Não vai ter uma retomada econômica, em condições sustentáveis possíveis, se a gente não resolver as questões de saúde”, ressalta.
Deliberadamente omisso: o governo Bolsonaro
Ainda assim, o principal defensor desse movimento contra a saúde é o próprio governo federal. É o que destaca o manifesto, descrevendo como “omissão deliberada” a postura do presidente Jair Bolsonaro. Magri explica. “O governo Bolsonaro tem se mostrado omisso, desconstrutivo das políticas necessárias, sabotando as medidas. Onde é que já viu nós termos três ministros da saúde em quatro, cinco meses, quando era necessário articular diálogos com os governadores, com os prefeitos e a sociedade, com os órgãos de pesquisa para atuar de maneira efetiva?”, ressalta.
O presidente do Instituto Ethos comenta ainda o inquérito aberto nesta semana pelo Ministério Público Federal para apurar o baixo investimento do governo no combate ao coronavírus. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, do montante de quase R$ 12 bilhões disponibilizados para execução direta pelo Ministério da Saúde, apenas R$ 2,59 bilhões foram empenhados.
“Não é que você tem que inventar, os recursos estão disponíveis e não estão sendo usados pelo governo federal. Portanto, nesse momento, a crise, a escalada e o recorde que o Brasil vai bater de mortes da pandemia global da covid-19 são responsabilidade do governo Bolsonaro de uma maneira muito clara”, crítica Magri.
Entidades científicas e de defesa de direitos estão reunindo evidências para responsabilizar as autoridades brasileiras pelas mortes evitáveis da Covid-19. Assinado em maio, por mais de cem organizações, o manifesto faz um alerta para os governantes que estão ignorando medidas e evidências científicas para o controle da pandemia no Brasil, acusados de colocarem “em curso um verdadeiro genocídio”.
“Todos têm o direito de nascer, viver e morrer com dignidade. Vidas perdidas têm responsabilidades atribuíveis”, destaca o alerta. Entre as entidades que encabeçam o manifesto estão o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Oxfam Brasil, a Anistia Internacional, o Conselho Federal da Ordem das Advogados do Brasil e o Instituto Ethos – que congrega mais de 500 empresas.
Em um momento em que parte do empresariado vem pressionando pelo fim do isolamento – na contramão de todas as indicações científicas –, o presidente do Ethos, Caio Magri, chama atenção para o dever de toda a sociedade no enfrentamento da crise sanitária. Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual, o executivo explica que há dois tipos de empresa em meio à pandemia, “as que querem de maneira irresponsável e irracional retomar a economia” e “um grupo que está se preparando de maneira consciente”.
“Nesse momento a garantia dos empregos e da vida é absolutamente fundamental. Não vai ter uma retomada econômica, em condições sustentáveis possíveis, se a gente não resolver as questões de saúde”, ressalta.
Deliberadamente omisso: o governo Bolsonaro
Ainda assim, o principal defensor desse movimento contra a saúde é o próprio governo federal. É o que destaca o manifesto, descrevendo como “omissão deliberada” a postura do presidente Jair Bolsonaro. Magri explica. “O governo Bolsonaro tem se mostrado omisso, desconstrutivo das políticas necessárias, sabotando as medidas. Onde é que já viu nós termos três ministros da saúde em quatro, cinco meses, quando era necessário articular diálogos com os governadores, com os prefeitos e a sociedade, com os órgãos de pesquisa para atuar de maneira efetiva?”, ressalta.
O presidente do Instituto Ethos comenta ainda o inquérito aberto nesta semana pelo Ministério Público Federal para apurar o baixo investimento do governo no combate ao coronavírus. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, do montante de quase R$ 12 bilhões disponibilizados para execução direta pelo Ministério da Saúde, apenas R$ 2,59 bilhões foram empenhados.
“Não é que você tem que inventar, os recursos estão disponíveis e não estão sendo usados pelo governo federal. Portanto, nesse momento, a crise, a escalada e o recorde que o Brasil vai bater de mortes da pandemia global da covid-19 são responsabilidade do governo Bolsonaro de uma maneira muito clara”, crítica Magri.
Doria e Covas: os outros irresponsáveis
Nesta quarta-feira (3), o Brasil superou mais um recorde de mortes diárias na pandemia, com 1.349 novos óbitos. Com mais de 584 mil casos da covid-19 confirmados, o país amarga 32.548 vidas perdidas. E mesmo com uma aceleração ainda contínua da doença, governadores e prefeitos falam em flexibilização da quarentena.
Em São Paulo, por exemplo, o prefeito da capital Bruno Covas e o governador João Doria, ambos do PSDB, ignoram uma média diária de mais de cem mortes na cidade para tratar da reabertura, como mostra reportagem da RBA. Na avaliação do presidente do Ethos, essas autoridades também devem ser julgadas pela irresponsabilidade.
“Não é o momento de flexibilizar absolutamente nada. Ao contrário, a Universidade de Columbia demonstrou que se tivessem sido antecipadas as medidas que o governo Trump não tomou em duas semanas, seriam poupadas 36 mil vidas num total de 100 mil mortes. Ou seja, quase 40% das pessoas que morreram nos Estados Unidos não morreriam. Eu sei que o lockdown em uma cidade como São Paulo é complexo, mas certamente nós teríamos evitado milhares de mortes”, pontua Caio Magri.
Nesta quarta-feira (3), o Brasil superou mais um recorde de mortes diárias na pandemia, com 1.349 novos óbitos. Com mais de 584 mil casos da covid-19 confirmados, o país amarga 32.548 vidas perdidas. E mesmo com uma aceleração ainda contínua da doença, governadores e prefeitos falam em flexibilização da quarentena.
Em São Paulo, por exemplo, o prefeito da capital Bruno Covas e o governador João Doria, ambos do PSDB, ignoram uma média diária de mais de cem mortes na cidade para tratar da reabertura, como mostra reportagem da RBA. Na avaliação do presidente do Ethos, essas autoridades também devem ser julgadas pela irresponsabilidade.
“Não é o momento de flexibilizar absolutamente nada. Ao contrário, a Universidade de Columbia demonstrou que se tivessem sido antecipadas as medidas que o governo Trump não tomou em duas semanas, seriam poupadas 36 mil vidas num total de 100 mil mortes. Ou seja, quase 40% das pessoas que morreram nos Estados Unidos não morreriam. Eu sei que o lockdown em uma cidade como São Paulo é complexo, mas certamente nós teríamos evitado milhares de mortes”, pontua Caio Magri.
1 comentários:
Não esqueçam do Zema que alem de tudo tem os piores índices de subnotificação
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